sexta-feira, 10 de outubro de 2008

# e a mana voou

 
E a nossa Gio voou, para a América.
 
Muito mais que as suas roupas de lã, leva o nosso carinho – sempre de prontidão –, as nossas saudades – que, sabemos, é produto tipicamente nacional –, as nossas comidinhas – inovadoras, diferentes, esmeradas –, as nossas arrumações (e desarrumações) da casa, e, particularmente, leva as minhas conversas de cinema e de família, de vinícius e de tom, de história e de química...
 
Enfim, "leva-se", como uma amiga que jamais terei igual.
 
Por isso tudo, talvez, eu até fique um certo tempo mudo, ou, então, chame um mímico para dialogar (e me consolar, com uma caneca de chá...).
 
Mas, acho que não adianta, pois parecerão noites que não terão mais fim...
 
Lépida, sabemos que continuará a andar e a agradar a todos – e isso também nos fará muita falta, diariamente. Daqui, de longe, imagino você, saindo ao luar, com um cowboy, seu novo herói, que só fala inglês e que ambiciona te levar, para o altar, longe de nós seis.
 
Isso aqui, que hoje acontece maninha, me faz lembrar do passado (e da lojinha do "Seu Car"), em que combinávamos um futuro diferente do que aconteceu.
 
Agora, só espero que quando tudo isso acabar, você não pense em nunca mais voltar e que este (nem tão) faz-de-conta não termine assim, com você a sumir no mundo sem pelo menos nos avisar.
 
E, atente, um aviso sério, com certidão passada em cartório do Céu e assinado embaixo '”Deus” (e com firma reconhecida!). Porém, a despeito disso tudo – e da tristeza que não tem mais fim –, não se esqueça de que, pela nossa lei, a gente é obrigado a ser feliz.
 
Seja alhures, ali ou aqui, como hoje uma engenheira de petróleo, como ontem uma professorinha ou sempre como a maior tia de todos os netos que a nossa Casa venha a ter, seja feliz – e todas as noites rezaremos por isso.
 
Eu já fui: uma, duas vezes.
 
E peguei aqueles aviões.
 
E você tinha as suas razões.
 
Agora, é contigo.
 
Mas pode ir tranqüila, pois não direi nada, muito menos que te vi chorando.
 
Apenas te direi para ir com alegria, força e fé, e, para os da pesada, direi que você vai levando...
 
Assim, embora na verdade saibamos que, se puder, você vai ficando por lá, esperamos que, uns dias, mesmo não estando afoita, não esqueça de nos ligar, ainda que seja a cobrar:
 
- "É a Gio, da América..."