sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

# antifahrenheit 451 (viii)


É por essas e outras que os Governos Lerner (no Paraná, de 1995-2002), Aécio Neves (em Minas Gerais, desde 2003) e José Serra (desde 2007) são eleitos como os melhores do Brasil, da Terra, da Via Láctea, de todos os tempos.
Os méritos, claro, são da mídia nativa -- Grupo RPC para o primeiro e Grupos Globo e Abril para os outros -- que, como recompensa dos bi (bi!) bilionários gastos de dinheiro público em propaganda e publicidade, a toda hora repete, inventa, aumenta, mente e repete as pseudoglórias de uma administração pública, senão corrupta, absolutamente conservadora e patrimonialista, bem ao gosto dos donos do poder (e do capital) e como bem acostumado é a nossa população.
Veja, leia e assista os absurdos e clarividentes números, artigos e vídeos, aqui, aqui e aqui -- imperdíveis!



quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

# atleticanas (ii)

Todo grande time precisa de um craque -- muito mais do que um grande goleiro, como dizem (lembremos de Felix, Valdir Peres...) --, motivo pelo qual o paraguaio Julio dos Santos mostra a cada jogo que é indispensável para o time do Atlético ser grande.
Na vitória ridicularmente fácil de ontem, contra o Foz do Iguaçu, mais uma vez ele apresentou um excelente futebol, digno de quem pensa, estuda, arma, muda e abrilhanta um jogo.
Problema agora tem Geninho, que precisa dar um jeito de colocar 3 jogadores -- Julio, Ferreira e Marcinho --para, hoje, duas posições, vez que nenhum deles, num jogo sério, consegue jogar como homem de marcação no meio-campo.
Ofereço uma solução simples, mas diferente: (i) mudar o esquema tático, do atual 3-5-2 para um 4-4-2; (ii) sacar o zagueiro Chico e colocar o jovem revelação Fransergio como segundo-volante; (iii) sacar o atacante Jùlio César, deslocar o colombiano Ferreira para o ataque e colocar o Marcinho no meio-campo; e (iv) dar a camisa 10 para o nosso grande craque, um cavalo paraguaio às avessas.
Em tempo: até onde o unânime e todo-poderoso Geninho é um técnico com grandes conhecimentos e idéias táticas, ao invés de um grande motivador, psicólogo e carismático treinador? Lembremos que desde 2001 ele não deu mais certo em lugar algum...
fds

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

# um outro mundo é possível?





fds
fdsfdsDe hoje até 2 de fevereiro uma enorme gama de cientistas e intelectuais, estudantes e artistas, jovens e idosos, políticos e trabalhadores de todas as partes do mundo encontram-se em Belém/PA para a oitava edição do "Fórum Social Mundial", encontro que estimula o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, no âmbito local-regional ao internacional-global, pela construção de um outro mundo, mais solidário, democrático e justo.
fdsfdsApós cinco edições em Porto Alegre/RS e depois de ser realizada na Índia, no Quênia, na Venezuela e no Paquistão -- e hoje já contando com um "Conselho Internacional "que, em sua reunião de fundação, aprovou em Carta de Princípios que rege os mais diversos fóruns sociais locais, regionais, nacionais e temáticos realizados em todo o mundo --, o Brasil volta a ser sede deste que hoje é o mais importante e mais crítico evento mundial cujo fim é debater o mundo sob um viés frontalmente contrário daquele debatido (e querido) no "Fórum Econômico Mundial" de Davos, na Suiça.
fdsfdsCertamente a grande mídia insistirá em abafá-lo, menosprezá-lo ou ridicularizá-lo, mas, perdoai-os, pois eles não sabem o que dizem... E, assim, você poderá acompanhá-lo nos diversos canais virtuais que cobrem o evento, como o www.forumsocialmundial.org.br (oficial) ou o www.cartamaior.com.br, ou mesmo na TV Educativa do Paraná, sintonizada inclusive na própria internet (www.aenoticias.pr.gov.br/tv-aovivo.php).

# e ainda o feijão da fundação...

fdsEstranham alguns amigos as declarações feitas à televisão, no momento em que o simpático jornalista -- ou quem fazia as vezes de tal -- colocava microfone e câmera á frente deste escriba e pedia algumas palavras a respeito da Fundação, mais precisamente sobre "o que significava a Fundação Francisco Bertoncello".
fdsNão fui tão breve para tentar explicar que a criação, a manutenção e o desenvolvimento de uma fundação nada mais é do que uma obrigação da sociedade civil organizada e privilegiada diante de um estado regido pelo sistema capitalista, o qual, por sua natureza e por sua razão de ser, promove a injustiça e causa a miserabilização do povo. Que nada mais significa do que uma forma de contribuir, retribuir e redistribuir as benesses que nós, como parte da elite nativa, dispomos.
fdsE que isso é muito pouco diante da imensa dimensão dos históricos problemas e das encrostradas mazelas sócio-econômicas existentes em nosso país, os quais serão corrigidos e sanados se dispusermos, ou melhor, se pusermos em marcha uma nova sociedade, firmemente assente nos preceitos crsitãos e socialistas, ambos factíveis apenas num novo Estado brasileiro, forte, atuante e única e absolutamente comprometido com o povo e com o interesse público.
fdsBem, pelo menos foi tudo isso que quis dizer...

# e assim caminha a humanidade (x)


fdsfdsEnquanto isso, num domingo de churrasco, entre dois amados senhores, um deles diz:
fdsfds- "(...) por que veja, há de se ter o máximo respeito por aqueles que criaram fortunas e que construíram esses imperíos... são verdadeiras, incríveis e magnâminas proezas".
fdsfdsMomento quando o outro acrescenta:
fdsfds- "Claro, deve-se louvar aqueles que criaram essas fortunas, que dão emprego a tantos milhares de trabalhadores... e que não quebram, diferente de tantos pequenos (...)".
fdsfdsA respeitar e a aprender com os cabelos brancos da experiente e vívida vida, mas também a exigir respeito pelos anos de estudos da história e das ciências da sociologia, da filosofia e da economia, lembro-lhe que o fim do capitalismo é bastante claro: a monopolização de bens e serviços, pela acumulação infinita do capital -- o "lucro" --, que fortalece a exploração do trabalhador e inviabiliza o próprio desenvolvimento do... mercado (já aqui entendido como a reunião de uma pluralidade de agentes que vendem o produto de seu próprio trabalho e que ficam com a sua mais-valia, e não uma instância que mediatiza as relações entre os homens, que intermedeia o trabalho e cria a necessidade de toda produção humana adquirir a forma de mercadoria, com a famosa equação de Marx: D-M-D').
fdsfdsNeste sistema político-econômico-social não cabe uma pluralidade de competidores, pois o que se estabelece são agentes que dominam o mercado de forma concentrada e, se não com exclusividade, oligopolizada, mediante cartéis -- é o capitalismo de monopólios, sobrenome que já é indissociável do nome. Este sistema cria a exploração do trabalho como mendaz mote a uma bem-aventurada criação de empregos, que demagogicamente apenas legitima a mais controvertida criação humana: a propriedade privada dos meios de produção, que faz tantos milhões estarem à mercê de tão poucos.
fdsfdsOutrossim, afora essas questões que regem de per si o sistema capitalista, não se pode olvidar que a regra comportamental destes pequenos magnatas do capitalismo paranaense está intimamente ligada à corrupção, em espúrias associações com os poderes públicos instalados.
fdsfdsLogo, não há qualquer mérito na divinização de aristocratas famílias de sangue azul e bolsos verdes, pois o que houve -- e o que há... -- é tão-somente um reflexo da exploração absurda que tais famílias promoveram sobre os seus trabalhadores, da corrupção espúria e criminosa que tais empresários promoveram com agentes públicos sobre o Estado e, como lhe cabe, da estrangulação nefasta que este barões do capital e da sociedade promoveram sobre o mercado, expurgando competidores, amealhando outros e, principalmente, destruindo a maioria.
fdsfdsEnfim, deveria fazê-los lembrar que são estas raízes que ainda nos fazem ser uma sociedade frágil, pobre e subdesenvolvida, pois, enquanto não destronarmos os tantos reis que aqui desmandam, acabando com os mitos e desvendando as verdades que cercaram a construção dos impérios financeiros dessa gente, continuaremos a ser uma república eternamente formada por suseranos de um lado e homens cordiais de outro.



segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

# pra não dizer que não falei das flores

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), como um movimento social do campo, do povo da roça, de trabalhadores rurais e de agricultores e camponeses familiares pobres e expulsos pelo latifúndio, sempre foi visto pela sociedade a partir do antidemocrático olhar de uma grande mídia que se encontra a serviço dos aparelhos ideológicos da elite nativa e que dominam o modo de pensar e de agir de toda a sociedade. Se alguém ou um grupo social fugir dos padrões de comportamento por eles fixados, nasce o conflito de interesses e o conflito de classes. E, por fugir dos padrões impostos pela sociedade dominante, desde o seu surgimento a população brasileira enxerga-o com certa desconfiança, desdém ou ódio.
 
dfds Em 1984, numa conjuntura de embates pelo fim da ditadura militar e da direita, pela abertura política e de mobilizações operárias e culturais, aproximadamente 100 trabalhadores rurais de mais de dez Estados da Federação concluíram que a ocupação de terra era uma ferramenta fundamental e legítima na luta pela democratização da terra e saíram com a tarefa de construir um movimento orgânico e nacional, fazendo nascer o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), hoje o maior movimento social da América Latina e exemplo mundial de independência, persistência e justa luta.
dfds Assim, formaliza-se a construção de um movimento que tem como pontuais fins: a luta pela terra, a luta pela Reforma Agrária e um novo modelo agrícola, a luta por transformações na estrutura da sociedade brasileira e a luta pela criação de um projeto de desenvolvimento nacional com justiça econômica e social, ou seja, diretrizes absolutamente normais e naturais para um Estado que queira, seriamente, cumprir o que hoje está disposto na nossa Constituição, em seus artigos preliminares, como fundamentos -- a "cidadania" e a "dignidade da pessoa humana" -- e como objetivos -- a "construção de uma sociedade livre, justa e solidária", a "garantia do desenvolvimento nacional", a "erradicação da pobreza e da marginalização", a "redução das desigualdades sociais e regionais" e a "promoção do bem de todos" -- da República Federativa do Brasil, ou mesmo no que diz os também pouco efetivados artigos 184 e 186 da Carta Magna, ao se referir à "função social da terra" e determinar que, se violada, a terra seja desapropriada para fins de Reforma Agrária.
dfds Após 12 anos dos governos fernandistas -- o primeiro comprometido com os ruralistas e latifundiários e o segundo com o neoliberalismo --, o Brasil sofreu, fazendo crescer a pobreza, a desigualdade, o êxodo, a falta de trabalho e de terra. Com a eleição de Lula, a expectativa não se traduziu na prática, não se gerando mudanças significativas na estrutura fundiária, no modelo agrícola e no modelo econômico.
dfds Defenestrada pela mídia golpista, a qual nada mais representa senão os interesses da elite nativa, a população pouco conhece do MST e generaliza-o, pensa-o como um bando de vândalos ou vagabundos. Ledo engano. Bem como advogados, jornalistas, magistrados, empresários e políticos, também há trabalhadores rurais descomprometidos com a ética, a moraldiade, o interesse público e o interesse coletivo -- ouso dizer, inclusive, em muito menor parte... Todavia, em sua ampla maioria, são homens e mulheres dignas e são líderes sérios que apenas almejam uma nova realidade agrária brasileira, com a mais absoluta justiça.
dfds Todos os países considerados desenvolvidos atualmente fizeram reforma agrária. Em geral, por iniciativa das classes dominantes industriais, que perceberam que a distribuição de terras garantia renda e trabalho aos camponeses, o que formou um mercado nacional nesses países, criando condições para o salto do desenvolvimento. O maior exemplo disso foi os EUA que, no final do século 19, com uma economia do mesmo tamanho que a do Brasil, promoveu uma intensa reforma agrária e, em 50 anos, alcançou uma enorme força industrial, via aumento da qualidade de vida e do poder de compra do povo.
dfds Hoje, o MST está organizado em 24 estados, onde há 130 mil famílias acampadas e 370 mil famílias assentadas, organizando os pobres do campo e continuando a luta pela Reforma Agrária, pela construção de um projeto popular para o Brasil, baseado na justiça social e na dignidade humana, e que priorize a produção de alimentos, a distribuição de renda e a construção de um projeto popular de desenvolvimento nacional. Porém, depois de 500 anos de lutas do povo brasileiro e 25 anos de existência do MST, a Reforma Agrária não foi realizada no Brasil. Os latifundiários, agora em parceria com as empresas transnacionais e com o mercado financeiro – formando a classe dominante no campo - usam o controle do Estado para impedir o cumprimento da lei e manter a concentração da terra.
dfds Enfim, a grande ação do MST não está nas ocupações e nas suas legítimas indignações, mas no ato de ensinar para toda a sociedade brasileira de que o campo e o mundo camponês estão em movimento, a exigir um novo modo de pensar o país.
ffds Logo, não se pode simplesmente ignorar sua existência. Ele existe e traz um novo modo de ver as relações sociais, sempre ensinando e lembrando, por meio dos atos, dos fatos, da linguagem, das marchas e dos símbolos, que se pode ter esperança na sociedade brasileira, pois, a questionar as estruturas sociais e a cultura política-econômica vigente, está a afirmar a sua vocação filosófica de formar novos sujeitos coletivos e históricos que venham realmente construir um Brasil não apenas de todos, mas para todos.

