quarta-feira, 22 de abril de 2009

# (in)significâncias


fdsAlguns grandes amigos coxas reclamaram das duas metáforas apresentadas aqui, à sombra da mangueira imortal, nos últimos dias. Repreendo-me, talvez, pelo tom exagerado das comparações ou mesmo pelas ironias que, não obstante já como uma figura de linguagem, poderiam ter sido menos cruéis. Mas, por outro lado, lembro de duas coisas.
fdsPrimeiro, daquela frase clássica que diz: "o futebol é a coisa mais importante dentre todas as menos importantes". Ou seja, no mundo da literatura, das mesas-redondas, das conversas de botequim e das torcidas, o rude esporte bretão não pode ser alçado à quinta-essência mundanal, razão pela qual não permite aos seus respectivos operadores e torcedores tratá-lo como tal em suas vidas.
fdsDepois, ao fato propriamente dito, isto é, estes tais campeonatos estaduais. Ora, como bem disse o técnico do São Paulo, Muricy Ramalho -- antes mesmo das semifinais que eliminou o tricolor paulista --, "para quem vence, o campeonato estadual não vale nada, mas para quem perde é a pior coisa do mundo". Logo, por mais paradoxal que seja a frase, reflete uma puta verdade. Ou seria diferente para a dupla Atletiba?
fdsSe não fosse a magna importância dada pelo Coritiba a este campeonato -- fundamentalmente pelo ano do centenário --, os dois maiores clubes do Estado não estariam dando a mínima para o fato de que o Malutrom (o tal J. Malucelli) está na iminência de se sagrar campeão paranaense, pois o que subsiste é, apenas, a rivalidade entre rubro-negros e alviverdes. O resto do que acontece no âmbito do futebol paranaense, inclusive os seus resultados, não tem a menor importância.
fdsEm suma, os campeonatos estaduais são desprezíveis e horrendos, apresentam um nível técnico ridículo, com jogadores bizonhos e times miseráveis, e servem tão-somente para os dirigentes das federações perpetuarem-se no poder, pelos votos que recebem, a cada eleição, dos clubes filiados. Sobram, no final das contas, apenas os clássicos, que continuarão a existir com uma óbvia e ululante solução: os Campeonatos Regionais, com as Copas Sul-Minas, Rio-São Paulo, Nordeste e Norte-CO a serem disputadas entre os melhores clubes do país, em suas respectivas regiões.
fdsE as novas regras também podem ser bastante claras. Os campeões de cada uma e os vice daquelas duas primeiras com vaga na Sul-Americana, e depois um quadrangular final entre os campeões regionais para decidir uma vaga à Taça Libertadores (tirar-se-ia a vaga do quarto colocado no Campeonato Brasileiro). E deixa os bizarros Campeonatos Estaduais para os pequenos e microtimes, cujos campeões e vices terão vaga na Copa do Brasil, bem como os dois melhores classificados de cada Estado nos Campeonatos Regionais e os 10 primeiros colocados no ranking da CBF (como já é hoje). Assim, passa a Copa do Brasil a ter uma fase a mais.
fdsPronto. Tudo muito simples, fácil e inteligente, para o bem dos amantes dos seus clubes e do (bom) futebol brasileiro.
 
fds