SANEPAR e COPEL, para delírio da mídia nativa, dos empresários e do grupo político ligado ao ex-Governador Jaime Lerner -- cujo governo findou em 2002, quando então registrou, para ambas as companhias, o maior prejuízo de toda as suas histórias, por força de contratos absurdos e lesivos firmados pela gestão pública de então --, foram parcialmente vendidas e teriam o mesmo fim da "Vale" -- a segunda maior siderúrgica do mundo, atrás da estatal chinesa, dada por 30 moedas para o mundo privado --, se não fosse a intervenção do atual Governo do Estado, que anulou em juízo as operações societárias realizadas e readquiriu o controle absoluto de ambas as estatais: hoje, SANEPAR e COPEL são do povo paranaense e ambas estão entre as 3 melhores e mais rentáveis companhias de água e saneamento e de energia elétrica do Brasil, respectivamente.
A título exemplificativo (v. aqui), agora em novembro o lucro líquido acumulado pela COPEL nos nove primeiros meses de 2008 atingiu a cifra de aproximadamente R$ 900 milhões, o que significa crescimento de mais de 13% sobre os resultados alcançados no mesmo período do ano passado. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido da empresa foi de 12,7% e sua capacidade de geração de caixa – medida pelos lucros antes de impactados por juros, impostos, depreciação e amortização - chegou a R$ 1 bilhão e meio.
Tais resultados, considerados bastante expressivos para o setor, foram impulsionados pela política administrativa e pelo forte crescimento do consumo de energia elétrica no Paraná, que registrou expansão de 6,6% de janeiro a setembro deste ano comparativamente a idêntico período de 2007. Refletindo o crescimento do consumo, a receita operacional líquida da COPEL aumentou 6% em relação ao ano passado, atingindo mais de R$ 4 bilhões. A receita operacional líquida é o resultado apurado pela empresa principalmente com a venda e distribuição de eletricidade, deduzidos os impostos, encargos e tributos.
Em razão disso, a maior parte dos relatórios sobre os resultados da Copel divulgados ao mercado investidor nesta última quinta-feira recomenda a compra de ações da Companhia, motivo de orgulho para todos os paranaense, em especial pela atual conjuntura mundial, que refuta quase toda e qualquer aplicação em bolsa.
Insta salientar, também, que o mercado consumidor abastecido diretamente pela COPEL, formado por 393 dos 399 municípios paranaenses, beneficiou-se dos baixos preços praticados pela Companhia para crescer.
No Paraná, a energia elétrica não é tratada como simples mercadoria mas como instrumento para a indução do desenvolvimento, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida da população, sendo que a COPEL pratica as menores tarifas do Brasil entre as empresas de grande porte, na medida em que ela tem um papel estratégico a cumprir dentro do projeto de gestão estadual.
Nesse sentido, são várias as ações adotadas pelo Governo do Paraná, e que têm se revelado bastante efetivas: (i) as famílias paranaenses de baixa renda que usam até 100 kWh mensais de energia não pagam a conta de luz, que é assumida pelo Estado por meio do programa "Luz Fraterna" -- e que beneficia diretamente 250 mil famílias das camadas mais carentes da população; e (ii) a eletricidade barata fornecida pela Copel pode custar ainda menos para quem utiliza o insumo entre 9 e meia da noite e 6 horas da manhã na irrigação de lavouras e na avicultura, com descontos que podem chegar a 70% dos preços normais.