segunda-feira, 5 de setembro de 2022

# armação ilimitada

 

A armação que o bolsonarismo imporá quarta-feira, 7 de setembro, tem todo o roteiro delineado.

Respirando por aparelhos para as eleições de outubro, Jair e sua trupe não têm outra saída senão desesperadamente criar um fato novo.

Desta vez, a facada será outra. Isso soa como continuação de filme – e é.

O que acontecerá quarta-feira pelas orla de Copacabana será uma tentativa desesperada para, de novo, melar as eleições, vitaminar o gado, ludibriar incautos e, principalmente, iludir o povo indeciso sobre o sue voto.

Em Copacabana, será o prenúncio de um atentado carluxiano: o roubo do bicentenário da República como um desesperado ato para tentar salvar a sua derrotada reeleição. 

Haverá pirofagia com tiros de canhão, malabares com paraquedistas fajutos, jogral com  fragatas de araque, piruetas de teco-tecos, circo da banda militar, muita gente à toa na vida cantando coisas de ódio e um arsenal de mentiras e de falas sem qualquer noção cívica e republicana. 

E é preciso dizer e se precaver para o "fato"; é preciso toda a atenção e a prévia repercussão para mais este faz-de-conta que desestabiliza a pobre democracia brasileira e que culminará na grande mentira: o resultado eleitoral foi fraudado.

Não caberá surpresa, não caberá indignação, não caberá dar crédito para este novo Riocentro que visará, num revival cretino, culpar e criminalizar a "esquerda".

O mesmo terror, mas agora sob outra medida.

Um terror sem graça, sem medo, sem fio na espinha. Um terror à altura deste platelminto que finge governar o país e que, por um aborto da natureza, acabou sendo eleito em 2018  afinal, nunca na história do Brasil se poderia imaginar que um fascista suburbano se tornasse presidente da República.

Um terror tragicômico. Um terror B. Um terror que não assusta. Um terror no qual que se vê o catchup no canto do braço cortado. Um terror pornográfico, daqueles que não há história, só a serra elétrica desesperada correndo pela tela atrás de corpos fragilizados. Um terror fraquinho, sem luz, sem foco, sem graça. Um terror que merece a lata do lixo.

Aqueles mesmos personagens de sempre, com os mesmos cartazes, as mesmas frases-feitas e a mesma obtusidade, a mesma má-fé, a mesma perversidade, agora adornados com helicópteros, tanques, cavalos e canhões, colocados na orla carioca como se todos brincassem de forte-apache.

Quantos serão convencidos por esta armação? Quantos entrarão em modo desespero e com isso repugnarão o "ataque", mudando o voto? Como se comportará a grande mídia na sua eterna postura de dar equivalência a este grupelho de extrema-direita e todo o campo democrática de centro-esquerda? Para que lado a grana penderá diante desta arapuca?

O bolsonarismo, a curto prazo – uma vez que com a derrota presidencial a sua amplitude e força serão significativamente reduzidas –, será devolvido ao esgoto e aos porões da sociedade; porém, na quarta-feira, tentará demonstrar brio, conquistar piedade e simular seriedade como último blefe. 

Não conseguirão.

Como disse Marx, a história se repete, na primeira vez como tragédia e na segunda como farsa.

O caso, nesta quarta-feira, será mais do que farsesco – será patético.

E não irá parar por aí.

Dia 2 de outubro, após o resultado eleitoral com a provável vitória de Lula no primeiro turno, toda a claque bolsonarista – milicos aposentados, familícias e uma fauna que passou a ocupar as redes e as ruas a partir das passeatas de junho  já está devidamente guiada para causar o caos, com muita violência, armando o terror nos grandes centros urbanos sem quaisquer limites.

O fim? Salvaguardar a todo custo a pele do seu mito de pés de bosta no qual se espelham.