terça-feira, 29 de junho de 2010

# uma reles margarina


fdsOs anunciantes e as suas marcas, pela dinâmica do mercado, não podem admitir o vácuo, assim como ocorre na política.

fdsE, por isso, a cada renovação, a cada ciclo, a cada mudança de estação, a cada grandes fatos novos, precisam já impor um novo produto, uma nova cara, um novo personagem que lhes seja útil, que lhes dê visibilidade e, claro, que lhes traga lucro; não podem, pois, ficarem ligados à coisa velha, ao antigo, ao ultrapassado, ao démodé, ou mesmo deixar o seu negócio esfriar.

fdsDestarte, antes mesma da irreversível decadência de Ronaldinho, a superempresa prontamente já elegeu Cristiano Ronaldo, o dublê de ator e de futebolista português, e o impôs goela abaixo de todo o mundo.

fdsEra ele quem seria a bola da vez, embora com muito menos bola.

fdsEsta, pois, é a trajetória circunstancial do atacante lusitano, o atual garoto-propaganda e ícone da maior marca de material esportivo do planeta.

fdsNa verdade, ele foi inventado, fabricado, moldado, carimbado, selado e registrado para voar, para brilhar, para ser o grande astro do mundo da bola e para se tornar a grande vedete do showbusiness chamado futebol.

fdsE patentearam-no, bien sûr.

fdsFaz pose, caras & bocas. Não cansa de gestos milimetricamente calculados e nauseabundas firulas treinadas. Vive de olho nos telões, nas câmeras, nos paparazzi e na claque. ]
fdsMas não joga, ou, ao menos, joga muito menos do que querem nos fazer crer que joga.

fdsE não vive o jogo, pois, a todo instante, usa de uma imensa máscara, de uma fantasia criada à imagem e à semelhança dos desejos midiáticos para se reproduzir e se multiplicar, artificialmente.

fdsA sua mínima e mais óbvia ou comum jogada é repetida à exaustão, insistentemente, em todos os cantos da Terra e por todos os meios de comunicação. E passa a ser considerada genial. Mas não é.

fdsÉ, sim, apenas fantasiada. E embrulhada para imediato consumo de tantos jovens cara-pálidas.

fdsSim, Cristiano Ronaldo é um produto, uma submarca fantasia de uma gigantesca marca transnacional. E um produto ruim, que não cumpre o que faz prometer, razão pela qual o povo português merece, a tempos, uma substancial indenização.

fdsAssim, a pobre torcida portuguesa é lograda pela empaturração em alta-voltagem daquele pseudo-craque, que não decide partidas, que não trabalha em grupo e que não aparece para o jogo, tal qual (não) fez hoje na derrota para a Espanha (e tal qual sempre faz em jogos decisivos pela Europa afora). Uma vergonha.

fdsMas, fica já uma certeza: Portugal não deve chorar pela total omissão e incapacidade técnica deste seu jogador.

