Às duras penas, Dilma continua participando dos debates.
O dom da oratória, ou a mínima aptidão para ser bem treinada no enfrentamento do público e das câmeras, fica sempre claro que a Presidenta da República não tem.
Mas isso até se aceita, pois a embalagem não pode ser maior e melhor que o conteúdo -- embora, gize-se, o discurso sempre ajude a vender melhor as ideias, como já fez aqui.
Entretanto, o que causa real repulsa é a postura demagógica, desfaçada, dissimulada, histriônica e vazia do candidato Aécio Neves, bem típica daquelas da grã-fina das narinas de cadáver (v. aqui).
Aécio, com toda a sua verve purpurinada, desenvolve uma apresentação perversa, rasteira, traiçoeira e reticente, que se funda na aparência para esconder as vontades mais genuínas em jogo.
A cada fala, a cada intervenção, a cada olhar, o sujeito abre os braços, simula a revolta, abusa das frases feitas e insiste com um festival de mesmices sem qualquer conteúdo -- tal qual aqui.
Ora, como disse Dilma no debate, Aécio "viu o galo cantar mas não sabe onde...", o que deve justificar o fato de o PT ter vencido, em Minas Gerais, para Presidente e para Governador.
Ora, como disse Dilma no debate, Aécio "viu o galo cantar mas não sabe onde...", o que deve justificar o fato de o PT ter vencido, em Minas Gerais, para Presidente e para Governador.
Afinal, retire-se o falacioso e gasoso mote da "corrupção" -- e do xoque de jestão, e da "meritocracia" etc. -- e se estanque o bilionário gasto em propaganda estatal, e notem, caros leitores, se subsistirá algo na plataforma política do PSDB.
Ou, melhor, se subsistirá algo do Estado brasileiro, pois o fim é sobrar pouca coisa, como já advertiu o candidato a futuro Ministro da Fazenda de Aécio (v. aqui).
Enfim, ao olhar o jeito tucano, e do seu representante, em se apresentar, nele enxergo toda a massa bem-cheirosa que abusa da hipocrisia, da maquiagem, da pomposidade, da demagogia, dos gestos teatrais e da para defender os seus interesses.
É do jogo, diz-se -- e concordo.
Mas enoja, pois nele vejo o que vi na Av. Atlântica neste domingo de manhã: um bando de brancos coxinhas com grifes, blushes, flashs, cruzes e lapelas das forças armadas exaltando palavras de ordem em prol do candidato udenista, digo, tucano.
Tal qual veria nos bairros bem-cheirosos de Curitiba, de São Paulo, de Salvador...