segunda-feira, 21 de julho de 2014

# açougue


Não há argumento que resista ao que se vê na carnificina de Israel sobre palestinos.

Dizer que civis palestinos são usados como escudo pelo Hamas  "ah, quem mandou usar o povo inocente?" , dizer que infelizmente a discrepância de poderes bélico-político faz parte da guerra  "ah, quem mandou se meter com a gente?"  e dizer que nestas circunstâncias erros acontecem e por isso tantos mortos "ah, quem mandou não obedecer a regra imposta e vigente?"  são casos patentes de cínica má-fé.

Ora, com a torpe tolerância européia e sob o atroz apoio estadunidense, o comando israelense continua a fazer gato e sapato do pouco que resta da Palestina (v. aqui).

Os números, por ora, mostram um despautério na análise que busca comparar os dois lados, as razões envolvidas e o bom, o feio, o sujo e o malvado disso tudo. 

São mais de quinhentos mortos de um lado, contra menos de vinte de outro; são 80% de um território atingido contra 10% de outro; é um arsenal político-militar acachapante de um lado contra rebeldes de arco-e-flecha e rojões quase juninos de outro (v. aqui). 

E tudo, tudo, por uma causa em que, ambos certos-e-errados, o lado absurdamente mais fraco tem agora a mínima razão  afinal, dê-se Gaza a quem merece a infeliz miséria de Gaza (v. aqui).

Novamente, como disse Eduardo Galeano (v. aqui), bem parece que aquele funesto costume europeu de ter caçado judeus tem a sua histórica dívida sendo cobrada, com sangue e na pele, do povo palestino  que, veja-se a ironia, é semita...

Mas esqueçamos isso agora.

Hoje já não se trata mais de guerra religiosa, de disputa territorial, de conflito político, de belicismo entre a ultradireita de Israel e os radicais do Hamas ou de qualquer outra coisa que minimamente o valha e que mereça ser, oxalá, resolvido.

Trata-se de um massacre.

E que deve ser analisado no seu intransitivo.

Com a mais firme, ativa e urgente reprimenda mundial.