fdsAfinal, ninguém chora pelo que nunca teve ou existiu.
fds


# navegadores

sábado, 26 de junho de 2010

# roleta viciada


fdsfdO (pen)último acontecimento no "circo" da Fórmula 1, mostra, mais uma vez, para que serve e o que se busca com essa (e todas as outras) corrida de carros.
fdsfdAfinal, o piloto brasileiro ter entregue a vitória espanta você?
fdsfdOra, ora, Fórmula 1 não é esporte -- e aqui já falamos disso.
fdsfdÉ um jogo de máquinas, como se num Nintendo qualquer.
fdsfdMas é mais: é um jogo que mistura a emoção do dominó e a lógica bolsa de valores, numa relação de interesses financeiros que visa a obter o maior retorno possível, de preferência a curto-prazo.
fdsfdÉ um jogo chato e de finanças, que tão-somente dá ao detentor de mais dinheiro investido -- ou àquele que a jogatina entenda ser a vez -- a vitória.
fdsfdHoje não há zebra, não há craque, não há arte.
fdsfdVez ou outra, como cometas, algo diferente acontece ou alguém diferente surge para muito pouco fazer.
fdsfdO negócio, ali, é a grana.
fdsfdÉ quanto os patrocinadores pagarão por estampar no macacão ou no carro.
fdsfdÉ quanto os empresários pagarão para ser a sede de alguma etapa.
fdsfdÉ quanto os donos das montadoras investirão em pesquisa e tecnologia para desenvolver os equipamentos do carro.
fdsfdÉ quanto se lava de dinheiro.
fdsfdAh, e afora isso, vamos e venhamos, é de uma chatice e mesmice sem tamanho.
fdsfdNa TV então, a monotonia é inexplicável.
fdsfdSó mesmo a Globo para conseguir que isso tenha telespectador, já que em todo o mundo o negócio tem tanta audiência quanto um jogo de handebol.
fdsfdAssim, a impressão que se tem é que, no circo da Fórmula 1, é do outro lado do alambrado e da tv que ficam os palhaços.
fdsfd


 

sexta-feira, 25 de junho de 2010

# nuestra américa


 
fdsQue maravilha seria se nuestros hermanos conseguissem avançar e chegar conosco (?) nas semifinais desta Copa do Mundo... Uruguai x Brasil de um lado, Argentina x Paraguai de outro.
fdsE isso é lógica e desportivamente possível, diante dos cruzamentos e dos confrontos previstos. E, quem sabe então, termos na final o maior clássico futebolístico do planeta.
fds

# a carapuça que cada um veste


fdsNão acreditem nos jornalões. Ou no Jornal Nacional. Ou na CBN. Ou no Boris Casoy (hã?).
fdsDilma Roussef, a candidata de Lula, cujo governo tem 75% de aprovação -- recorde mundial --, continua do mesmo lado, do lado esquerdo do peito.
fdsE defende o MST, como também se mostra com a foto abaixo, tirada ontem, cuja carapuça veio na forma de um singelo "boné" (v. aqui)

fds

# touché


fdsO Dunga é um mediano e inexperiente técnico. O Dunga convocou mal a seleção. O Dunga escala mal a seleção. O Dunga mexe mal na seleção. O Dunga treina e ensina a jogar um enfadonho e burocrático futebol, à antiga moda europeia.
fdsMas uma coisa também é certa: o Dunga enfrenta, arrepia e detona a Rede Globo, não dando qualquer chance para os privilégios que outrora esta nefasta rede de comunicação exibia perante a seleção brasileira de futebol (v. aqui).
fdsE, hoje, (só) por isso tem todo o meu respeito.
fds

 

sexta-feira, 18 de junho de 2010

# a-deus



fdsO escritor é assim: vai o corpo e a sua obra fica para a eternidade. Ele não morre, é o seu consolo fazer-se perpétuo nas palavras escritas.

fdsCessam as novidades, interrompem-se os renovados ciclos criativos, congelam-se as palavras curtidas, mas o que sempre pensou, imaginou, defendeu e escreveu cá fica, talhado em papel ou eletronicamente fixado no mundo virtual.

fdsNão há um fim.

fdsE o escritor que não trabalha apenas com a redação de ficção ou com a literatura de conveniência, vai muito além disso, e supera-se.

fdsAo conseguir aliar as ideias e os ideais de vida, de sociedade, de Estado e de cultura com a ficção -- mas uma ficção bastante real, próxima e presente --, este escritor transcende as simples palavras vivas de um romance, irrompe os meros limites do publicado descartável, fulmina a tergiversação matemática das ciências humanas e sepulta a vã filosofia oportunista.

fdsNeste estado de espírito e nesta práxis, o escritor pretenda deixar o mundo melhor, e se afasta daqueles preocupados apenas em rechear os bolsos ou contentar suseranos.

fdsJosé Saramago, em carne-e-osso, foi; mas o que sempre nos ensinará e nos fará pensar, com os seus livros e o seu "caderno virtual" (v. aqui), está aí, para sempre, ao alcance de todos.

fdsBasta abrirmos os olhos, e querer enxergar. Com bastante lucidez.

fds
fds"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a  parte nenhuma."  (José Saramago)


segunda-feira, 14 de junho de 2010

# o mito da obesidade


Tem gente que acha o Estado brasileiro inchado, gordo, obeso. Um elefante. Ou, talvez, um grande bode, mamutesco e pré-histórico.