 

# feijão da fundação (final)

fds Simplesmente fantástico.
fds O "VII Feijão da Fundação" foi um absoluto sucesso, com muito samba, com a melhor feijoada já feita, com a presença recorde de 1.450 pessoas, com uma infinidade de amigas e amigos, com a chegada pontual (e já clássica) da chuva a partir das 6 da tarde e, claro, com muita alegria, até anoitecer.
fds Claro que há intempéries, em especial provocadas por aquelas pessoas que insistem em querer entrar gratuitamente, com artimanhas vis, nas encostas dos organizadores, dos músicos ou dos jornalistas, sem perceber que não trai apenas os "serviços de fronteiras" do evento, mas, sim, trai mais de 20 crianças, trai um orfanato, trai toda a sociedade. A atuação de tais seres, mais do que trágico-cômico, é lamentável e indignante, razões pelas quais as mesmas mereceram a nossa mais firme reprimenda.
fds Enfim, agradecemos os patrocinadores, agradecemos a todas as pessos sérias da imprensa que lá estiveram cobrindo e repercutindo o evento, agradecemos as quase 1.300 pessoas que compraram os seus ingressos e lá festejaram e, principalmente, agradecemos a todos aqueles que participaram na organização e na realização da feijoada, em especial a turma da cozinha.
fds Valeu! E até 2010 -- ou, talvez, como tudo indica, antes, com o "Feijão de Inverno da Fundação"...

# atleticanas (i)


Há tempos não assistia a um jogo com tamanha dinâmica e técnica como este que fez a final da "Copa São Paulo", o maior torneio nacional de futebol júnior, disputado entre o Clube Atlético Paranaense e o Corinthians e vencido pelo clube paulista num empolgante 2 a 1, após um erro crasso e determinante do árbitro que injustamente expulsou um defensor rubro-negro.
O "Ventania" empolgou e nos fez ter esperanças na formação de um excelente time para os próximos anos -- caso não sejam vinculados a empresários e saiam do CT do Caju antes mesmo de se tornarem profissionais... --, em especial por 3 atletas que, não para depois, mas para já, devem ser titulares neste campeonato paranaense: Raul (ala-direita), Manoel (zagueiro) e Fransergio (segundo-volante). Resta, para isso, esperar que Geninho preste atenção na passagem bíblica que prefacia a obra o "Ensaio sobre Cegueira", de Saramago: "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara".
E, por falar nisso, sobre a estréia do Furacão, ontem, contra o Rio Branco de Paranaguá, nada a declarar, à medida que, diferente dos toscos coxas e paranitos, não fez nada mais do que a obrigação, vencendo num burocrático 3 a 0.
E já salientamos: serão poucas as nossas declarações acerca desse medonho campeonato.

 

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

# outro pirata?

fdsfdsNas terras latino-americanas isso tornar-se-ia outro insulto às novas políticas públicas e populares -- e populistas, pois para o povo! -- que vigem na Bolívia, na Venezuela, no Equador etc.: Barack Obama -- o ditador Obama, como devem começar a dizer por aí... -- e toda a sua equipe econômica decidiram que o único caminho para tentar salvar o sistema financeiro dos EUA é... a estatização de boa parte do sistema financeiro (v. aqui).
fdsfdsE depois dizem que somos loucos...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

# um arquiteto


Poucos desavisados, distantes do universo acadêmico ou alheios ao mundo das ciências jurídico-econômicas, indagam-me sobre o Professor António José Avelãs Nunes, Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Vice-Reitor da mesma instituição, que me deu a honra de escrever o prefácio do meu livro (v. aqui).
 
Quis est?

Respondo-lhes, brevemente, com as palavras de um artigo escrito pelo Professor Doutor Luiz Edson Fachin (UFPR), um dos mais brilhantes juristas do nosso país, sobre o professor português e a sua última obra "Neoliberalismo e Direitos Humanos" -- na qual, sem nenhum dom premonitório, anteviu toda essa zorra e essa síndrome de reflexões que hoje aí está --, e que foi intitulado "Avelãs Nunes: arquiteto da ponte entre o reino da necessidade e o reino da liberdade":


fds Bate à porta um verbo do tempo presente que ainda tem flores para contrastar com a barbárie das pedras mais duras que cimentam um olhar sombrio sobre o futuro. É na conjugação da esperança que vamos encontrar a obra de António José Avelãs Nunes, recém publicada pela Editora Renovar e lançada para todo o Brasil, sobre neoliberalismo e direitos humanos.
fds O que nela se contém, em verdade, é muito mais do que aparentemente ali se vê: é uma lição de vida que relembra a saga cantada em verso por João Cabral de Melo Neto.
fds Em seu Auto de Natal Pernambucano, João Cabral traça o caminho percorrido desde a morte até a vida que abrolha dos recônditos mais insólitos, para consolidar a sua força e perseverança. Motivado por seu sonho, e por uma inesgotável fonte de esperança, singra o homem -- Severino -- o caminho de seu viver em busca da afirmação do sentido de sua própria existência.
fds Caminhada semelhante anuncia o Professor Doutor António José Avelãs Nunes em sua obra, quando nos indaga:
'Que expectativas se abrem aos povos injustiçados de todo o mundo?' (p. 118). Reforçando o valor da vida, não apenas vivida, mas também sonhada, nos responde o próprio professor: 'Ninguém terá uma resposta infalível, mas temos que ter a coragem de evitar que a censura totalitária do pensamento único nos impeça de dizer e de escrever aquilo que pensamos e nos impeça de pensar aquilo que dizemos e escrevemos'
(p.118).
fds Esta reflexão encontra guarida também nos versos de João Cabral de Melo Neto, cuja aproximação desvenda um novo modo de discorrer sobre o fenômeno econômico e jurídico, não como reprodução de modelos arcaicos e insatisfatórios frente às graves demandas sociais, mas como transformação do que se demonstra injusto e excludente.
fds Severino nega o caminho da morte que avulta em todo o seu itinerário que vai do sertão no interior pernambucano, na metáfora da morte, até Recife, espelho simbólico da vida. Na obra, o Professor Avelãs também recusa a ideologia do pensamento único, constituído no ideário de império por parte dos produtores da ideologia dominante que pregam a massificação dos padrões de consumo, dos padrões de felicidade, estes sim verdadeiros caminhos para a servidão (Hayek). (...). Do mesmo modo que Severino retirante não se resignou frente a seu destino certo, a morte morrida ou matada, não silencia o Professor Avelãs quando propõe, como alternativa a esta organização social que aí está, a modificação das estruturas de poder então vigentes.
fds Para tanto, faz-se imprescindível uma leitura política do fenômeno econômico para a satisfação das necessidades humanas e respeito aos direitos fundamentais, sempre centrando na idéia da dignidade da pessoa humana. O autor nos diz:
'O mercado (e suas leis naturais, apriorísticamente capazes de resolver todos os problemas da humanidade) é precisamente um dos mecanismos fundamentais da estrutura de direitos e poderes que se admite ser necessário modificar'
(p. 120).
fds Nesta perspectiva, o intercruzamento entre estas duas grandiosas obras manifesta-se em uma dúplice dimensão: a primeira diz respeito a centralidade e superveniência da vida, ou seja, do humano:
'Não pode o direito, ou as relações de poder, sobrepor-se ao ser. É, justa e necessariamente, a vida humana o elemento teleológico que alimenta o fenômeno jurídico em busca de seu substrato axiológico, a justiça' (p. 116).

