fds Mais um fenômeno das privatizações mafiosas que marcaram o Governo PSDB/PFL, a Vale (antiga "Vale do Rio Doce") retira dos recursos naturais pátrios lucros privados, exclusivamente privados. A Vale é deles, e não mais nossa.
fds Pasmem, mas no ano de 2008 a ex-estatal -- dada quase de graça a poucos beneméritos do capital -- obteve um lucro líquido recorde de R$ 21,3 bilhões em 2008. Pior, acreditem, o lucro só não foi maior porque, segundo a companhia, ocorreu uma perda contábil de R$ 8,5 bilhões, decorrente de desvalorização cambial de investimentos no exterior e pela queda na avaliação da mineradora Inco, comprada no final de 2005. Sem esses ajustes, o lucro líquido somaria quase 30 bilhões de reais.
fds Só no último trimestre, os ganhos da Vale totalizaram R$ 10,4 bilhões, um crescimento de 136,8% em relação ao mesmo período de 2007. Aliás, foi nesse trimestre que o presidente da Vale, Roger Agnelli -- que embolsa meio milhão de reais por mês para comandar, olha a moleza, uma empresa que sempre foi a maior da América Latina e uma das maiores neste setor do mundo -- fez a indecorosa e pecaminosa proposta de reduzir os salários de todos os trabalhadores brasileiros. Foi também a época em que a Vale impôs acordos de redução salarial e demitiu 1,3 mil funcionários. (v. aqui)
fds Só no último trimestre, os ganhos da Vale totalizaram R$ 10,4 bilhões, um crescimento de 136,8% em relação ao mesmo período de 2007. Aliás, foi nesse trimestre que o presidente da Vale, Roger Agnelli -- que embolsa meio milhão de reais por mês para comandar, olha a moleza, uma empresa que sempre foi a maior da América Latina e uma das maiores neste setor do mundo -- fez a indecorosa e pecaminosa proposta de reduzir os salários de todos os trabalhadores brasileiros. Foi também a época em que a Vale impôs acordos de redução salarial e demitiu 1,3 mil funcionários. (v. aqui)
fds Em vão, parte da sociedade civil (alguns centros universitários, alguns jornais etc.) e alguns partidos políticos (PCB, PSOL, PC do B etc.) tenta nos tribunais (há mais de 100 processos na Justiça, desde a época do leilão) ou no Congresso (há projeto para um plebiscito) a reversão, ou ao menos a rediscussão, da criminosa privatização, querendo discutir pontos óbvios e vitais do indecoro processo de desestatização à época ignorados.
fds Segundo a revista Exame (”As 500 maiores”, julho de 1998), o patrimônio da Vale em 1997 era de US$ 8,5 bilhões. Tinha receitas de US$ 5 bilhões e lucrou US$ 677 milhões. Portanto, era rentável e dava um lucro substancial, civilizado, de 8% do seu patrimônio líquido. Aplicando àquele valor patrimonial a desvalorização sofrida pelo dólar (mais ou menos 30% nos dez anos), pode-se dizer que o patrimônio da CVRD em 1997 era de US$ 11 bilhões a preços de 2007.