E assim generaliza, como um fato certo, absoluto e incondicional. E esquecem que tal assertiva é bem menos verdadeira.

Afinal, alguém é capaz de insistir com tal conclusão quando se refere ao pessoal e à estrutura da saúde, da educação e da segurança públicas? E da Receita (tributos), do Ibama (meio-ambiente) e do Trabalho (relação capital/trabalho)?

É evidente que o melhor é falar em "eficiência" -- ou melhor, "eficácia" --, e não em "quantidade"; mas, convenhamos, num país do tamanho, da complexidade e das desigualdades do nosso, falar em números também é crucial.

Por tal razão devemos afirmar que não temos um Estado gordo, mas absolutamente mal-distribuído, com muita gente a nada fazer ou a contra-fazer, sobrecarregando tanta gente séria, comprometida e capaz.

O por que desse descompasso? Claro, o preenchimento esdrúxulo e nefasto dos cargos em comissão por toscos apadrinhados -- verdadeiros puxa-sacos ou laranjas sem qualquer qualificação técnica ou curricular -- e a larga presença de gente não concursada, que entrou pelas portas dos fundos de outrora -- em especial antes da Constituição de 1988, marco dos "concursos públicos" -- e que também faz sangrar o Estado, por omissão ou por incompetência.

Ora, lado a lado com a produtividade-quantidade do serviço público, não há como olvidar da sua necessária valorização, cuja representação está em salários que, sem serem desproporcionais ou estratosféricos -- como se percebe em algumas carreiras estatais -- bem remunerem os seus "executivos" -- sim, os burocratas são espécies de executivos, tal qual (e com muito mais responsabilidade do que) aqueles do mundo privado --, a consistir em um componente indispensável, ao lado da ideologia de tutelar e buscar o interesse público -- e ao contrário da mera fetichização e da luxúria do ambiente privado --, da boa gestão.

Todos sabemos que o servidor não tem o direito de querer ser rico. Não é (ou não pode ser) o mote da sua atuação, inconcebível e incongruente. Não é esse o seu fim, nem, claro, o meio. Se assim pretender, que vá para a púgil iniciativa privada, onde o jogo do vale-tudo prepondera (e segrega, e darwiniza).

Logo, temos para este nosso caso que a virtude está no "meio termo" (ou, digamos, no "meio da classe", a classe média, a classe B).

Mas o que se fazer para equalizar tal relação, a envolver tanta gente podre, incompetente ou descomprometida -- que não podem (nem têm o direito de) simplesmente ir para casa -- e a necessidade de serem contratadas tantas outras que, sob outras formas e outros predicados, tornarão o Estado mais eficiente e eficaz, porquanto melhor distribuído e qualificado em suas necessidades?

A ladainha acerca do tamanho e do peso do Estado brasileiro não pode ser aceita sem tal contrapeso, ao se deparar com a realidade de que professores, policiais e profissionais da saúde não têm uma infraestrutura digna -- quanto mais eficiente -- e não percebem salários que lhes tragam a segurança e o bem-estar mínimos?

Ora, tão-somente um Estado social e profissionalizado, respectivamente nos planos sócio-político-econômico e administrativo-gerencial será capaz de garantir a consecução dos objetivos e princípios reitores da nossa República, em especial a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das desigualdades sociais e regionais e a promoção da dignidade da pessoa humana.

E isso perpassa, obrigatoriamente, pelo defenestramento dos energúmenos e a estruturação, a contratação e a justa e proporcional remuneração de gente competente e comprometida com a causa e os interesses públicos.

