Podemos trocar "família" por Brasil, se achar melhor.
E entender o "branco" não apenas pela alma ariana da pele, mas por uma ideia que abrange os bem-cheirosos, os bem-nascidos e, bem, toda a fina flor conservadora que ilustra as sessões fotogênicas (e fotoeugênicas) das colunas da nossa sociedade.
Sobre "merecer", ora, todos nós, claro, não apenas máximas espécies da moralidade e do fazer-o-bem, mas quem tanto suamos e trabalhamos para chegar onde chegamos -- isso, claro, é o que melhor traduz a meritocracia (v. aqui).
Eis o resumo do show de horrores que se viu pela telinha da Globo e, no meu caso, in loco pelas ruas do Posto 5 da tresloucada Copacabana.
Já relatei aqui da estranha sensação de medo que bate toda vez que, por outros motivos, saio à rua nestes momentos bizarros da nossa história: sinto-me naqueles filmes de terror B, no nosso caso, zumbis marchando trajados em verde e amarelo e com a baba escorrendo, lobotomizados em suas falas, gestos, poses e trejeitos.
O alimento desta gente? Um coquetel em que se destaca o ódio homeopaticamente dosado pela grande mídia e engolido pelo umbigo (v. aqui).
Entretanto, ali, como se numa onda paralela que surge das profundezas e desemboca noutra dimensão, não há ficção; é a realidade promovida por uma reduzida parcela do país que deseja o caos (v. aqui).
É, trata-se de uma pequena fração de um mesmo eleitorado: tome-se por verdade os números arbitrados pelos "organizadores" da micareta cínica, exageremos na medida e, ao cabo, houve uns três milhões de mais ou menos chacretes pelas ruas do Brasil.
Ora, três milhões, ainda que alguns tratem como um número expressivo, não representa 7% dos votos que a direita teve nas eleições de outubro.
E perdeu.
E perderá sempre que se mostrar impotente para apontar caminhos e para apresentar candidatos à altura, por meio de um programa de governo (e um projeto de país) coerente com a demanda e a necessidade nacionais, e não mero fetiche fotocopiado da cartilha (neo)liberal que ainda destrói nações mundo afora, soturnas marionetes do grande capital.
Portanto, fora do golpe -- e querer tirar, no grito, alguém eleita e sobre a qual não se aponta qualquer ilícito, é golpe (como aqui) -- não haverá salvação, anuncia sob vestes quase bíblicas os teólogos deste bem-aventurado segmento da população.
Afinal, essa massa, mais ou menos à direita, ciente de que o ideário e os personagens tucanos são incapazes de representá-los, não vê saída democrática para retomar o poder e, assim, conseguir acabar com quaisquer vestígios de progresso civilizacional.
Sim, o que está em jogo é o progresso civilizacional do Brasil, de transformar os quinhentos anos de periferia e de miséria (para muitos) em soberania e cidadania (para todos).
Trata-se de uma visão de Estado e de sociedade que avance na ruptura das suas algemas históricas responsáveis por uma estrutura de desigualdade inigualável no planeta.
E isso pode ser feito de diversas maneiras -- muitas delas bem distantes do que hoje, com tibieza, propõe o Governo (v. aqui e aqui) -- e por diversos espectros políticos.
Mas, nunca, pela narrativa que emana destas "ruas", cujo norte é o ódio irracional, canalha, reacionário e antidemocrático.
E o fim a escuridão.
O alimento desta gente? Um coquetel em que se destaca o ódio homeopaticamente dosado pela grande mídia e engolido pelo umbigo (v. aqui).
Entretanto, ali, como se numa onda paralela que surge das profundezas e desemboca noutra dimensão, não há ficção; é a realidade promovida por uma reduzida parcela do país que deseja o caos (v. aqui).
É, trata-se de uma pequena fração de um mesmo eleitorado: tome-se por verdade os números arbitrados pelos "organizadores" da micareta cínica, exageremos na medida e, ao cabo, houve uns três milhões de mais ou menos chacretes pelas ruas do Brasil.
Ora, três milhões, ainda que alguns tratem como um número expressivo, não representa 7% dos votos que a direita teve nas eleições de outubro.
E perdeu.
E perderá sempre que se mostrar impotente para apontar caminhos e para apresentar candidatos à altura, por meio de um programa de governo (e um projeto de país) coerente com a demanda e a necessidade nacionais, e não mero fetiche fotocopiado da cartilha (neo)liberal que ainda destrói nações mundo afora, soturnas marionetes do grande capital.
Portanto, fora do golpe -- e querer tirar, no grito, alguém eleita e sobre a qual não se aponta qualquer ilícito, é golpe (como aqui) -- não haverá salvação, anuncia sob vestes quase bíblicas os teólogos deste bem-aventurado segmento da população.
Afinal, essa massa, mais ou menos à direita, ciente de que o ideário e os personagens tucanos são incapazes de representá-los, não vê saída democrática para retomar o poder e, assim, conseguir acabar com quaisquer vestígios de progresso civilizacional.
Sim, o que está em jogo é o progresso civilizacional do Brasil, de transformar os quinhentos anos de periferia e de miséria (para muitos) em soberania e cidadania (para todos).
Trata-se de uma visão de Estado e de sociedade que avance na ruptura das suas algemas históricas responsáveis por uma estrutura de desigualdade inigualável no planeta.
E isso pode ser feito de diversas maneiras -- muitas delas bem distantes do que hoje, com tibieza, propõe o Governo (v. aqui e aqui) -- e por diversos espectros políticos.
Mas, nunca, pela narrativa que emana destas "ruas", cujo norte é o ódio irracional, canalha, reacionário e antidemocrático.
E o fim a escuridão.