Evidentemente, a intervenção direta do estado – econômica, fiscal, social etc. – é o único modelo factível e eficaz para o combate à desigualdade.
Isso não é novidade. Nunca foi.
Os países hoje hegemônicos quando dividiam essa qualificação com antigos impérios assim faziam. E hoje não se arrependem.
Mas no Brasil, claro, tem que ser diferente. E particularmente vamos à CPMF, pois, o que era suspeita, confirmou-se.
Sim, o fim da CPMF não produziu a alardeada redução de preços para os consumidores. Ao contrário do que bradava o núcleo da imprensa golpista (Globo, Veja, Estadão e Folha) – como eco dos seus financiadores da "tropa" da elite branca e direitista – e a oposição, os preços permaneceram os mesmos e, ipso facto, apenas fizeram aumentar o lucro das indústrias e empresas.
Em um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), capitaneado pelo Prof. Marcos Cintra, fez-se um cruzamento entre o impacto do fim da cobrança da alíquota de 0,38% sobre as movimentações financeiras com a inflação medida em 42 setores da economia. Resultado: não houve ganhos para o consumidor e a extinção da CPMF não causou qualquer impacto positivo na economia do País. Pelo contrário. Os cálculos realizados mostram uma inflação crescente nos preços desses setores pesquisados.
Logo – e isso já sabíamos –, os únicos beneficiados com o fim da CPMF foram as empresas e os grandes conglomerados econômicos, que tanto lutaram pela derrubada do tributo e que hoje podem comemorar o aumento de suas margens de lucro.
Enfim, deste único tributo ao qual ninguém que se enquadrasse na condição de sujeito passivo escapava – desagradando a todos os capitalistas –, duas conclusões óbvias podem ser tiradas: o que contribuía para o financiamento da saúde, da previdência e da assistência social, agora, é do lucro privado.
E, o que antes era para rastrear e punir a ação de sonegadores, agora ajuda a escondê-los.