E não ao contrário, pela cantilena paspalha de "mais mercado" e "menos Estado".

fds

domingo, 13 de junho de 2010

# é campeão!

MEU CHAPA FUTEBOL E REGATAS

CAMPEÃO DA LIGA JURÍDICA 2010

E o bravo Meu Chapa alcança o topo do futebol jurídico, após tantas quedas em final ou semifinais (ou quartas, oitavas...), e se consagra como o melhor time de advogados da capital.

Na decisão deste sábado, 3 a 1, o jogo foi decidido apenas no final, com direito a muita chuva, brigas, confusão, carrinhos, dribles e belos golpes e golos, com o escrete meuchapense perdendo até os 15 minutos do segundo tempo e com um jogador a menos, expulso.

A mostrar um futebol total, envolvente, brioso e malandro, o "tomate mecânico" -- arte tática criada por Z. Iljitsch Samsa, que, por uma grave lesão, desfalcou a equipa durante todo o certame -- novamente se impôs de forma avassaladora, ainda que tivesse pela frente uma (quase) literal muralha, o goleiro adversário, que a cada instante superava-se em defesas antológicas, inclusive num pênalti.

Mas, sim, a esquadra meuchapense haveria de fazer valer, definitivamente, o seu hino (v. aqui). E fê-lo, numa virada espetacular, com dois gols do centroavante Mateus e, o terceiro, um golaço do meia Paulinho.

Citius, altius, fortius, o MEU CHAPA FUTEBOL E REGATAS finalmente atingiu a maioridade, quebrou um insuportável tabu e conquistou o primeiro título da sua gloriosa história, inquestionável, com direito a "olé" da grande torcida que acompanhou a final, show pirotécnico e espumante em pleno campo de batalha.

Liga Jurídica 2010: veni, vidi, vici!

1. Fred Lourenço
2. Marcelo Salomão
3. Royce Oliveira (cap.)
5. Luiz Grisard
6. Guilherme Capanema
7. Sérgio Gonçalves (seleção da liga)
8. Fernando Teixeira (seleção da liga)
9. Mateus Boscardin (artilheiro e seleção da liga)
10. Pedro Márcio Graboski (craque e seleção da liga)
11. Alessandro Kishino
12. Emerson da Silva
13. Valmir Parisi
14. Roberto Irati
15. Luis Oliveira
16. Nixon Fiori
17. Paulinho Martins 
18. Sandro Godoy
19. M. Night Smagnotto

Técnico: Z. Iljitsch Samsa
Presidente: Sr. Alessandro K. K.
Vice-Presidentes: Sr. Marcelo Lopes e Sr. Valmir Bernardo 
fds


