quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

# eu sou o samba...



fds2 de dezembro, Dia Nacional do Samba.

fdsMas, aqui, na sua terra, natal ou por adoção -- e lá se vai infinita discussão... --, nem precisava.
fdsHoje, por exemplo, programaço no Clube dos Democráticos -- onde desde 1870 (!) faz-se baile de carnaval... --, em homenagem à Cartola e a tantas velhas guardas cariocas. Ou então na Estação Leopoldina, com Arlindo Cruz, Maria Rita e o grupo Bambas de Berço. Ou quem sabe no Centro Cultural Carioca, em cujo salão, desde o começo do século passado (à época como "Dancing Eldorado"), se canta a grande música popular brasileira, hoje com o Pagode da Tia Doca.
fdsMas melhor ainda é neste sábado, com o já clássico "Trem do Samba".
fdsJá a partir das 11 horas, grande show na Central do Brasil, com Wilson Moreira, Nelson Sargento, além das ilustres Velhas Guardas da Portela, Império Serrano, Mangueira, Salgueiro e Vila Isabel e a Bateria do Mestre Faísca.
fdsDepois, três trens (sem tigres tristes) sairão da Central em direção a Oswaldo Cruz (13h30, 14h e 14h30).
fdsChegando em Oswaldo Cruz, três palcos estarão montados para a festa continuar.
fdsNo palco ao lado da via férrea estão confirmadas as apresentações de Noca da Portela, Delcio Carvalho e o Pagode da Tia Doca.
fdsOutro palco da Rua Átila da Silveira será feita uma homenagem ao Cacique de Ramos com Partideiros do Cacique e Sombrinha, além das apresentações de Toninho Gerais, Tia Surica e Zé Luiz do Império.
fdsNo palco da Praça Paulo da Portela, se apresentarão o grupo Descendo a Serra, Ari do Cavaco, as Velhas Guardas do Império Serrano, Salgueiro, Mangueira e Vila Isabel. Neste palco, Marquinhos de Oswaldo Cruz e a Velha Guarda da Portela darão o grande fecho ao evento.
fdsMas calma, não vai ter só show em palco. Durante todo o dia acontecerão rodas de samba pelo bairro, com o Bloco dos Cachaças, o Clube do Samba, o Grupo Galeria da Velha Guarda da Portela, na Carvoaria, na Pirapora etc.
fdsPortanto, a programação é o de menos: o bacana é ficar indo lá-e-cá, passeando, conversando e parando para cantar samba onde estiver mais animado (ou mais melancólico), numa peregrinação que nos fará ouvir Donga, Cartola, Pixinguinha, Noel, Ary, Ataulfo, Adoniran, Nelson, Wilson, Cachaça, Sargento, Geraldo, Vinicius, Candeia, Monarco, Clementina e toda a jovem, ou nem tão jovem assim, nata sambística.
fdsEsse é, também, o Rio de Janeiro...
fds

 

