Já se falou aqui (e aqui, aqui, aqui) de que a tão auspiciosa candidatura de Marina Silva, a nossa "Madre Teresa da Amazônia", é a degradação em potencial da política, com a despolitização da vida pública e apolitização da vida social.
Mas, claro, diante do que se tem à mesa não há como sequer comparar Dilma com a sua adversária, e muito menos o PT com legendas como o PSB.
Antes, uma premissa escancarada: o PT é o único partido político minimamente organizado, estruturado e programado deste país. Não à toa, dos outros dez candidatos à presidência, 6 (seis!) estiveram no PT, com sérias e duradouras ligações, saindo dele pelos mais diversos motivos e sob as mais variadas causas e desculpas, verdades e mentiras.
Para um apanhado geral, comecemos pelo assunto mais midiático de todos: "corrupção".
A questão, pois, está na criação de mecanismos institucionais de controle.
E na não-ilusão de que
o mundo dos anjos deveria estar na política ou de que o mundo privado deveria
ser exemplo para alguma coisa.
Inclusive porque está no próprio mundo privado a nascente dos crimes -- a empresa é o "sujeito ativo" do crime de corrupção --, e é neste modus operandi do mundo privado que está, em regra, o segredo da grana e do sucesso. A propósito, foi no Governo Dilma, frise-se, que se criou uma lei responsabilizando administrativa e civilmente as empresas pela prática de atos contra o a Administração Pública.
Inclusive porque está no próprio mundo privado a nascente dos crimes -- a empresa é o "sujeito ativo" do crime de corrupção --, e é neste modus operandi do mundo privado que está, em regra, o segredo da grana e do sucesso. A propósito, foi no Governo Dilma, frise-se, que se criou uma lei responsabilizando administrativa e civilmente as empresas pela prática de atos contra o a Administração Pública.
E se foi a fundo, na
medida do possível e na medida dos freios aos impulsos democráticos impostos
pelo impávido e colosso Poder Judiciário (v. aqui).
Nesses quatro anos, a Corregedoria-Geral da União -- criada por Lula e que, no âmbito do Poder Executivo, é a responsável pela defesa patrimônio público e ao incremento da transparência da gestão, por meio das atividades de controle interno, auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção -- investigou e trabalhou com rara intensidade.
Nesses quatro anos, o Procurador-Geral da República -- na chefia de órgão independente que zela pelos interesses públicos, difusos e coletivos da sociedade --, não titubeou em nenhum momento e sob nenhuma circunstância, bem diferente dos anos dourados tucanos, em que tal autoridade ficou conhecida como "Engavetador-Geral da República".
É por isso que as coisas que sempre aconteceram só agora "acontecem", "surgem" e "vazam" -- e ainda bem.
E, claro, é por isso que a sensação é a de que se tem mais corrupção, mais malversações e mais filhos da puta no ambiente das relações público-público ou público-privado.
Evidentemente, os fatos que pululam são
um prato-cheio para a grande mídia servir ao público, de modo a desgastar o
partido do Governo (PT) e, claro, a Política.
Afinal, não se deixe dourar a pílula: a elite brasileira tem medo, muito medo da Política (v. aqui).
E do povo.
Por isso o Brasil precisa parar de ser hipócrita ou inocente acerca deste assunto.
E os brasileiros precisam
parar de achar que tal praga é nosso privilégio ou coisa tupiniquim -- v. aqui, por exemplo --, e de usar qualquer outro
argumento que, no fundo, quer apenas retirar da Política a arte de resolver as grandes questões nacionais.
E fazer acreditar, pois, em fadas e unicórnios.
E fazer acreditar, pois, em fadas e unicórnios.