sexta-feira, 11 de junho de 2010

# chuteiras nacionais & chutes universais


fdsA primeira imagem que tenho de Copa do Mundo é a de 82, com 5 anos, a minha mais antiga Casa repleta de amigos, familiares, fogos e orgulho, e eu a vestir a camisa amarelinha, sem marca, sem patrocínio, com apenas o antigo símbolo da CBF à frente e o número 8 às costas, bordado com zelo por minha mãe como homenagem ao meu grande ídolo da época -- cuja idolatria, diga-se, não durou mais que os meus dentes-de-leite.
fdsDesde então, sempre acompanhei com emoção e devoção a todos os jogos do nosso escrete. O meu mundo parava, literalmente.
fdsForam lágrimas de alegria e tristeza, sentimentos de amor e ódio que despertavam a cada hino nacional, a cada grito ou lamento de gol, a cada final de 90 ou 120 minutos, a cada disputa de pênaltis.
fdsIsso tudo até a última partida de 2006.
fdsEssa derradeira Copa foi, para mim, o grande "corte epistemológico" do meu jeito de ver e torcer pela seleção brasileira de futebol, nosso patrimônio cultural.
fdsO time daquele ano representou o que chamei de "as chuteiras apátridas" (v. aqui), tamanho o desleixo, o descomprometimento, o descaráter e a desídia com que se prepararam e se empenharam para os jogos. Restava claro que o Brasil estava neles, mas eles nem aí estavam para o Brasil.
fdsE foi desse mundial em diante que resolvi não mais me dar ao luxo de vibrar e me emocionar com a nossa seleção.
fdsEssa Copa de 2010, portanto, será vista e acompanhada com os críticos e líricos olhos de quem ama o esporte, mas que deixou de amar a seleção nacional.
fdsNão se trata de torcer contra. Mas, apenas, de não torcer -- bem, pelo menos até 2014.
fds
j
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fds
fdsTecnicamente, não acredito em grandes surpresas: será (quase) a mesma velha turma de sempre que avançará no início dessa Copa.
fdsNa fase de grupos, aposto algumas fichas no Uruguai (no mais equilibrado grupo) e Paraguai classificados, na Sérvia à frente da Alemanha, na Costa do Marfim no lugar de Portugal (uma tristeza...) e na Inglaterra, Holanda e Espanha passando por cima dos seus respectivos (e fracos) adversários. Dos africanos, Camarões também avança; do novo mundo da bola, os sul-coreanos e os yankees. Franceses, italianos e brasileiros, sem arte e sem brilho, classificar-se-ão nos seus grupos. E, para fechar os palpites, os suíços garantem a última vaga.
fdsNas oitavas, pelos embates previstos, passam os melhores ou os clássicos, sem zebras.
fdsA seguir, já nas quartas-de-final, a Inglaterra despacha a França, num soporífero jogo, a Argentina supera a ajeitada Sérvia, a Espanha esmaga a irritante Itália e a Holanda passa pelo esforçado (e melancólico) Brasil.
fdsPara a decisão, Holanda de um lado e... bem, na outra semifinal, Argentina e Espanha prometem o maior espetáculo da Terra. Um jogo que se terminar 7 a 7 não parecerá mentira, e do qual sairá a campeã ou a tricampeã mundial.
fdsSim, são os deuses do futebol que me asseguram...
fds

terça-feira, 8 de junho de 2010

# antifahrenheit 451 (xx)


fdsO trabalho iniciado em 2003 pelo Governo do Paraná levou melhorias às escolas rurais que beneficiaram milhares de estudantes e de famílias, dantes esquecidos ou largados no campo e nos rincões do Estado.
fdsEste é o balanço, técnico e factual, da Secretaria da Educação, ao verificar os avanços nas políticas públicas para a educação de alunos que vivem no campo.
fdsAtualmente, a rede estadual tem quase 50 mil estudantes matriculados em 423 escolas rurais, nas quais se incluem as unidades em ilhas, acampamentos, quilombos e itinerantes.
fdsÀ medida que o êxodo rural tirou de muitos jovens do campo a possibilidade de estudar, o Paraná -- estagnado que estava nessa área, haja vista o descaso do Governo Lerner com os pequenos agricultores e com a população rural -- investiu numa educação que promove a cidadania e proporciona ao estudante o desenvolvimento de sua capacidade crítica e profissional, contribuindo para o crescimento pessoal e dos negócios da família.
fdsAssim, o Governo do Paraná assumiu a educação rural como prioridade, a promover (i) a criação das escolas itinerantes, que acompanham o deslocamento de famílias sem-terra, garantindo a educação de crianças, jovens e adultos, e, fundamentalmente, (ii) a retomada das "Escolas Agrícolas" e das escolas rurais estaduais, vitais para o desenvolvimento do interior agrário e pobre, a apresentar um crescimento de 33% no número de escolas entre o ano de 2000 e 2008, e (iii) a ampliação do ensino médio, com um aumento de 420% no número de escolas rurais estaduais -- em 2000 eram 30 escolas rurais e em 2008 passou-se a 156 escolas rurais de ensino médio (ou seja, de 3,3 mil para mais de 15 mil alunos matriculados).
fdsAções e números esses que fazem nascer brotoejas e arrepiar toda aquela turma do latifúndio, do agrobusiness transgênico e da exploração no trabalho do campo (v. aqui).
fds