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

# medo?

f
dsNuma escala (um pouco) maior, o que acontece aqui no Rio nada mais é do que aquilo que, a todo instante, pinta nas periferias e subúrbios do Brasil, embora em ritmo mais lento, menos intenso e com menos holofotes.
fdsNa região de Colombo ou da Fazenda Rio Grande, na área metropolitana de Curitiba -- aquela cidade autoproclamada (e autoanunciada) como a Estocolmo tropical --, todo dia vê-se dezenas de aberrantes, aterrorizantes e absurdos casos de violência, de selvageria e de criminalidade, mas, não com carros queimando, e sim com corpos queimados, retalhados, decapitados...
fdsE o curioso é que o incessante alarde que se promove hoje, pelas seis da tarde, no Rio de Janeiro, parece partir daquela mesma gente que, nos dois últimos anos, considerou a Gripe H1N1 (a "suína") a oitava praga do Egito (v. aqui, aqui e aqui).
fdsCapitaneada pelas bandeiras da grande mídia, a nossa própria gente dissemina o pânico, o desespero e a solidão.
fdsAqui, ao lado, colegas de trabalho, em poucos minutos, fazem dezenas de ligações para os seus, exigindo que todos agissem como se num estado de sítio, numa terra em transe tomada por zumbis. "Vão para casa!", "Tranquem-se lá!", "Não aceitem doce de estranhos!", pregava um dos mensageiros do apocalipse. O que pensam, ora pois?
fdsSabemos da gravíssima questão do narcotráfico -- v. aqui, aqui, aqui e aqui o que já se faz, de concreto, humano e desenvolvimentista, como alternativa à nossa gente que sofre nas favelas, e aqui e aqui uma das soluções reais para o negócio virar um "negócio" -- e das consequências que advirão da cirúrgica e cada vez mais intensa política pública das UPPs -- como, especialmente, a debandada marginal para os subúrbios e o interior do Rio e a simples alocação dessa força bandida para outros tipos de crimes --, cujas reações organizadas são, sob essa ótica, absolutamente esperadas; porém, mais do que isso, esta sensação de mal-estar e de vulnerabilidade apenas corresponde ao atual estado de coisas em que, encastelados, vivemos.
fdsE mais. Traz à luz outra variável, indireta, encrostada no comportamento de boa parte desta gente, desta midiática sociedade pós-moderna que dá ouvidos (e a alma) aos jornais nacionais e aos datenas, mas que jamais crê nas sérias e competentes autoridades públicas, como assim se mostra o secretário de segurança carioca para o caso presente ("Não entrem, por que não precisa e não se justifica entrar, em pânico!", repetiu ontem doze vezes), e se mostraram o secretário da saúde paranaense e o ministro da saúde para o caso da pseudogripe dita espanhola ("Nada de desespero, pois é menos perigosa e mata muito menos que a gripe comum!", repetiram aos borbotões).
fdsRegize-se: não significa que não desconfiemos que, com o aprofundamento das UPPs e a reestatização da segurança e do espaço públicos, a guerrilha civil-social definitivamente chegará e que se terá que viver, por longos dias, numa mini-Bósnia (v. aqui); porém, o momento ainda não é este.
fdsO Estado prepara-se e, definitivamente, parece que não retroagirá, não se omitirá e não negociará. Porém, tudo planejado e implementado com cautela, parcimônia e responsabilidade.
fdsOra, o Estado não pode disputar quem é mais violento ou brutal, mesmo numa situação de limite, afinal, é muita, muita, muita gente do bem que habita e (sobre)vive nos pobres morros e que está nos tiros cruzados disso tudo, vizinha da escatofagia social e imersa, coagida na lama da bandidagem. As ações, portanto, têm de ser pensadas, sérias, calculadas. Mas tem de, claro, serem "ações".
fdsNas circunstâncias atuais, porém, ao pregar a intolerância humana, o caos urbano, a covardia estatal e as trevas no fim do túnel, caminha-se para uma sociedade cada vez mais reclusa, conservadora, arcaica, alienada e irresponsavelmente social. E, nunca, nunca é um bom caminho.
fdsEsta sensação de agora, portanto, tão animadamente propagada por aquela mesma turma de sempre, parece apenas fazer clarear a tese de Simone de Beauvoir: "a ideologia da direita é o medo".


fds

# razão de ser


fdsVendo o que acontece na baixada fluminense, e aos poucos nos arredores nobres da cidade, pergunto-me: e por que cargas d´água essa gente toda, estes bandos de criminosos, esta podre turma toda que vê o Estado chegar e reocupar o território, realmente não entra para detonar, para realmente aterrorizar, para uma guerra?
fdsPor que ficam só nessa de atear fogo num carro ali, num ônibus acolá? De fazer um arrastão hoje, outro amanhã? O que temem? O que têm a perder? O que os leva a não "quebrarem tudo"?
fdsPorém, não se tenha ilusão: isso irá acontecer. E não como uma mera onda. O narcotráfico não irá se render antes do seu all in.
fdsFeche-se a cortina.
fdsDo mesmo modo, embora na contramão do comportamento acima, e nunca distante da realidade das coisas vistas no mundo extramuros que, por vezes, arriscamos nos meter, surge o enigma presente nas atitudes e no ser de toda aquela gente sofrida, humilhada, destruída, arruinada, vilipendiada pela miséria econômico-social, mas que, diuturnamente, vive dentro da lei, no mundo da ética e... em paz.
fdsE vem à mente, pela enésima vez, aquela velha discussão entre Hobbes e Rousseau, entre o nascer e o tornar-se, entre o homem e o meio, entre o homem-mau e a sociedade-perversa.
fdsDilema que, não fosse a maior premissa dogmática que me acalenta, a cristã, deixar-me-ia pairado sob essa eterna dúvida existencial.
fdsPor quê?


