Devo fazer uma confissão, doída, mas precisa: a fina massa votante no projeto demo-tucano de sociedade e de país é merecedora dos meus respeitos.
Sim, como se trata de política, os cidadãos que votam no PSDB e no seu candidato, Aécio Neves, acreditam em algo corpóreo, em algo palpável, que existe, que tem forma, que tem cor, que tem gosto, que se pode ver, ouvir e cheirar.
Independentemente de serem qualificadas sob os piores adjetivos possíveis, votar no PSDB é votar em teses, teorias e ideologia concretas. É votar em algo fisicamente possível, em algo quântico, quantificável, possível de ser selado, registrado e carimbado, por mais que o voo seja restrito só para as primeiras classes.
Sim, no plano da política e da conformação estatal, o PSDB e as suas pautas existem, as suas vontades e ações são propositadas, pertinentes e coerentes com os seus interesses, e os seus interesses, por sua vez, não se escondem e nem se dissimulam na demagogia existencial.
E tudo isso porque se fala de "política", e não de religião, na qual crer no metafísico ou na fé movedora de montanhas não permite discussão sobre razões ou porquês.
E tudo isso porque se fala de "projeto político", e não de projeção de ficção científica, na qual o imaginário, o impossível e o inverossímil seriam naturais e funcionais.
Portanto, votar no PSDB está numa dimensão real e humana, razão pela qual os seus ex-eleitores não precisam ter vergonha e fugir da raia para se esconder na obnubilação alheia.
Ao contrário, votar em Marina Silva, sem partido, sem lógica e sem noção, é votar numa onda espiritual, num mundo de fantasia, num conto de fadas, numa ideia de reino encantado e celestial que só cabe para se discutir e pensar religião e ficção.
E não política, e não o Estado.