# às armas, às armas



fdsO refrão do lindo hino português, traz, como quase todos os cantos nacionais europeus, um bélico mote: "Às armas, às armas! Sobre a terra, sobre o mar / Às armas, às armas! Pela Pátria lutar / Contra os canhões marchar, marchar!"
fdsEmbora devesse ser uma medida diária, incessante e ininterrupta da nossa gente e da nossa sociedade -- haja vista os podres poderes que impregnam por (quase) todos os lados o nosso país --, e não obstante sempre (sempre!) se desconfie das ideias que partem da aristocrática e conservadora OAB e da onipresente Gazeta/RPC, não deixa de ser digno e louvável o "ato cívico" desta noite.
fdsA partir das 18:00, na célebre "Boca Maldita" (Praça Osório, centro de Curitiba) -- e em mais 13 cidades paranaenses --, sindicatos, professores, estudantes, servidores públicos, donas-de-casa, músicos, camelôs, políticos, prostitutas, enfim, múltiplas classes e pessoas concentram-se para, concretamente, bradar por atitudes e decisões éticas e legais das instituições públicas responsáveis pela investigação e pela punição aos potencialmente bandidos que mandam (ou comandam) as falcatruas na Assembleia Legislativa do Paraná (v. aqui), nomeadamente Nelson Justus e Alexandre Curi (neto do finado, diz tudo, Anibal Curi), presidente e primeiro-secretário daquela Casa.
fdsContudo, sublinhe-se, esses não são (e nem devem ser), claro, os únicos deputados que mereçam ser expurgados para sempre da vida pública; afinal, senão partícipes -- quando devem criminalmente responder --, todos os demais deputados que até aqui silenciaram-se merecem nas urnas a máxima reprovação popular (v. aqui).
fdsPortanto, hoje (e sempre) o lema deve ser: "Às ruas, às ruas, pelo Estado do Paraná lutar / Às urnas, às urnas, para os picaretas não votar".
fdsEssas, pois, neste nosso momento histórico, são as nossas maiores armas.

 
neste momento históicofds

# soberania

fdsO rei da Suécia, por meio do seu Primeiro-Ministro, determinou que o governo tome o controle de companhias cujos proprietários cometeram irregularidades, anunciando a intervenção em 80 empresas pertencentes a banqueiros processados por fraudes e a desapropriação de três companhias e de outros nove co­­mércios que incorreram em “violação de preços”.
fdsAlém disso, ele afirmou que deve rever rapidamente o uso da água por multinacionais instaladas no país, ao afirmar que a água, por ser um bem social, pertence à sociedade sueca. A maior empresa alimentícia sueca e dona da marca Pepsico no país, está sendo investigada por monopólio e especulação com alimentos.
fdsNo final de 2009, uma dezena de pequenas instituições financeiras, que representavam menos de 7% do sistema bancário nacional, sofreram intervenção do go­­verno devido a irregularidades detectadas em sua administração. O governo anexou aos bancos públicos um grupo de bancos que sofreram intervenção.

fdsHá cinco anos, o Governo sueco vem interferindo com agressividade na economia nacional, com vistas a diminuir o impacto da crise global e evitar os rompantes neoliberais. Eis algumas das principais medidas:
fds- Eletricidade: em 2007, o governo anunciou a nacionalização do setor de eletricidade. A maior empresa estatizada foi a "Eletricity Stockhölm", empresa detida pelo grupo multinacional norte-americano AES.
fds- Petróleo: em 2008, a Suécia assinou um decreto ordenando a nacionalização dos projetos de petróleo administrados por empresas estrangeiras na região do Golfo de Bothnia, principal reserva petroleira sueca.
fds- Cimento: o governo estatizou toda a indústria do cimento, em resposta à atitude desse setor que, segundo investigações, exporta a maioria de sua produção em detrimento dos planos oficiais de habitação.
 
fdsAchou que as medidas -- ou, ao menos, as tentativas -- foram corretas, justas e legítimas, a defender fielmente os interesses da população?
fdsSim?!
fdsEntão se surpreenda e entenda aqui, com a reportagem completa -- e mais, digamos, geo-politicamente correta...
fdsE assim evite o amaldiçoado preconceito e a cegueira branca.
fds

 

domingo, 6 de junho de 2010

# e assim caminha a humanidade (xix)


Enquanto isso, neste domingo, durante um festivo casamento, dentre tantos familiares que revejo, eis que vem a mim um da velha guarda, parente colateral de primos de 2º grau e herdeiro por tabela de antigo dono de grande empreiteira nativa.