fds Como uma das maiores mineradoras do mundo e a maior da América Latina -- no Brasil tinha um patrimônio equivalente a quase o dobro do grupo Votorantim e do grupo Bradesco --, era a Vale avaliada em 2007 por R$ 12 bilhões em 1997, mas foi vendida por miseráveis R$ 3,338 bilhões. E mais, na bolsa, sendo um dos critérios utilizados para avaliar empresas a relação entre preço e patrimônio líquido, há vários casos em que esta relação chega a 10 ou 20. Por este critério, portanto, a Vale poderia valer US$ 110 ou mesmo US$ 220 bilhões de dólares. (v. aqui)
fds Difícil mesmo é explicar como o órgão gestor das privatizações, o BNDES, assessorado por empresas de auditoria e consultoria contratadas, chegou a um preço mínimo tão insignificante frente aos resultados e ao patrimônio da Vale. Como gestor da privatização da Vale, o BNDES tinha a obrigação de levantar a situação econômico-financeira da empresa e o valor integral do seu patrimônio, não só em ações, mas também em reservas minerais, equipamentos, meios de transporte, imóveis urbanos, terras, conhecimento científico, reservas estratégicas e tudo o mais; todavia, foram subavaliadas as reservas de minérios de ferro, ouro, manganês, bauxita, cobre e caulim e não incluídas na avaliação o titânio, calcário, dolomito, fosfato, estanho, granito, zinco, grafite, nióbio e urânio. (v. aqui)
fds A lei de criação da Vale estabeleceu que 85% dos seus lucros seriam aplicados em fundo de melhoramento e desenvolvimento regional. Antes da privatização os acionistas reduziram esse percentual para 8% e o BNDES recebeu dos arrematantes uma “doação” de apenas R$ 85,9 milhões, que seus técnicos disseram corresponder a 30 anos de contribuição na base de 8% sobre os lucros estimados a contar de 1997.
fds Pretender que foi a eficiência do setor privado que fez o lucro da Vale disparar nestes anos é outro equívoco, um verdadeiro disparate. O preço dos minérios mais do que triplicou no mercado internacional. O preço do frete ferroviário e de outros serviços que a Vale presta mais que duplicou com a privatização -- e a Vale já tinha as mesmas três ferrovias. Além disso, com as demissões, o aumento da taxa de exploração e reduções de salário real dos funcionários, aumentou substancialmente a mais valia.
fds Em suma, a necessidade de retomada do controle acionário nacional sobre o imenso patrimônio da Vale pelos brasileiros, como usurpadora de nossos recursos naturais e dado o seu caráter estratégico de permitir a multiplicação exponencial da renda neste comércio globalizado, consiste numa essencial alavanca para o mais rápido e sustentável desenvolvimento nacional.
fds A questão, justa e pacífica, é que humanística e juridicamente a venda da Vale foi ilegal, imoral e cruel, a prejudicar consideravelmente o desenvolvimento de nosso país em prol da velha e mendaz elite burguesa e política que cozinha a população. O resto, é conversa normalmente deglutida pela epidemia cega e apática que atinge a quase todos.
fds A lei de criação da Vale estabeleceu que 85% dos seus lucros seriam aplicados em fundo de melhoramento e desenvolvimento regional. Antes da privatização os acionistas reduziram esse percentual para 8% e o BNDES recebeu dos arrematantes uma “doação” de apenas R$ 85,9 milhões, que seus técnicos disseram corresponder a 30 anos de contribuição na base de 8% sobre os lucros estimados a contar de 1997.
fds Pretender que foi a eficiência do setor privado que fez o lucro da Vale disparar nestes anos é outro equívoco, um verdadeiro disparate. O preço dos minérios mais do que triplicou no mercado internacional. O preço do frete ferroviário e de outros serviços que a Vale presta mais que duplicou com a privatização -- e a Vale já tinha as mesmas três ferrovias. Além disso, com as demissões, o aumento da taxa de exploração e reduções de salário real dos funcionários, aumentou substancialmente a mais valia.
fds Em suma, a necessidade de retomada do controle acionário nacional sobre o imenso patrimônio da Vale pelos brasileiros, como usurpadora de nossos recursos naturais e dado o seu caráter estratégico de permitir a multiplicação exponencial da renda neste comércio globalizado, consiste numa essencial alavanca para o mais rápido e sustentável desenvolvimento nacional.
fds A questão, justa e pacífica, é que humanística e juridicamente a venda da Vale foi ilegal, imoral e cruel, a prejudicar consideravelmente o desenvolvimento de nosso país em prol da velha e mendaz elite burguesa e política que cozinha a população. O resto, é conversa normalmente deglutida pela epidemia cega e apática que atinge a quase todos.