fds A outra dimensão que aqui se faz referência é a possibilidade; a mantença do direito de sonhar com um porvir diferente e mais solidário do hoje que se põe. Assim como Severino que, sustentado por sua aspiração -- a única restante -- de esperança, atravessou a barreira da morte e aflorou para a vida, 'podemos nós, acreditando que o projeto neoliberal está fadado ao fracasso, visualizar novos horizontes, para que, ultrapassando as ideologias que pregam o fim da história, trilhar caminhos que respeitem a dignidade do homem, o desenvolvimento integral da sua personalidade e a conquista do seu bem-estar material' (p. 111). (...) E eis aí o mais importante papel social dos Severinos de Maria e santos da romaria: a resistência e a obstinação, na esperança de que um outro mundo é possível.
fds Assim como Severino -- e somos muitos severinos iguais em tudo na vida --, não podemos nos calar e nos acomodar a esta estrutura de reprodutora do poder e promotora da fome, e temos, no cenário da contemporaneidade, que encontrar razões para acreditar que podemos viver num mundo de cooperação e de solidariedade, num mundo capaz de responder satisfatoriamente às necessidades fundamentais de todos os habitantes do planeta.
fds Subscrevemos, por isso, a lição necessária para seguir em frente, saltando do reino da necessidade para o reino da liberdade: 'As mudanças necessárias não acontecem só porque nós acreditamos que é possível um mundo melhor. Essas mudanças hão de verificar-se como resultado das leis de movimento das sociedades humanas, e todos sabemos também que o voluntarismo e as boas intenções nunca foram o motor da história. Mas, a consciência disto mesmo não tem que matar nosso direito à utopia e nosso direito ao sonho. Porque a utopia ajuda a fazer o caminho. Porque sonhar é preciso, porque o sonho comanda a vida' (p. 123).
fds Por isso, saudamos o autor e a obra que escrevem na arquitetura da vida a ponte entre a necessidade e a liberdade, entre a barbárie e a esperança, e aqui celebram, acima da crueza das pedras, o encanto de um encontro que, resistindo à tragédia e à barbárie, produz flores e frutos.
fds Como não há melhor resposta que o espetáculo da vida, floresce nela convite à reflexão sobre a vida presente. Nela, o porvir que bate à porta. Recomendo deixá-lo entrar.

 

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

# não é um pássaro, nem um avião, nem um superman


José Saramago traz em seu blog (v. aqui) as perplexas expectativas que, mesmo para um comunista como ele, pairam sobre o mais novo rei do império, hoje aparentemente muito mais humano:

fdsfdsDonde saiu este homem? Não peço que me digam onde nasceu, quem foram os seus pais, que estudos fez, que projecto de vida desenhou para si e para a sua família. Tudo isso mais ou menos o sabemos, tenho aí a sua autobiografia, livro sério e sincero, além de inteligentemente escrito. Quando pergunto donde saiu Barack Obama estou a manifestar a minha perplexidade por este tempo que vivemos, cínico, desesperançado, sombrio, terrível em mil dos seus aspectos, ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e colectiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida. Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons: “Eu também, eu também.” Barack Obama, no seu discurso, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados. No fundo, o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vinhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar.


 

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

# merchand



ffdsfds"(...) Estudando as cláusulas sociais, entre o proteccionismo hegemónico e o ideário altruísta, no âmbito do desenvolvimento das nações e das relações multilaterais de comércio internacional, (...) [o Autor] não se ateve aos aspectos técnicos, envolvidos numa problemática tão rica e tão actual.
ffdsfdsCentrando as suas preocupações na perspectiva do Direito do Comércio Internacional, (...) não hesitou em percorrer o caminho mais difícil. Analisou sempre os problemas à luz da História; enquadrou-os do ponto de vista da Filosofia e da Ética (com particular atenção aos Direitos Humanos); estudou-os na óptica do Direito do Trabalho e do Direito do Desenvolvimento;
[e]
foi à Economia Política buscar os ensinamentos necessários à boa compreensão dos interesses em causa e dos mecanismos ao seu serviço.
ffdsfds(...) Optou por ‘não desertar do seu posto’, enfrentando os problemas políticos e os problemas sociais implicados nas matérias que investigou.
ffdsfdsE fê-lo com grande maturidade e bom senso, fê-lo no respeito das ‘regras da arte’ de um trabalho de investigação (...), mas fê-lo também – honra lhe seja – sem a hipocrisia beata dos que, apesar das ‘mãos sujas’ de compromissos que não querem confessar, teimam em jurar que a sua ciência é uma ciência ‘positiva’, uma ciência ‘neutra’ em relação aos fins, uma ciência que não é ‘política’, (...) firmando assim, a meu ver, os seus méritos e os seus créditos de investigador preocupado em transformar o mundo".
fdsEste, pois, é o texto da contracapa e um excerto do "Prefácio" escrito por António José Avelãs Nunes -- Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Vice-Reitor da mesma -- para a obra deste que vos escreve: "RICOS & MENDAZES o Dilema das Cláusulas Sociais nas Relações Multilaterais de Comércio Internacional (um Itinerário Sinuoso-Bloqueante para o Direito ao Desenvolvimento)".
fdsA razão de trazê-la de volta à baila -- v. aqui quando do seu lançamento -- advém da aprazível notícia que tive na última sexta-feira, quando em comunicado editorial oficial fui informado da sua aceitação e circulação, o que agradavelmente surpreende pelo fato de ter sido fruto de um trabalho científico e com fins, a priori, exclusivamente acadêmicos, motivos que poderiam restringir o público.
fdsO livro, publicado em 2008 pela centenária editora "Almedina", ainda está na 1a. edição e pode ser adquirido nas melhores casas do ramo de Portugal e do Brasil ou pela internet.

 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

# feijão da fundação (ii)

fdsfdsfdsfds

Faltam 7 dias para o "VII Feijão da Fundação", no Cafè Curaçao, em Guaratuba (http://www.feijaodafundacao.com.br/).
É o maior evento beneficente do litoral paranaense, com a já também maior e mais tradicional feijoada das nossas praias.
Se ainda não comprou a sua camiseta-ingresso -- "abadá", diriam os baianos... --, agilize, pois os lotes 1 e 2 já se esgotaram e o lote 3 está no final. Na hora, pois, só com os cambistas, no câmbio negro...