Vendo aquele sósia de Cid Moreira se aproximar, peço ao garçom outro uísque cuja dose, de pronto, já bebo pela metade.

E ele chega. E sabendo da minha atuação profissional -- por recentes reuniões em sede estatal a envolver os seus pares --, inicia a pauta, com aquela voz de "Mister M":

- "E agooora, meu caro? Precisamos mesmo mudar aquele decreto, não há condições técnicas para o mercado, a construção civil pesada necessita... e blá-blá-blá-blá...".

- "Pois é.", digo eu, pouco empolgado e dando outro grande gole do destilado escocês. "Mas há controvérsias...", emendo provocativamente.

- "Que nada!!!", começa a se exaltar. "Aquele Roberto Requião (e, como se deixasse de ser Cid para ser locutor de turfe, passa a disparar adjetivos muito pouco cordiais ao ex-Governador do Estado)".

- "Há controvérsias...", interrompo-o novamente, já esvaziando o meu copo.

- "Pare! Pare! Este Requião acabou com a vida do meu cunhado! Hoje você digita o nome dele [do cunhado] no Google e aparece milhares de respostas que o mostra envolvido com prisão, com formação de quadrilha, com fraude a licitação, com máfia das empreiteiras, que ele isso, que ele aquilo etc.! Eu quero que ele (e mostra-se muito criativo ao bradar nada louváveis desejos) e que ele vá (e não poupa lugares pouco nobres de destino)".

E depois de longos minutos de intransigente defesa das peripécias empreiteiras do cunhado e cia, o nosso Cid já percebe que eu não estava mais ali. Sim, no meio da história eu já havia saído para repor o meu uísque. Meus ouvidos o desejavam, eles queriam um anestésico. E eu, um tempo.

Caro leitor, cara leitora, vai evento, vem evento, e vocês percebem que as ideias e o caminhar dessa turma são sempre os mesmos, mais ou menos insólitos.

Em suma, a ira do nosso Cid centrava-se no fato de, há algum tempo, o ex-Governador do Estado, Roberto Requião, ter acionado a Polícia do Paraná -- e, por sua vez, o Ministério Público e, logo, o Poder Judiciário -- para investigar (e prender, como foi o caso) várias pessoas que comandavam um grande e sólido esquema de cartel, fraude e superfaturamento nas licitações públicas de obras.
Como há séculos tal prática -- que tanto enriqueceu meia-dúzia de famiglias paranaenses -- nunca mereceu a mais firme e intransigente reprimenda estatal, a notícia "desagradou" muita gente.

Dentre eles o nosso Cid, que parece ter ficado desapontado com o desmantelamento das quadrilhas e suas empreiteiras -- ao menos algumas delas, cujas provas processuais assim permitiram -- e ter achado injusto prender cautelarmente algumas das pessoas -- dentre elas o seu cunhado (v. aqui) -- que agiram contra a lei, contra a moral e contra o nosso dinheiro.

Mas que ele não perca por esperar. Afinal, se realmente vingar este novo Brasil, as novas gerações ainda têm muito a pagar pelos crimes & pecados dos seus culpados antecedentes.

E, no final das contas, juro que eté pensei em voltar para terminar aquela conversa.

