Sou uma pessoas de listas.
De fazer listas para tudo, de tudo, com tudo.
Contudo, sempre atualizando, sempre remexendo, sempre cutucando para me convencer de que nelas não há engano.
Mas, de uns tempos pra cá, uma delas está a me perturbar muito.
É aquela que faço dos cinco maiores brasileiros vivos – o gênero é a praxe da língua –, na qual figuram, desde a morte do nosso genial Oscar, apenas Pelé, Lula, Chico e João Gilberto.
E diante dela, sem um dos nossos arquitetos do pensamento, relutava em fechá-la.
Entretanto, tem um pessoa que toda vez que vejo, que ouço ou que sei o que anda aprontando, me convence mais.
João Pedro Stédile, cérebro do maior movimento social do planeta – o MST – e um dos líderes globais da "Via Campesina", orgulhece o nosso país.
Aqui e aqui, as suas mais recentes missões, uma delas na Academia de Ciências do Vaticano, ambas a convite do Papa Francisco, para falar sobre a reinvenção da terra e os trabalhos dos sem-terra, inclusive nas áreas da educação e da agricultura, sempre desenvolvidas para o alcance de todos.
Nestas audiências com o Papa, as lições e ideias de Stédile serviram, inclusive, como base racional para a última e revolucionária encíclica papal, a Laudato sí (v. aqui).
Ainda, aqui apenas uma dentre as tantas ameaças de morte que este grande líder nacional tem sofrido -- e não percam, no vídeo, um já clássico discurso que recentemente fez contra a direita, trazendo à memória a clássica adjetivação de Evita Perón para os oligarcas argentinos; aqui, uma resposta ao que a elite racista e a direita acéfala tem insistentemente tentado dele falar, ainda mais quando, junto do MST, se aproxima dos governos progressistas latino-americanos.
E, por fim, aqui e aqui você pode saber o que grandiosa e verdadeiramente faz o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, sob a liderança histórica de Stédile.
Ele, em suma, é um sujeito gigante.
Mas a grande mídia, é claro, prefere associá-lo exclusivamente a um idiota qualquer que em algum ligeiro e tosco protesto queimou certos pés de rabanete no interior de um sítio bacana do rincão paulista.
Stédile, enfim, fecha a minha lista.
Acima, o nó que Stédile insiste em desatar com os dentes.