De longe tudo pode parecer mais bonito.
A miopia da saudade, assim, provoca-nos a imaginar, a sonhar, a delirar sobre a realidade.
Nesta noite, o Clube Atlético Paranaense finalmente voltou para a sua terra e a sua gente.
Anos e anos de punição, de sofrimento e de mal-tratos que causaram a separação mais triste e longa da história do maior clube do Paraná: a torcida e a sua casa.
Hospedados nos mais diversos campos de Curitiba e do Brasil, a torcida do Atlético perfazia-se caixeira-viajante, um saltimbanco ciganeando pelos caminhos tortuosos de espaços alheios, acenando timidamente um lenço vermelho-e-preto apenas para não perder o rumo do vento e não abafar a ideia fixa na cabeça.
Desconfortável, se amontoava para tentar acompanhar os fracos times montados.
Reinante, não largou a sua paixão em nenhuma destas mais de mil e uma noites.
E hoje tudo passou, e a torcida rubro-negra manteve-se firme na prova da sua intransponível devoção.
E hoje tudo passou, e a torcida rubro-negra manteve-se firme na prova da sua intransponível devoção.
Agora, o Atlético, e a sua massa fanática como a maior razão de ser, só volta a exigir respeito.
E consideração, que não significa apenas ter o melhor estádio do Brasil e a melhor gestão financeira do nosso futebol.
Mas, sim, ver dentro das quatro linhas um grande time.
Que vista a camisa rubro-negra por amor.
Que tenha o sangue forte e o vigor sem jaça.
E que tenha a qualidade digna da sua estrutura e da sua gente.
E que tenha a qualidade digna da sua estrutura e da sua gente.
Das arquibancadas, os jogadores já sabem, não se terá um minuto sequer de silêncio.
Resta agora partir para o plano de jogo, pois a novíssima Baixada já está feita e entregue.
Adonada pelos milhões de atleticanos está grandiosa como sempre.
E como hoje.
Numa noite em que olhava Deivid mas via Franz Beckenbauer.
E como hoje.
Numa noite em que olhava Deivid mas via Franz Beckenbauer.