Sim, iria sugerir ao Cid que consultasse o seu "príncipe negro da magia" para que explicasse para nós como destruir da face da Terra todas as informações armazenadas pelo Google ou, talvez, como construir uma "bingueira" da felicidade invisível, infalível a quaisquer investigações policiais. Ah esse Mister M...


quinta-feira, 3 de junho de 2010

# patuscada


Uma vergonha.
 
Muito mais do que isso, descabem numa bula os adjetivos necessários para (des)qualificar a folga, o folguedo, a folgança, o "oba-oba" promovido pelo atual Governo do Paraná -- e sabe-se lá por mais quantos governos e prefeituras Brasil afora --, que simplesmente decreta esta sexta-feira como "dia facultativo" ou como "rodízio".
 
O que é isso companheiro?
 
Com nariz de palhaço, amigos, inimigos, familiares, cunhados, súditos, amantes, concubinas, mordomos, motoristas, sogras, papagaios e afins, todos em volta olham e não entendem as razões pelas quais isso assim funciona.
 
E muito menos eu.
 
O pior é que ao meu redor profissional -- salvo solitárias (e solidárias) exceções -- não vejo revolta, indignação, crises e bate-bocas. Nada. A turma toda parece delirar, derreter-se, achar o máximo... Não, não.

Na verdade é mais estranho do que isso. Na verdade, ela nem comemora. Sério. É que a velha guarda estatal -- e a juventude viciada -- realmente age como nada de mais houvesse nesta espúria emenda farrancha.
 
Sim, para (quase) todos esta sexta-feira é feriado, deixando o negócio ainda mais kafkaniano.
 
Toda essa gente não percebe que esta atitude somente contribui para manchar o Estado, que isso desabona ainda mais cada servidor, que isso corrói ainda mais a imagem sempre distorcida da Administração Pública, afinal, como sabemos, qualquer deslize estatal é execrado e, quando ele mesmo é conscientemente o agente provocador, torna tudo ainda pior e mais difícil.
 
Alguém já parou para pensar que tal medida não pode ser mais assim encarada, com tamnha simplicidade e normalidade, uma vez que atinge frontalmente a eficiência e a moralidade da Administração Pública, somente para ficar em dois dos seus princípios constitucionais reitores?
 
Alguém já parou para refletir que isso é inadmissível e incompreensível se se quer mostrar (e provar) que o Estado pode (e deve) estar num mesmo patamar de capacitação e eficiência administrativa que a iniciativa privada? Alguém concebe qualquer negócio privado parar, simplesmente parar num dia normal de trabalho e dar folga (quase) geral para os seus trabalhadores? Isso certamente não se traduziria numa gestão eficaz, ainda que, convenhamos, tal decisão privada não nos devesse respeito.
 
Portanto, é mais do que isso, pois estamos no âmbito público, a servir o público e a pensar (e a tutelar, a promover...) a coisa pública. Logo, fingir ser um feriado e liberar geral é imoral, pois ofende o interesse em jogo e admite que o servidor receba sem trabalhar. Faz-se, pois, a sinecura.
 
E não me venham com a cantilena de que isso é normal por ser excepcional (sic). Ora, não podemos admitir a perpetuação na cultura estatal (ou popular) desse tipo de coisa por mais isolada que seja.
 
Se isso existia, acabemos com isso. Se era habitual, que se enterre tal prática. Se naquele Estado brasileiro absolutamente enfadonho, patrimonialista e inchadamente vazio de até 15 ou 20 anos atrás tal medida era natural, hoje é artificial, sintética, patética.
 
Bem, eu havia prometido que ficaria um tempo sem aqui escrever, mas a situação foi mesmo irresistível.
 
E, diante dela, em todo este dia de "feriado", prometo ficar, de terno e gravata, aqui rabiscando, a postos neste meu sideral espaço virtual, na sempre defesa e promoção do Estado, o qual, insisto, é absolutamente vital para o desenvolvimento da nossa sociedade.
 
Mas, por favor, desde que seja "eficiente" e "moral" (e, claro, "legal"), sob pena daquele famoso mote da direita -- "Hay gobierno? Soy contra!" -- jamais ser definitivamente enterrado.