# lázaros 2 - a volta dos que não foram


Do blog "Conversa Afiada", do Paulo Henrique Amorim, ao comentar com profundidade o caso Daniel Dantas e a participação dos dois brilhantes delegados da Polícia Federal no caso (Protógenes Queiroz e Paulo Lacerda), tem-se a questão, sarcástica:
- "E os empreiteiros que ontem, hoje e sempre constroem o Brasil e sustentam a democracia representativa brasileira?"
O próprio jornalista responde, com nominais diretos no estômago:
- "Estavam todas lá no PC [esquema PC Farias, no Governo Collor] e estão todas hoje, aí, no PAC.
E para colaborar na detonação do muro de impunidade que protege meia dúzia de brasileiros -- "são sempre os mesmos", continua... --, apresenta aqueles que financiaram o bolo PC Farias (Collor) e que hoje, em diferentes frentes, continuam nas paradas de sucesso (v. aqui a relação dos "grandes homens de sucesso" no Brasil, tortas espécies de heróis e funestos motivos de "orgulho" do nosso capitalismo, investigados até a alma pela polícia federal e pelo Ministério Público, mas até agora nunca punidos pelo Judiciário...).
fds
Em tempo: No Paraná, em 2005, o Ministério Público e o Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) desmantelaram a quadrilha formada por servidores públicos do DER e por empreiteiros nativos, criminosamente organizados pela diretoria da "Associação Paranaense dos Empresários de Obras Públicas" (APEOP), a qual fraudava licitações de obras públicas, inclusive "definindo" os vencedores dos processos licitatórios na base de uma bingueira que sorteava os felizardos. Após este fato, curiosamente os preços finais de todas as licitações para obras públicas caíram em torno de 30%... Mas será que não estão por aí, como abutres, preparando o terreno para uma retumbante volta? (lembre aqui e aqui o caso).



# lázaros

Nunca a indústria automobílística faturou (e lucrou) tanto quanto nos últimos anos, superando reiteradamente recordes de produção e de vendas.
Agora, na primeira ária da crise que derrubou o neoliberalismo e que mexerá com as estruturas do capitalismo liberal, ela não pretende rever a sanha por grandes lucros, mas, sim, inicia uma onda de demissões, manda às favas os trabalhadores e insiste, chora e conclama por uma urgente reforma na legislação trabalhista, pois "acha o sistema jurídico-laboral insustentável".
E, em troca, diante de postura tão cívica, recebeu do Estado de São Paulo um prêmio de R$ 8 bilhões.... (v. aqui).

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

# não alimente os monstros (como no zoo...)

Por que (e para que) liberar tantos bilhões para socorrer o sistema financeira e os bancos -- como agora, com R$ 5 bilhões do Banco do Brasil (Estado brasileiro) para o Banco Votorantim (familia Ermírio de Moraes) continuar sendo o majoritário... --, ao invés de emprestar esta montanha toda, via Caixa e Banco do Brasil, às micro e pequenas empresas e aos médio e pequenos agricultores, os quais são usurpados pelos absurdos spreads bancários cobrados pelas instituições financeiras nacionais?
Por que (e para que) liberar R$ 8 bilhões -- metade a União e metade o governo de São Paulo -- para salvar da crise a indústria automobilística instalada no Brasil. Por que não destinar tais recursos à ampliação e otimização do transporte coletivo, em especial metrô e ônibus, que favorece a coletividade?

em tempo: Se o Estado de direita capitalista é incapaz de impor limites à especulação e à exploração e de efetivamente exercer a função intervencionista-regulatória -- como hoje parece que todos desejam... --, por que quando um governo democrático-popular assim é e assim atua -- como hoje acontence em vários países da América Latina --, há um surto e uma gritaria generalizada, alvejando-o de "ditatorial" e "populista"?

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

# feijão da fundação



Familiares e amigos -- e com a contribuição de tantos de vocês --, estão à frente de uma fundação (http://www.fundacaofbertoncello.com.br/) que finalmente terminou a construção do orfanato "Lar André Valério", após 5 anos de trabalho e de diversos eventos arrecadatórios.Agora, mais do que nunca, chega o momento de mantê-lo em funcionamento, com recursos humanos, materiais e financeiros e, claro, aumentando-se o número de crianças (hoje estamos com 20); logo, os eventos não podem parar, motivo pelo qual não podemos prescindir do apoio e da participação de todos vocês.

Para isso, como já tradicionalmente promovido, no próximo dia 24, a partir das 12 horas, haverá em Guaratuba, no Cafè Curaçao, o "VII Feijão da Fundação" (http://www.feijaodafundacao.com.br/).

É a maior e já a mais tradicional feijoada do nosso litoral. Um grande evento, que traz o melhor da nossa gastronomia e da nossa música, com muito samba e muitos drinks, além, claro, do seu soberano propósito: o fim social.

Não percam, pois haverá festa, carnaval e feijoada até o pôr do sol! Por isso, caso estejam pelo litoral, apareçam! Ou, ainda que não possam, adquiram a sua camiseta-ingresso (R$ 30,00 para o primeiro lote, depois R$ 40,00 e R$ 50,00 no dia) e contribuam para o pleno andamento do nosso orfanato!

# cuba libre


fds Amigos já me cobram manifestações acerca do grande evento comemorativo político do ano (talvez ao lado das votações para reformas nas Constituições de alguns países sul-americanos e da posse de Obama): os 50 anos da Revolução Cubana.
fds Não foi esquecimento, claro, e o fato certamente merecerá, durante todo o ano, diversos comentários por todos os cantos e para todos os gostos.
fds E, como o assunto é vasto e complexo, no decorrer deste mês iremos aos poucos comentando e analisando o que se passa, o que se passou e o que se passará na mais famosa ilha do mundo, onde, naquele janeiro de 1949, Fidel Castro, Raúl Castro, Ernesto Guevara e Camilo Cienfuegos lideraram a revolução.
fds  Uma revolução que (i) decretou o fim de um governo não democrático -- em todos os sentidos -- de direita, dependente dos EUA, sem soberania político-econômico-cultural e no qual uma minoritária elite burguesa tinha tudo de tudo e o povo apenas uma mascarada liberdade para o nada, e (ii) que iniciou um governo democrático -- em todos os sentidos, salvo o ligado ao pluripartidarismo... -- de esquerda, acabando com os divinos privilégios da elite, com a luxúria das grande propeidades privadas e com hedonismo da secular burguesia nativa, finalmente libertando o povo da falta de cinco necessidades básicas fundamentais: comida, saúde, moradia, educação e segurança.
fds Há 50 anos, Cuba passou a fazer parte da história.