 

terça-feira, 23 de novembro de 2010

# segundinhas

f
dsNesta segunda-feira, bem a propósito, lê-se no para-choque de um caminhão, sem ter como discordar:
fds"Ser campeão da segunda divisão é igual tirar o filho da cadeia. A gente fica feliz na hora mas depois dá uma vergonha de contar para os outros...''
fdsAqui, pois, as minhas saudações aos tantos e tantos amigos coxas, que de novo saem das trevas e voltam à elite do futebol nacional.
fdsMas, será que agora se sustentam?
fds
 

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

# sapos me mordam


fds E, lá fora, vê-se a chuva de 600 bilhões de dólares.
fds Deste último (e já decadente?) império, nada original: simplesmente imita-se o que as potências do Antigo Oriente, Roma e os grandes países coloniais-navegadores (Portugal, Espanha, Inglaterra e Holanda) outrora fizeram, liquidando a sua moeda para (tentar) liquidar a sua gigantesca dívida, que só a interna atinge os estratosféricos 14 trilhões de dólares, cujas cifras nem mais o Tio Patinhas -- muito menos o Tio Sam -- suporta.
fdsComo? Para reduzir a proporção de "ouro" (valor) na cunhagem ("valorização") das moedas, fabricam dinheiro e despejam na praça milhares de milhões de dólares, dólares e mais dólares, a fazer dessa espécie meras notas de um "Banco Imobiliário".
fds Tudo falso, absolutamente falso -- como, a propósito, é bem o american way of life.
fds E os EUA exportam inflação para o mundo inteiro, para reduzir sua gigantesca dívida, pagando os credores com dólares desvalorizados.
fds Mais do que isso, o dólar depreciado faz crescer as exportações norte-americanas e prejudica as nações que exportam para os EUA, cuja predatória prática muito bem remonta à depressão mundial dos anos 30.
fds E, ainda, além de desestabilizar o câmbio e o comércio, o tsunami de moeda estadunidense invade os mercados emergentes, na busca do fácil dinheiro dos viciados cassinos financeiros, cujo efemeridade dos "investimentos" detonam as economias domésticas.
fds Diante de todo o cenário, a chuva de dinheiro certamente se confunde com aquela chuva que dramatiza o final do filme "Magnólia".
fds Afinal, lá e cá fazem todo o sentido.


 
 
 

