Com a confirmação do nome do Prof. Dr. Luiz Edson Fachin para o STF – a quarta baita indicação seguida deste Governo Dilma, depois de Mangabeira Unger (Min. Assuntos Estratégicos), Jessé Souza (IPEA) e Renato Janine (Min. Educação) –, reproduzo abaixo um texto publicado em março de 2014 que ilustra um pouco este grande homem e jurista paranaense.
# quando a alma não se apequena
Há momentos na vida em que se aprende como nunca.
São lições de gratidão, de dedicação, de amizade, de humildade e de sabedoria que em nós se perenizam.
E esta noite de terça-feira – como convidado para estar na "Academia Brasileira de Letras Jurídicas", em sessão solene para a posse do paranaense Luiz Edson Fachin como mais novo "acadêmico" (cadeira nº 10, de Rui Barbosa) e para as condecorações de membro honorário ao português António José Avelãs Nunes – foi um desses momentos, tamanha a grandeza dos discursos por ambos proferidos na cerimônia.
Prof. Avelãs, da Universidade de Coimbra, é uma das maiores vozes de uma outra Europa, hoje esvaziada do pensamento crítico, social e humano. É um dos maiores jus-economistas portugueses, intelecto eminente da Economia Política e um trilhar político-científico que faz invejar a sua nacionalidade (e me honrar com sua amizade).
Prof. Fachin, da Universidade Federal do Paraná, é um dos grandes orgulhos do meu Estado, árido de expoentes nacionais. É um dos maiores juristas pátrios, mente brilhante do novo Direito Civil e com uma trajetória acadêmico-intelectual que faz galhardear a conterraneidade (e que tive o prazer de conhecer).
Mas não são estes atributos o que mais importa, como aqui já se poderia confirmar.
Títulos, prêmios, cátedras, livros, tudo fica à margem de quem são, do que fazem e de como fazem.
Sim, porque estes dois senhores, mais do que singulares pensadores do Direito, são grandes homens, plurais e que idealizam o coletivo.
Hoje, vendo-lhes nas suas narrativas apaixonadas – daquelas que vêm da pura alma do bem-fazer e do bem-viver e de quem têm a ética como prumo e o social como horizonte –, recrudesce o nosso sentimento de que a vida deve ser simples e vale simplesmente por isso.
Não por acaso, ao trazerem da memória o valor das suas origens, o conteúdo afetivo dos que sempre o cercaram, e, principalmente, o papel dos respectivos pais em suas histórias e em suas formações, as palavras vieram esculpidas em lágrimas, absolutamente sinceras, caídas com o orgulho de quem ali chegou de pé e pelas meritórias mãos do afago materno e do suor paterno.
Vê-los se declararem às ciências humanas, à humanidade e à família foi daquelas provas de que é no navegar destes homens que o mundo merece seguir.
Um navegar simples, cuja bússola é o amor.