Rio de Janeiro, quinta-feira, numa viagem para um dia de labor e uma noite de regozijo, três breves considerações:
1) Há 1 mês uma nova empresa ingressou no mercado de aviação comercial e os preços, na prática, já caem vertiginosamente, vez que as outras concorrentes adequam-se às inovadas bases tarifárias propostas pela caloura. Até quando, não se sabe. Se esta subjugar-se-á às políticas de lucros das duas líderes, ou se, pelo contrário, a nascente contagiará as (quase)duopolistas, mostrando como ser mais eficiente e como ganhar o justo, também não se sabe. Mas o fato presente permite-nos até ter uma esperança na função lógica desse sistema capitalista e na sua solução...
2) O Poder Executivo da União, por intermédio da Casa Civil da Presidência da República, está em vias de finalmente determinar a abertura e disponibilidade dos arquivos secretos e sigilosos dos anos da ditadura militar, em especial aqueles criados pelas repugnantes polícias políticas da época. Não se sabe se o ato normativo logrará prático e eficaz êxito. Também, não se sabe se o Poder Judiciário ratificará a sua postura conservadora e antirrepublicana e evitará que os arquivos e dossiês dos anos de chumbo sejam escancarados e disponibilizados à população, em prol do já cansado princípio da dignidade da pessoa humana. Mas o ato normativo venturo permite-nos ter a certeza de que basta seguirmos pelo lado esquerdo do peito para que a nossa Nação tenha solução...
3) Na quadra do "Acadêmicos de Salgueiro" para o último ensaio-geral antes do desfile desta segunda-feira, contagiava a alegria da comunidade, impressionava a qualidade da bateria, lamentava-se a avalanche de gringos e espantava a organização do lugar. Mas devo confessar que faltou sal (até, talvez, pelo ar condicionado, que não deixava vir o clássico e salmourado suor). E noto que a paixão pela história, pelos personagens e pelos hinos da Estação Primeira de Mangueira parece não ter mesmo solução, afinal "(...) Em Mangueira, a poesia / Num sobe-e-desce constante / Anda descalça ensinando / Um modo novo da gente viver / De sonhar, de pensar e sofrer / Sei lá não sei, sei lá não sei não / A Mangueira é tão grande / Que nem cabe explicação"...