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

# taj mahal


fdsfAfora empreiteiros, políticos e magnatas do business, quem mais quis a Copa do Mundo no Brasil?
fdsfOra, a população, o povo, a sociedade brasileira em sua esmagadora maioria -- e desde já reclamo a minha inclusão na minoria que foi e é contra, como há tempos, à sombra da mangueira imortal, deixamos claro (v. aqui, aqui e aqui).
fdsfPortanto, afora a “nata” envolvida no negócio Copa, quase toda a “malta” brasileira clamou e rezou para que o Brasil fosse a sede em 2014. E mais.
fdsfQuase toda a “malta” exigiu dos seus representantes políticos que a sua cidade, o seu estado e o seu país fosse sede da Copa.
fdsfNas idas e vindas até a eleição brasileira, fretavam-se aviões recheados de colarinhos brancos para alimentar o lobby nacional e os lobos da FIFA.
fdsfEra humilhante ver os nossos representantes pedintes, com malas-pretas à mão.
fdsfE, depois da “vitória”, o político que ousasse não reverenciar Ricardo Teixeira (o todo-poderoso na organização e presidente da CBF) veria alijado o seu Estado do mundo de Oz.
fdsfEra a suprema humilhação federativa.
fdsfE, repita-se, por graça de quem? Ora, da nossa gente, que ainda baba com o fato e que quer (e sempre quis) o mundial no Brasil.
fdsfE agora, José? Quem há de bancar todos os estratosféricos custos que envolvem o evento, dentre eles os palcos dos jogos?
fdsfSendo sede da Copa, já é notória a parcial cessão da soberania nacional à FIFA, que exige o que bem quer. Sem contraprestações.
fdsfE, dentre tantas outras imperiais ordens, destacam-se as absurdas regras relacionadas aos estádios, minimamente detalhados, e sem qualquer razão de ser.
fdsfLogo, como nenhum estádio no Brasil presta -- sob a ótica e os anseios financeiro-corporativos da FIFA --, ou se promove mais ou menos intensas reformas nos poucos aptos que existem ($$), ou se constroem novos ($$$$$$). E o custo disso é, além de inútil, fabuloso.
fdsfAfora os casos das novas construções totalmente patrocinadas (e queridas) pelos Estados -- como são os exóticos e nonsense casos das inúteis babilônias públicas a serem armadas em Cuiabá, Manaus, Brasília e Natal --, três exemplos privados, mas ainda com os mesmos fundamentos, são bem ilustrativos: o Internacional, com a reforma do "Beira-Rio", o Atlético, com a finalização da moderna "Arena da Baixada", e o Corinthians, com a construção do seu "Fielzão".
fdsfNesses casos, os três clubes não têm (e nunca tiveram) interesse algum em arcar com toda a nova infra-estrutura imposta pela FIFA e com todos os encargos exigidos para ser uma sede de Copa.
fdsfA reforma, a finalização e a construção que respectivamente pretendiam eram para atender aos seus interesses, aos interesses dos seus sócios e torcedores, os quais em nada se pareciam com o que a FIFA exige.
fdsfLogo, agora, quem é que deve pagar por isso?
fdsfOra, a população, o povo, o erário, o dinheiro público.
fdsfÉ a própria sociedade, infelizmente, quem deve arcar com os elefantes mais ou menos brancos que se espalharão pelo país.
fdsfÉ a sociedade, repita-se, quem deve arcar com cada regra estúpida, com cada ousadia técnico-estrutural e com toda a deslumbrada vaidade obrigada pela FIFA.
fdsfE nunca os clubes, que não podem ter o ônus privado e particular de algo que o nosso distinto público quis.
fdsfQuae sunt Caesaris, Caesari -- é, assim, o justo.
fds

 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

# enxofre


fdsEntrei, lentamente e sem alarde, com as costas voltadas à parede, no mundo das apostas pela internet. Sem anseios financeiros, sublinhe-se.
fdsUm mundo interessante, impactante e medusicamente envolvente.
fdsDe críquete no Vietnan a torneio de golf num estado estadunidense, de segunda divisão do campeonato holandês de handebol a torneio mundial de ginástica olímpica, está tudo ali, para se apostar e comprar, perder e lucrar, torcer e subornar.
fdsE agora envolvo-me com a literatura e os casos de polícia já expostos por autoridades e pesquisadores europeus. Máfia de magnatas, cartolas e atletas, para todos os gostos e bolsos.
fdsSim, meus caros, depois de saber, conhecer e estudar o que acontece no submundo que faz envolver centenas de bilhões de dólares a cada ano, você nunca mais verá futebol, mesmo o nosso, com os mesmos olhos.
fdsE passe a ter saudades dos cambalachos à boca do vestiários e das negociatas de árbitros em botecos de subúrbio.