 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

# monsanto: mon dieu!

fds Inicio a leitura da obra "O Mundo Segundo a Monsanto" ("Le Monde Selon Monsanto"), escrita pela jornalista francesa Marie-Monique Robin e fruto de três anos de investigações.
fds Nas preliminares, já se percebe o horror que cerca a existência e as vontades desta mafiosa gigante das coisas geneticamente modificadas, a qual, estupidamente -- mas obviamente... --, alegra tanto os homens do nosso agrobusiness exportador.
fds Por que é uma barbaridade a hipnose da maioria dos agroindustriais nacionais diante dessas sementes do capeta? Dois argumentos simples são bastantes: um sob o plano da própria sede individualista, capitalista e acumuladora do latifundiário, o outro sob a ótica da universal saúde humana e do meio ambiente:
fds 1. Os argumentos de quem defende os transgênicos como solução para a crise alimentar que vivemos vêm caindo por terra dia após dia. Os transgênicos já se mostraram pouco competitivos economicamente e recentes estudos promovidos por universidades americanas comprovaram que variedades transgênicas são até 15% menos produtivas do que as convencionais (v. aqui). Confrontadas com os resultados das pesquisas, empresas de biotecnologia admitiram que seus transgênicos não foram criados para serem mais produtivos, mas sim para serem resistentes aos agrotóxicos fabricados por essas mesmas empresas. Num primeiro momento, os transgênicos podem até ser mais produtivos do que os cultivos convencionais ou orgânicos/ecológicos, mas no médio e longo prazos, o que se tem verificado é uma redução na produção e um aumento significativo nos preços dos insumos como o glifosato, principal herbicida usado em plantações transgênicas. Ora, a Monsanto é hoje a maior produtora de sementes do mundo, convencionais e transgênicas. Além disso, é também uma das maiores fabricantes de herbicidas do planeta, com destaque para o Roundup, muito usado em plantações de soja geneticamente modificada no sul do Brasil. Com essa venda casada -- semente transgênica mais o herbicida ao qual a planta é resistente --, os agricultores ficam presos num ciclo vicioso, totalmente dependentes do oligopólio -- fruto da draconiana propriedade diabólico-intelectual exercida pelas empresas sobre os monstros da transgenia -- e das políticas de preços adotadas por elas. Ademais, por fim:
fds 2. Não há estudos científicos que comprovem a segurança dos transgênicos para a saúde humana. Apesar de exigidos por governos de todo o mundo, as empresas de biotecnologia nunca conseguiram apresentar relatórios nesse sentido -- e, diante do fortíssimo lobby da Monsanto, Syngente e Bayer junto aos governos nacionais, ainda assim seus produtos são aprovados. Por outro lado, são múltiplas as pesquisas e os estudos científicos que apontam para os perigos dessas coisas: "algodão transgênico experimental contamina sistema alimentar nos EUA", "efeitos alergênico do arroz transgênico", "relação entre alimento transgênico e infertilidade", "insulina transgênica gera distúrbios mentais" etc (v. aqui). Outrossim, a contaminação genética há de ter um efeito devastador na biodiversidade do planeta. Ao liberar organismos geneticamente modificados na natureza, colocamos em risco variedades nativas de sementes que vêm sendo cultivadas há milênios pela humanidade.

em tempo: A Monsanto, hoje aquela coisa que monopoliza 90% da comercialização daquelas coisas transgênicas, há não muito tempo atrás foi a grande fabricante do PCB (piraleno), o agente laranja usado como herbicida na guerra do Vietnã, e dos hormônios de aumento da produção de leite proibidos na Europa.

domingo, 11 de janeiro de 2009

# antifahrenheit 451 (vii)


fdsAfinal, o que a imprensa e a elite nativas querem?
fdsSe o Governo isenta de ICMS todas as micro e pequenas empresas, é populista. Se o Governo isenta de ICMS aproximadamente 95 mil itens de consumo popular, reduzido o preço final daqueles bens básicos e fundamentais que são adquiridos pelos trabalhadores e aposentados das classes C, D e E com o seu salário (alimentos, vestuário, produtos de higiene e medicamentos, fundamentalmente) -- e aumentadas as alíquotoas de energia elétrica (embora continue a ser a mais barata do Brasil), gasolina, bebidas alcoólicas, fumo e comunicações, cujos aumentos pesarão sobre os mais ricos* --, é populista. Se o Governo critica o aumento na tarifa de ônibus e solicita justificativas técnicas para tanto -- pois quem mais sofre é quem menos tem voz para exigir respostas --, é populista. Se o Governo privilegia o pequeno agricultor e oferece luz, água e trator a preços e financiamentos subsidiados, é populista. Se o Governo ingressa em juízo reclamando indenização pelos péssimos serviços que uma empresa de telefonia celular presta, é populista. Se o Governo defenestra as desnecessárias e injustificáveis privatizações, o roubo de um irrazoável e disparatado pedágio e o crime das coisas transgênicas -- embora tenha as mãos atadas pelas decisões do Poder Judiciário --, é populista.
fdsE se o Governo não faz nada disso, é incompetente, molenga, parvo etc., razão pela qual, sinceramente, não deve se importar com o que ambas querem...
fds
* Porém, sempre preocupa a máxima do capitalismo, naquela ladainha da pior espécie muito bem refletida no caso da CPMF, que, mesmo acabada, não fez o povo ver os preços baixarem -- v. aqui quando dela escrevemos. Pergunta-se: para quem será que foi o lucro pela não tributação? Ou seja, se aumenta imposto, os consumidores pagam, se diminuem os impostos, é o capitalista quem ganha?



sábado, 10 de janeiro de 2009

# a rotação dos sóis


À noite, num jantar, em volta vejo os de sempre e a grande safra 2008/2009 de novos ricos brasileiros.

E já não tenho dúvidas.
 
A usar como parâmetro um momento singular do cotidiano e das interjeições daquela trupe, devo concordar com o jornalista Mino Carta -- editor-chefe da revista "Carta Capital" e perito em vinhos -- quando disseca a aristocrática e a nova elite:
 
- "(...) arrogante, prepotente, ignorante, vulgar. Até quando toma vinho, descoberta recentíssima. (...) Observem-lhe os gestos aprendidos no cinema e nas revistas especializadas, aquelas circunvalações que imprimem aos seus copos (que não são taças, e em outra ocasião explicarei porque) em uma espécie de manifestação galático-estelar, antes de sorver seu vinho, talvez a contragosto, simplesmente como convém a damas e cavaleiros. Os restaurantes proporcionam diariamente espetáculos cômicos de extraordinário sabor.




