Houve um tempo em que era o máximo, era de se inflar os (alter)egos, dizer por aí e em rodas de conversa que se lia dois ou três jornais ou revistas, como grandes sinônimos de que o sujeito estava mais do que muito bem informado: era, na verdade, uma grande amostra de que ele estava na moda e afiado com o pensamento único vigente.
Pelos demais, era, pois, considerado até um intelectual.
Todavia, hoje, o que se vê é a mais absoluta bancarrota moral e técnica destes outrora jornalões e destas revistas que insistem em fazer a cabeça da nossa gente.
Tome-se, por exemplo, as inúmeras contradições entre os fatos noticiados pela grande mídia e os fatos acontecidos ou que acontecem.
Veja-se, também, a imensa quiantidade de fatos inverídicos ou infundados que, depois de noticiados e repisados, são desmentidos ou esquecidos, pois incapazes de traduzir a realidade.
Lembre-se, ainda, que diante da queda livre do faturamento publicitário e do número de assinantes destes meios de comunicação.
E, o que a tantos espanta, como a mim, é o fato de que há muitas pessoas que ainda tem a pachorra de se confessarem grandes leitores de Folha, Globo e Valor Economico, e profundos consumidores de Veja e Exame.
Ainda que muito discutível o viés ideológico que sustentaria estas pessoas na hipnótica leitura de tais folhetins, essa confissão à direita seria muito menos pior que a doce ilusão de acharem que estão a fazer uma profícua e saudável leitura.
Sim, ainda pensam que a intelectualidade está em conhecer e, a sério, repercutir estes tablóides, se iludindo com o falso e vazio conteúdo informativo, científico e moral que tais produtos oferecem.
Pior do que isso, com base e fundamento nestes jornais, nestas revistas e na TV Globo, julgam-se capazes de discutir, pensar e entender o mundo, repita-se, não pelo viés ideológico -- que aqui já me abstenho de questionar --, mas pelo viés da verdade e da justiça moral, que são incapazes de se fazerem presentes nos textos e nas matérias destes infames e golpistas meios, os quais ainda tentam, de todas as formas, salvar o pensamento único mundano e fazê-lo se eternizar na "terra brasilis".
fds