fds

# aspas (xxxvi)


fdsDo "Conversa Afiada", do sempre ácido Paulo Henrique Amorim, sobre o imbróglio a envolver a realização das provas do ENEM (v. aqui).
fdsComo diz o sábio, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa...
fds
fdsUma desmoralização arrasadora.
fdsÉ porque 0,04% dos alunos inscritos na prova talvez venham a refazê-la, por causa de uma troca do cabeçalho de alguns cartões de resposta.
fds0,04%! Que horror! Foram 4,6 milhões estudantes inscritos e talvez 2 mil tenham a possibilidade de refazer a prova.
fdsOntem, o UOL e a Folhaonline bradaram o dia inteiro contra a “inépcia” do ENEM. A Folha, se entende. Ano passado, as provas vazaram da gráfica da Folha [vencedora da licitação], que foi devidamente afastada da concorrência deste ano.
fdsO Estadão se acha na obrigação, todo ano, de desmoralizar o ENEM. Como fez no ano passado, com a divulgação do vazamento.
fdsPor que o Estadão, a Folha e o Serra são contra o ENEM? Ano passado, com o vazamento na gráfica da Folha, o Serra, célere, tirou as universidades de São Paulo do ENEM – para acentuar o “fracasso” do Governo Lula.
fdsQual é o problema deles com o ENEM ? O Governo Fernando Henrique instituiu o ENEM para copiar o SAT americano: o vestibular único em todo o país, para facilitar o acesso às universidades federais e o deslocamento de estudantes pelo país afora.
fdsO que tem a vantagem de baratear dramaticamente o sistema.
fdsAntes – como em São Paulo, hoje – cada “coronel” faz o seu vestibular e estimula a iniciativa privada – com os serviços do vestibular e os cursinhos do Di Gênio.
fdsDe Fernando Henrique para cá, o ENEM cresceu 30 vezes! 30 vezes, amigo navegante. Saiu de 157 mil inscritos em 98 para 4,6 milhões de hoje. É sempre assim.
fdsO Bolsa Família da D. Ruth atendia quatro famílias. O do Lula, que virou “Bolsa Esmola”, segundo Mônica Serra, a grande estadista chileno-paulista, atende 40 milhões.
fdsO que é o ENEM? É o passaporte do pobre à universidade pública. É por isso que a Folha, o Estado e o Serra odeiam o ENEM.
fdsPorque esse negócio de pobre estudar é um problema. Fica com mania de grandeza, de autonomia. Pensa que pode mandar no seu destino. E não acredita mais na fita adesiva do “perito” Molina.
fdsIsso é um perigo. Pobre é para ficar na senzala.
fds50 universidades públicas federais aderiram ao ENEM. Isso significa que 47 mil vagas em universidades federais dependem do resultado do ENEM.
fdsEm 2004, um milhão de estudantes se inscreveu no ENEM.
fdsAí, o Lula e o Ministro Haddad resolveram estabelecer o ENEM como critério para entrar no ProUni (para a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – não dizer que o ProUni é a “faculdade de pobre burro”).
fdsSabe o que aconteceu, amigo navegante? O ENEM passou de um ano para o outro de um milhão para 2,9 milhões de inscritos. Quanto pobre!
fdsPara o ano que vem, o ministro Haddad estabeleceu que o ENEM também será critério para receber financiamento do FIES. Vai ser outro horror!
fdsMais pobre inscrito no ENEM para pagar a faculdade com financiamento público. Um horror! Tudo público. ENEM, faculdade, financiamento... “Público” quer dizer “de todos”.
fdsAmigo navegante, sabe qual foi o contingente nacional que mais cresceu entre os inscritos no ENEM? Agora é que a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – vai se estrebuchar.
fdsFoi o Nordeste! Que horror! Já imaginou, amigo navegante?
fdsNordestino pobre com diploma de engenheiro? Nordestina pobre com diploma de médica?
fdsVai faltar pedreiro. Empregada doméstica.
fdsAí é que a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – vai se estrebuchar mesmo.

fds


 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

# food stamps


Eis que naquele jornal comunista, o "Wall Street Journal", revelou-se o modus vivendi de mais de 40 milhões de estadunidenses: "food stamps", ou "vale-comida" (v. aqui ou como aqui, já em 2009, aviamos).

Outra exemplar lição para aquele sem número de hipócritas (e idiotas) que ainda menosprezam (ou malham, ou não entendem) programas de proteção social como o nosso "Bolsa-Família".

Comportamento típico de quem acha chique tais ações governamentais na Escandinávia, na França, nos EUA... mas tem "hor-ror" àquelas postas em prática nos países latinos-americanos, como o nosso.

Hoje, na Terra do Tio Sam, o Deus-Mercado esfalece-se, para desespero da classe média, mas, principalmente, dos pobres, a ponto de um grande número de domicílios americanos passar a depender da assistência do governo até para comprar comida, no momento em que a recessão continua a castigar milhões de famílias.