 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

# bingo!

fdfffdsNão espalhava e jurava ser mentira. Era, pois, daquelas coisas que ficavam recôndidas, guardadas a sete chaves em uma parte secreta da sua vida: ele, um contumaz frequentador das corriqueiras noites bingueiras que a igreja vizinha de sua casa promovia.
fffdfdsNão se divertia com o jogo em si, nem mesmo com os prêmios, com os quitutes, com o alvoroço invariavelmente provocado pela sede de vitória das frenéticas velhinhas, ou, muito menos, com aquela gente toda que lá ia. Na verdade, o seu maior gosto era mesmo pelo sorteio em si, ou, melhor, pela voz criativa do "homem cantador de bingo".
fffdfdsNão sabia se era uma profissão ou um hobby -- embora, com aquela idade, também não soubesse o que era um "hobby"... --, mas, no mais das vezes, quando perguntado, respondia com segurança: "quero ser cantador de bingo!".
fddfffsSim, aquela coisa toda que fazia o "homem cantador de bingo" ser o centro das atenções encantava-lhe, em especial a desenvoltura dele em dizer e cantar os números, a sua capacidade de inventar a pronúncia metafórica dos números e a tensa expectativa que provocava na platéia diante da surpresa da bola a ser sorteada.
fddfffsAdorava, assim que ouvia o número sorteado -- claro, ali ninguém via o número da bola sorteada, mas apenas ouvia, pois naquela casa não tinha telão, não tinha nada, apenas a "voz do homem" --, saber como o "homem cantador de bingo" descreveria tal número: "dois patinhos na lagoa: 22!", "uma boa idéia, 51!", "o número que o beltrano gosta: 24...", "o calibre do revórve do padre: 38!", "o sapato da dona fulana: 44...", e por aí seguia, em alucinante ritmo e em alucinógenas criações.
ffdffdsPorém, muito jovem, o que achava mais graça era mesmo quando o "homem", eufórico, cantava sorridente: "idade de Cristo... 33!". Como aquilo era distante para ele, como aquele número -- já imaginado num futuro crepúsculo da vida -- se mostrava surreal, quase no horizonte, ficando ele sempre a delirar sobre o que se poderia fazer até completar toda essa idade, sobre tudo o que aconteceria em sua vida até chegar naquela infinita "idade de Cristo".
fffdfdsImaginava e pensava no mundo que tranformaria, nas vidas que modificaria, nas curas que promoveria, nos milagres que faria, nas terras que conquistaria... enfim, sinceramente, acreditava que depois dos 33 anos o sujeito já poderia mesmo se aposentar de tudo e de todos -- e, quiçá, partir dessa --, tão múltiplas e fenomenais seriam as coisas que houvera feito, somente dignas, obviamente, de um velho homem barbudo de 33 anos.
fddfffsHoje, um pouco menos jovem, num momento em que completa estas trinta e três primaveras, parece que ele já não crê mais nisso e já vê um mundo de coisas ainda à sua frente, prestes a serem pensadas, tranformadas, modificadas, promovidas, feitas e conquistadas.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

# (infrutífero) pé de laranja lima

Mas credo! Lima??? E com status de "a" grande contratação? O que é isso!?! Afinal, quo vadis Huracán?

# aspas (vi)



Raúl Castro, Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros da República de Cuba, em discurso no ato pelo aniversario de 50 anos da Revolución, em Santiago de Cuba, no dia primeiro de janeiro de 2009:
 
- "¡Nunca más volverán la miseria, la ignominia, el abuso y la injusticia a nuestra tierra! ¡Jamás regresará el dolor al corazón de las madres ni la vergüenza al alma de cada cubano honesto! Es la firme decisión de una nación en pie de lucha, consciente de su deber y orgullosa de su historia."



 

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

# antifahrenhei 451 (vi)

fdsfddsPromovida por um pequeno instituto de pesquisa paranaense, saiu a última enquete acerca da popularidade e da opinião dos curitibanos sobre o Governo Federal, Estadual e Municipal, e claro, os seus titulares. Centremo-nos no Governo do Estado e na sua autoridade máxima, cuja avaliação positiva (ótimo/bom) representou "apenas" 55%. Surpreende? Não, claro.
ffdsds Baseado num estudo socioeconômico elaborado pelo Ipardes, o planejamento estratégico de governo paranaense consolida-se na "Política de Desenvolvimento Econômico do Estado" (PDE), a qual norteia todas as ações de governo para o período 2007-2010 e leva em consideração as diferentes condições apresentadas por seis regiões do Estado, priorizando e concentrando as políticas públicas nos municípios mais pobres, com os menores índices de desenvolvimento humano (IDH) do Estado -- em especial aqueles localizados na região administrativa chamada de "Centro Expandido", assinalados pela precariedade social, pelas restrições do solo à produção agrícola, pela insuficiência de serviços básicos e de empregos, pela baixa freqüência escolar e pelas carências de saúde e moradia --, a refletir a disposição do governo de recuperar seus papel histórico no contexto do desenvolvimento do Estado, definindo como prioridade a promocação da justica econômica e social (v. aqui o que se faz em todas as partes pobres do Estado).
fdsfds Assim, pergunta-se: dispõe-se os institutos de pesquisa -- na sua maior parte vinculados à grande mídia, que não recebe mais nenhum tusta do Governo paranaense para propaganda, outrora uma fonte milionária e cuja secura os jornalões aind anão engoliram -- a fazer um levantamento pelo interior do Paraná, a fim de saber o que pensa o povo pobre paranaense -- a camada da população que mais precisa e depende do Estado --, e então dispensar o palpite da grande parte encastelada dos curitibanos?

# capitalismo pós-moderno: sem corpo, sem cara e, agora, sem voz

Do seu espaço virtual -- dividido com outros tantos político, professores e intelectuais (v. aqui) --, o Prof. Vital Moreira, da Universidade de Coimbra, traz uma curiosa situação, ocorrida quando se viu obrigado a requisitar o atendimento da empresa que lhe "prestava serviços" (?) de telefonia móvel e que já bem ilustra o mundo maravilhoso das privatizações, nomeadamente no mundo dos telemóveis. É, sem dúvida, a última geração dos serviços de atendimento ao consumidor, cujo inovador mecanismo é ainda inédito nestes trópicos. Eis o seu depoimento, tragicômico:
"Tendo necessidade de assistência do meu prestador de serviços de telemóvel (a TMN), fui surpreendido com a descoberta de que o serviço de apoio aos clientes deixou de ser feito directamente, via voz, passando a estar disponível por meio de... SMS. Segunda surpresa, ao fim de quatro SMS e respectiva resposta descobri que o meu problema não cabia em nenhum dos itens do menu disponibilizado, pelo que tive de desistir. Resta-me deslocar-me a uma loja de assistência do operador (imaginem que eu estava no estrangeiro...).Trata-se de um situação inadmissível sob o ponto de vista da protecção dos direitos dos utentes, que nem o regulador das telecomunicações (a ANACOM), nem as associações de defesa dos consumidores, podem passar sem censura. Primeiro, a obrigatoriedade de recurso ao SMS exclui do serviço de apoio todos os utentes iletrados ou não familiarizados com essa função. Segundo, não é simplesmente exigível que uma pessoa desperdice o seu precioso tempo em SMS sucessivos, para descobrir no final que de nada lhe serve. A PT desconsidera os seus clientes. (...) Há tempos rescindi o contrato de telefonia fixa, em protesto pela cobrança de serviços não solicitados. Parece-me, agora, que também tenho de procurar outro fornecedor de serviço de telefonia móvel.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

