fdsPor aqui, a "Cosa nostra" vira le nostre Cose, ou seja, "as Coisas nossas".
fdsSim, o Brasil padece de máfias, de grupelhos organizados para fazer o mal e para assaltar os cofres públicos, cujo resultado é a matança de gente.
fdsAfinal, ainda que de modo mediato, os bandos que estão a dominar grande parte de toda a nossa estrutura estatal -- os "donos do poder", e, no caso particular, os donos da nossa Assembleia Legislativa -- estão a matar pessoas. E a associação e o nexo causal entre causa e consequência são inevitáveis.
fdsOra, enquanto a máfia italiana, la Cosa nostra, mata diretamente poucos e de repente, as máfias brasileiras, le nostre Cose, matam indireta e reflexamente em grande número e aos poucos, lentamente.
fdsE a constatação é notória e cruel: as máfias tupiniquins -- perfeitas associações entre uma parte nefasta do nosso aparelho estatal (burocratas, parlamentares e juízes) e a amplamente sórdida iniciativa privada (empreendedores, empreiteiros e empresários) --, via "superfaturamento", "peculato" ou "corrupção" -- ou mesmo via o emprego de capangas, fantasmas e nepotes incompetentes --, tiram dinheiro (i) da "saúde" (e dos hospitais públicos...), (ii) da "previdência social" (e da aposentadoria dos velhos e inválidos...), (iii) da "educação" e dos '"programas sociais" (levando os nossos filhos para o inevitável caminho do narcotráfico e da criminalidade em geral...), (iv) das "rodovias" (causando terror e acidentes pelas estradas a fora...), (v) da "remuneração" de policiais e agentes da saúde (contribuindo, pelos míseros salários oferecidos, para um ineficiente combate à criminalidade e para um ineficaz atendimento médico-hospitalar...) etc.
fdsOu seja, no final do ciclo há, sim, morte. Mortes, inúmeras. Afinal, é por causa de tais manifestações mafiosas -- e da "sonegação fiscal" -- que falta verba pública e que o erário é insuficiente. Sim, o nosso dinheiro não dá em árvore.
fdsE não sejamos tolos: como em toda e boa máfia, os nossos mafiusi conformam-se organizadamente, estrategicamente, ocultamente, raramente deixando rastros e invariavelmente comprando a mídia. La nuestra cosa está nos intestinos da República.
fdsSão, essas, as máfias no Brasil, as quais, em benefício próprio, sangram os cofres públicos e abocanham um numerário que seria suficiente para sustentar as mais diveras áreas e as mais amplas políticas públicas, cujas atitudes e cujo comportamento vem, piano, piano, matando a nossa brava gente.
fds