Ciente de já ser fato muito debatido, continua a soar maligno o editorial publicado na "Folha de São Paulo" em 17/02, quando esta colíder do PIG ("Partido da Imprensa Golpista") classificou o regime militar brasileiro de 1964-1985 como uma “ditabranda”, e não uma "ditadura".
Basta, para isso, ler alguns dos tantos artigos publicados na rede sobre o assunto -- leia-os, por exemplo, na "carta maior", no "vermelho", na "carta capital", no "caros amigos", no "viomundo" etc.
Pior do que o soneto, a emenda da "Folha" em atacar aqueles que contestaram e repudiaram o editorial foi horrenda, mostrando claramente a quais interesses ela e os demais jornalões defendiam -- e, claro, hoje defendem.
Tal atitude, inclusive, levou a um manifesto nacional, subscrito por um grande grupo de intelectuais e cientistas, in verbis:
fds
"REPÚDIO E SOLIDARIEDADE. Ante a viva lembrança da dura e permanente violência desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repúdio à arbitrária e inverídica “revisão histórica” contida no editorial da Folha de S. Paulo do dia 17 de fevereiro último. Ao denominar “ditabranda” o regime político vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direção editorial do jornal insulta e avilta a memória dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratização do país. Perseguições, prisões iníquas, torturas, assassinatos, suicídios forjados e execuções sumárias foram crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no período mais longo e sombrio da história política brasileira. O estelionato semântico manifesto pelo neologismo “ditabranda” é, a rigor, uma fraudulenta revisão histórica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensão das liberdades e direitos democráticos no pós-1964. Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a “Nota de redação”, publicada pelo jornal em 20 de fevereiro (p. 3) em resposta às cartas enviadas à seção “Painel do Leitor” pelos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fábio Konder Comparato. Sem razões ou argumentos, a Folha de S. Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrários e irresponsáveis à atuação desses dois combativos acadêmicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio e solidariedade ante às insólitas críticas pessoais e políticas contidas na infamante nota da direção editorial do jornal. Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro".fdsfds