Por estas bandas, e porque estamos nestes tempos, convém lembrar que amanhã é Natal porque convencionou-se como o nascimento de Jesus.
Jesus, o filho enviado de Deus para a Terra.
E sob esta condição de ser filho de Deus, Jesus não poderia ter escolhido o caminho mais fácil.
“Eu sou o Messias!”, Ele disse.
Porém, nunca Ele se resumiria ao uso da religião para mostrar o caminho e a verdade.
E por isso Jesus foi muito além.
E a religião com o seu papel messiânico – “o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma”, como disse o ateu Karl Marx – acabou sendo só um detalhe do que aconteceu naqueles dias na Judeia.
Assim, além de ser o Verbo encarnado, Jesus fez política e a revolução.
Jesus deu corpo ao amor; fez do Verbo a Matéria.
Jesus chega, Jesus chama.
Jesus foi chamego e nunca alheio às chagas em volta.
Jesus não era alienado da opressão e da violência contra o povo.
Ele conhecia as feridas e nela se meteu.
Ele não foi neutro, nem um mero pacifista.
Jesus não foi apenas O Homem porque Jesus foi um homem.
Jesus lutou contra o preconceito, a injustiça e a desigualdade.
Jesus enfrentou as elites e falou às escâncaras contra o acúmulo material e contra os mercadores de lucros, de juros, de terras e da fé.
Jesus se revoltou contra hipócritas e fariseus, contra sacerdotes e doutores da lei, contra as autoridades romanas, contra as injustiças, o preconceito e a mentira.
Jesus, assim, não teria outro lado para estar, afinal, nunca foi difícil escolher de qual lado ficar.
Jesus esteve ao lado dos pobres, das mulheres, dos camponeses, das minorias e dos marginalizados, estava junto com os enxotados por uma sociedade dividida em "classes".
Jesus esteve ao lado porque tinha lado.
Jesus defendia a cura de doentes, o cuidado com as coisas da natureza e o bem comum, a comunidade e a comunhão.
Jesus foi preso e torturado pelo que defendia e por quem defendia.
E foi entre os homens na Terra que Jesus nasceu, viveu e morreu para renascer.
Enfim, andando juntos, Jesus foi o Messias e o Homem; Jesus foi o Verbo e a Revolução.
E, atenção, o Verbo encarnado ser a revolução é esplêndido para a nossa História, significado de mudanças em sentido de paz, sinônimo de transformação em sentido de amor.
E por isso Jesus é a maior e mais bela bússola para as nossas vidas, bússola que aponta para o lado esquerdo do peito.