É preciso paciência.
Paciência e estratégia para suportar a hipocrisia, a canalhice, a desfaçatez e a estupidez do bando de amarelinhos que agora, golpe praticamente consumado, se não de modo enrustido comemoram, fingem se esconder sobre o muro da isenção anojosa que acalenta a gang de Cunha e Temer.
Bando que é – ou, manipulado, representa – aquilo que atrasa e amarra o Brasil no subdesenvolvimento e na vergonha de ostentar a maior desigualdade social do planeta.
E sob este roteiro tétrico, neste terror tipo B protagonizado por vampiros e múmias e coadjuvado por milhares de zumbis que "protestam" pelas orlas e redes sociais contra a "korrupissão", o Brasil afundará num buraco sem fim, numa quase eternidade em direção ao abismo, como se num desgraçado mergulho para o inferno, e por muitos anos, até que um dia, sabe-se lá quando, volte a ter um presidente.
Sim, tenho uma profunda convicção: se o golpe vingar, não haverá eleições em 2018!
Afinal, com ou sem as botas e quepes dos milicos, mas sempre com a toga de um Judiciário conivente e a caneta de um congresso safado, o Golpe continuará -- por meio de emenda constitucional que prorrogue mandatos ou que altere o sistema de governo ("com o Supremo, com tudo..."), ou como conveniente efeito do grande "caos" que se tornará o Brasil --, pois é única forma de se manter o desmonte do Estado brasileiro, haja vista os interesses econômicos e geopolíticos por trás dele e que não suportam o escrutínio popular.
Para este jogo macabro intitulado "impeachment", caberiam vários adjetivos, mas talvez nenhum soe melhor do que esse: safado.
Sim, tenho uma profunda convicção: se o golpe vingar, não haverá eleições em 2018!
Afinal, com ou sem as botas e quepes dos milicos, mas sempre com a toga de um Judiciário conivente e a caneta de um congresso safado, o Golpe continuará -- por meio de emenda constitucional que prorrogue mandatos ou que altere o sistema de governo ("com o Supremo, com tudo..."), ou como conveniente efeito do grande "caos" que se tornará o Brasil --, pois é única forma de se manter o desmonte do Estado brasileiro, haja vista os interesses econômicos e geopolíticos por trás dele e que não suportam o escrutínio popular.
Para este jogo macabro intitulado "impeachment", caberiam vários adjetivos, mas talvez nenhum soe melhor do que esse: safado.
Como safados são todos aqueles que não querem entender o que se passa no Brasil.
Como safados são todos aqueles que, mais ou menos em silêncio, aceitaram que se atropelasse e se arrancasse a cabeça do estado democrático de direito.
Como ainda mais safados são estes que, levados nos ombros da classe média reacionária e pelos esgotos de Brasília, usurpam do poder não lhes constituído e engolem a vontade popular maiormente resolvida, nas urnas, em outubro de 2014.
Não bastasse o óbvio ululante disso tudo -- esculhambação desenhada há anos, desde que advieram os episódios de junho de 2013 (v. aqui) --, o tanto de sol que a grande mídia não consegue tapar é mais do que suficiente para que todos, querendo, enxerguem os porquês disso tudo (v. aqui, aqui e aqui).
E enxerguem as suas consequências, que será o desmonte de um estado minimamente social construído principalmente nos últimos 13 anos e o vezo entreguista e colonial tanto combatido.
Com esta preliminar votação do "impeachment" no Senado, na madrugada desta terça-feira – lembrem-se, sempre, que Dilma é julgada por uma quadrilha de ladrões (v. aqui) –, o sentimento, meus caros, é o de quem é assaltado, de quem é estuprado, de quem perde no grito, de quem é derrotado por um arranjo fraudulento de picaretas-mor ao arrepio de tudo que é minimante justo.
E, mais, de quem passa a ter dúvidas se vale a pena continuar lutando e insistindo para que esse país aqui seja outro, seja realmente "de todos".
Ou se, ao contrário, neste nosso dia a dia somos simplesmente dom quixotes desta ópera bufa entocada na terra brasilis.
Bem, não sei.
Na verdade, porém, já se sabia que não seria fácil.
Na verdade, porém, já se sabia que não seria fácil.
Afinal, iniciar um processo de transformação de toda uma sociedade (e de uma civilização, como recentemente disse Pepe Mujica, certamente avalizado pelo Papa Francisco) por meio de ideias e políticas – maiormente quando bastante tímidas, como as que por aqui se vislumbravam –, é daquelas revoluções complexas, lentas, feitas tijolo a tijolo para uma construção sólida, lógica, mágica.
E isso, de novo, nos exige muita paciência.
Paciência e estratégia.
E que não pode admitir resignação, pacatez ou inação; ao contrário, depende de lutar pela soberania popular, depende da obediência aos direitos e garantias fundamentais e depende da ira santa que reage com intensidade contra uma situação de grave injustiça e arbitrariedade.
E talvez essa seja a essência da grande dose de estratégica paciência que daqui em diante devemos ter: disciplina, firmeza e perseverança para suportar nosso trabalho de reerguimento de um admirável Brasil novo, com democracia, liberdade e igualdade.
Mais até do que para suportar estes malditos golpistas e seus filhotes amestrados.
Até quando?
Impossível saber, pois a soberania popular está surrupiada e não tem prazo para ser retomada.
Não, ao menos, em 2018.
O golpe, minha gente, não ousará flertar com o tal sufrágio universal – ele virá para ficar.
Resta-nos saber como faremos a resistência democrática.
Até quando?
Impossível saber, pois a soberania popular está surrupiada e não tem prazo para ser retomada.
Não, ao menos, em 2018.
O golpe, minha gente, não ousará flertar com o tal sufrágio universal – ele virá para ficar.
Resta-nos saber como faremos a resistência democrática.