O Brasil é o país mais desigual do continente mais desigual do mundo.
Porém, isso tem mudado, a passos lentos mas concretos, neste Governo Lula.
Quem diz é o adversário (v. aqui): no período de março de 2002 a junho de 2009, 4 milhões de brasileiros deixaram a condição de pobreza, passando de 18,5 milhões em 2002 para 14,5 milhões em junho de 2009, mediante uma metodologia que identifica a pobreza pelo rendimento médio familiar per capita de até meio salário mínimo mensal.
O índice de Gini – padrão mundial que mostra o nível de desigualdade dos países, atrás do nível de distribuição de renda, cujo índice quanto mais próximo de 1 (um) denota a maior desigualdade –, alcançou 0,493 em junho último, desde sempre o seu menor patamar nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil, conforme dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística).
Muitos discutem que esse índice não presta e que o importante é ter PIB, e nada mais.
Errado!
Pensemos:
(i) o país C – de Cuba, suponhamos aleatoriamente – dispõe de “x” dinheiros per capita e apresenta um índice de Gini bem próximo a zero, a conseguir que toda a sua população disponha de educação, saúde, habitação, lazer e segurança pública;
(ii) outro país C – de Cuécia, suponhamos imaginariamente... – dispõe de “50x” dinheiros per capita e apresenta um índice de Gini bem próximo a zero, a conseguir que toda a sua população disponha de educação, saúde, habitação, lazer e segurança pública excepcionais;
(iii) um país B – de Brasil, suponhamos aleatoriamente... – dispõe de “25x” dinheiros per capita e apresenta um índice de Gini bem distante a zero, a conseguir que apenas uma pequena parte da sua população disponha de educação, saúde, habitação, lazer e segurança pública; e,
(iv) um outro país B – de Bestados Unidos, suponhamos imaginariamente... – dispõe de “75x” dinheiros per capita e apresenta um índice de Gini distante a zero, a conseguir que apenas parte da sua população disponha de educação, saúde, habitação, lazer e segurança pública.
Será que realmente não vale, como um dos critérios para exame da egalité e fraternité de um país, o índice de Gini? Será que o PIB, sozinho, não se mostra tão importante, e até insuficiente?
Indubitavelmente, parece que as condições expostas para os países “B” são menos razoáveis e menos justas que aquelas dos países “A”.
Ou não?