# e assim caminha a humanidade (ix)

fdssEnquanto isso, no meio-dia do último dia do ano, debaixo de um minúsculo guarda-sol e sentado à mesa com outras nove pessoas com instintos de mundo um pouco diferentes do mundo que penso, um dos interlocutores, mais afoito, dispara:
fdss- "(...) e o Lula é uma mentira. Tudo se deve ao governo Fernando Henrique! Vejam as privatizações, que maravilha! Hoje todos podem ter celular! -- e então passa a regurgitar repetidas palavras de ordem, típicas daquelas trazidas da "Veja", das "Organizações Globo" e da "Gazeta do Povo", as maiores e únicas fontes de cultura e informação da elite burguesa curitibana.
fdssE depois, já a querer falar do mundo latino-americano, outro interlocutor -- quase tão afoito e sem saber direito o que falava, tanto quanto o outro -- dispara:
fdss- "(...) e aquele Morales é um ditadorzinho ... só fica dando pão e circo pro povo (sic)... isso do gás é um absurdo... -- e, como o outro, passa a balbuciar frases feitas, sem sentido e sem lógica (e sem coração), e da mesma forma marcadas pelos gritos de ordem típicos daqueles trazidos pelas idolatradas fontes culturais e jornalísticas da burguesia nativa.
fdssSabia, claro, desde que decidi acompanhar a família nas festas de final de ano, o terreno onde possivelmente pisaria. Sabia, claro, que na oportunidade que tivessem, encurralar-me-iam.sDito e feito.
fdssAli, naquele cálido momento, percebo o círculo fechado. Era como na Santa Inquisição, no DOPS, no Macartismo. Estava num Coliseo às avessas. Ali, era eu e o astro-rei contra nove. Não, contra todos! O leão e nove gladiadores, afora a platéia. Alguns amigos, outros menos, e a maioria nada. Não tenho saída. A baba bovina escorria da boca de toda gente. Ouço incrédulo bobagens múltiplas, estúpidas, diabólicas e preconceituosos da maioria e não mais aguento o meu silêncio ensurdecedor. Uma pausa para um shotgun beer e, em seguida, peço um momento para breves palavras.
fdsPrimeiro, limito-me a lembrar ao primeiro as características mafiosas de todo o processo de privatizações do governo Fernando Henrique e do seu lastimoso fim: vendeu parte do Brasil por 30 moedas e hoje temos péssimos serviços de telefonia e de energia elétrica (nos casos em que o serviço foi desestatizado) e não temos mais a maior mineradora e a maior siderúrgica do mundo que, se houvesse a mínima vontade política de se querer o interesse público com uma gestão eficiente -- muito normal, como se observa com a Petrobrás (embora hoje só 60% dela seja nossa, haja vista o que fez FHC...), a Copel, a Sanepar (embora Jaime Lerner tenha conseguido vendê-la...) etc. --, poderiam ainda ter seus milionários lucros revertidos para a população. E, por fim, ainda o lembro que até em Madagascar (quase) todos tem celular -- já que, pela ótica do sujeito, parece que o "telefone celular" representa uma necessidade básico-fundamental do ser humano...
fdssDepois, insurjo-me contra a distorcida e impensada idéia do segundo, que não lembra do fato de Evo Morales, após 500 anos de opressão, ter sido o primeiro boliviano que, não fazendo parte da elite nacional, foi eleito presidente da República, sem revolução e sem armas -- ainda que a revolução e as armas fossem justificadas há séculos... Hoje, embora lentas e graduais, as mudanças de rumo econômico-social já são observadas no país -- o segundo mais pobre da América Latina --, derivadas da nova política pública relacionada aos recursos naturais, em especial o gás. E o Brasil, brilhantemente, como parte rica da relação,teve um papel exemplar, admitindo a renegociação dos contratos, a fim de pagar um preço maior -- e muito mais justo -- para gás boliviano, diferente do que faria os EUA e outros países hegemônicos, que, a força, teriam exigido o tal "cumprimento dos contratos". Logo, assim como caminha a Venezuela, o Equador e o Paraguai -- e, mesmo em marcha lenta, o Brasil e a Argentina --, as políticas públicas da Bolívia -- diferentemente do que sempre, a séculos, ocorreu -- não mais servirá exclusivamente aos interesses da grande elite, mas, sim, centrará os seus investimentos na promoção social das famílias pobres, contribuindo para reduzir as desigualdades sociais, a extrema pobreza e insegurança alimentar na Bolívia.
fdssDitadura? Não... na verdade, essa é a característica do sistema que vige nos dias de hoje, na maior parte dos países em desenvolvimento -- inclusive o nosso... --, cujos povos, em suas esmagadoras maiorias nacionais, ainda são reféns de uma "liberdade" estéril, que gera frutos apenas aos "escolhidos", aqueles viventes na certeza de terem sido divinamente abençoados e por isso tem o direito de tudo, aos montes, aos excessos, como uma total liberdade de ter e fazer tudo.
fdssSe Evo, Lugo, Chávez, Rafael, Raúl, Kirschner, Lula etc. ampliarem as suas linhas de ação e, maiormente no caso dos dois últimos, intensificarem as suas políticas públicas na direção da imperiosa justiça econômica e social, a idéia de uma "pseudo-ditadura" -- na verdade uma democracia que admitiria eleições sucessivas de seus comandantes-em-chefe (e isso sem falar, então, numa outra democracia, aquela de um partido único, como na China...) --, amedrontará apenas a nossa espúria elite, que verá as suas regalias serem distribuídas para todos. E isso, claro, é de se pensar.
fdssOlho em volta. Não vejo mais ninguém. Todos fugiram. Ninguém disposto ou capaz de tal ato.
fdsfApenas, ao fundo, um curioso avestruz, balançando a cabeça e parecendo concordar. Ou, diferente daqueles todos, parecendo pelo menos pensar.



# "quo vadis, huracán?" – uma nova temporada?

fdsDe volta, dentre outros tantos acontecimentos que se sucederam no globo nos últimos 12 dias, o que mais me assustou foi, na verdade, um "não-acontecimento": o Clube Atlético Paranaense caminha para o mesmo buraco, ou, talvez, parece que não queira sair do buraco, pois não conseguiu contratar um único jogador de relevo para o time titular.
fdsEnquanto o mundo contrata, empresta, renova, descarta, blefa... enfim, enquanto todos os clubes se movimentam para um novo ano no futebol, o CAP nada faz -- e isso talvez seja até pior do que fazer errado, pois, nuns e noutros erro, pode ter a sorte de acertar. Porém, do jeito que está, não!
fdsEnquanto os clubes -- como naquela cantiga noelina, "seja rico ou seja pobre..." -- estão (i) investindo em contratações de peso, com jogadores estelares e eficientes, (ii) garimpando, aqui ou lá fora, grandes e esquecidas revelações, (iii) renovando com quem merece e fazendo uma limpa e (iv) expurgando os cabeças-de-bagre que defenestram os elencos, o nosso Atlético limita-se a não fazer nada ou, tão-somente, cogitar fulanos e beltranos do interior de Alagoas ou do Mato Grosso, pensando estupidamente pequeno e achando que o (razoável) time que terminou o ano passado -- Galatto, Alberto, Rodolfo, Antonio Carlos, Gustavo Araújo, Netinho, Valencia, Alan Bahia, Julio dos Santos, Ferreira e Rafael Moura -- é suficiente, esquecendo que não há uma única peça razoável para reposição.
fdsDesse jeito, caminhamos para outro ano infernal, sem qualquer melhor perspectiva. Afinal, quo vadis Huracán?