Eu discordo de Bertolt Brecht, quando esse disse que não há homens imprescindíveis, mas sim causas imprescindíveis.
Na noite de hoje, quando estive aos arredores da Lapa/PR como convidado para as cerimônias em comemoração aos 25 anos do MST -- o maior movimento social da América Latina -- e de encerramento do ano letivo na "Escola Latinoamericana de Agroecologia" (v. aqui), a qual está contígua ao "Assentamento Contestado" (v. aqui) e situada numa antiga fazenda escravocrata do séc. XIX -- em cuja estrutura há a forte presença do Estado, a oferecer o mínimo aparato educacional, tecnológico e de saúde aos assentados e aos estudantes --, percebi que, ao lado das causas e dos caminhos imprescindíveis, há, sim, homens imprescindíveis, ainda que, claro, substituíveis.
Na medida em que a história é uma construção tremendamente coletiva, na qual andamos e colocamos as nossas pedras, percebi que aqueles tantos homens e mulheres que dirigem, trabalham e pertencem aos projetos e movimentos sociais que anseiam a concretização da solidariedade, da igualdade e da liberdade são, sim, fundamentais.
E imprescindíveis para a reforma e a revolução do nosso país, para a nossa transformação na definitiva busca por justiça e desenvolvimento social.