O número dos que recebem o cupom de comida ("food stamp") cresceu em agosto, as crianças tiveram acesso a milhões de almoços gratuitos e quase cinco milhões de mães de baixa renda pediram ajuda ao programa de nutrição governamental para mulheres e crianças.

Foram 42.389.619 os americanos que receberam "food stamps" em agosto, um aumento de 17% em relação a um ano atrás, de acordo com o Departamento de Agricultura, que acompanha as estatísticas; o número cresceu 58,5% desde agosto de 2007, antes do início da recessão.

Lá, o benefício nacional médio por pessoa foi de aproximadamente 135 dólares em agosto; por domicílio, foi de quase 290 dólares.

Hábitos terceiro-mundistas já são cotidianos: filas nos supermercados à meia-noite do primeiro dia do mês, a demonstrar que o benefício não está cobrindo a necessidade das famílias; crianças nas férias a retornar às escolas para tirar proveito da merenda, onde ela estava disponível; restaurantes populares e gratuitos etc.

Assim, o "vale-comida" tornou-se um refúgio para os trabalhadores que perderam emprego, particularmente entre os estadunidenses que já exauriram os benefícios do seguro-desemprego.

E, lembremos: no caso nosso, temos um país em desenvolvimento, com um pobre (ou paupérrimo) Norte-Nordeste, e não um país rico (embora desigual) como os EUA.

Portanto, como diria o grande Eça, cá temos mais um caso de "má-fé cínica ou obtusidade córnea" da nossa gente encastelada.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

# uma roda que funcione


fdsfdsJá antigo, mas ainda excelente e que muito vem a calhar, é o texto do Professor Boaventura de Souza Santos, da Universidade de Coimbra, cujo título "Reinventar a Democracia" é quase auto-explicativo: v. aqui.

 

# aspas (xxxv)



A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, cumpre, ao menos retoricamente, as já preliminares expectativas para o seu governo, e encara de frente, e sem tergiversar, a questão do campo, da terra, dos sem-terra e da reforma agrária (v. aqui):

   "Temos de fazer uma revolução no campo, no sentido de transformar os agricultores em proprietários. Resolver o problema dos sem-terra é criar milhões de pequenos proprietários que farão com que o tecido social no setor rural brasileiro seja mais democrático." 



 

terça-feira, 2 de novembro de 2010

# sin ternura


fdsNão importa a inclusão social de uma Espanha inteira dentro de uma situação de decência, muito menos uma iminente atuação político-pública que a estenda para mais duas Espanhas.
fdsNa verdade, se depender da grande mídia nacional, o próximo ano do novo Governo será um inferno, razão pela qual é urgente e imperiosa a criação de uma agência e de uma lei que efetivamente regule e regulamente a atuação dos meios de comunicação no Brasil, nos termos previstos pela nossa Constituição e, exemplarmente, nos moldes do implementado na França, com o “Conseil Supérieur de l´Audiovisuel” (v. aqui), e na Argentina, com a “Ley de Medios” (v. aqui).
fdsA presidente Dilma Rousseff, em suma, terá a responsabilidade de garantir à população o direito à comunicação.
fdsE, por isso, além de ambas as medidas citadas, é tão importante a multiplicação exponencial do sistema público de banda larga.
fdsDilma precisa, urgentemente, constatar que a forma de atuação de diversos veículos de rádio e televisão – não vem importar, sob essa ótica, a imprensa escrita (v. aqui) – são indiretos atentados à democracia e, por isso, deve agir desde o primeiro dia de gestão, e não esperar o babante golpe midiático.
fdsE por isso já não entendemos – senão pelo viés maquiavélico (ou da linha paz&amor) – toda a predisposição da presidente eleita, Dilma, com a Rede Globo, veículo que diuturnamente detonou a sua candidatura e o seu governo: na primeira oportunidade após eleita, foi ao Jornal Nacional. Para quê? Por quê?
fdsOra, o Presidente Lula salvou o Governo dele, mas quase não faz a sucessora.
fdsE isso é grave.
fdsE, por isso, um (bom) começo é evitar entrevistas exclusivas, estúdios platinados, páginas amarelas e espaços reservados em jornalões.
fdsE assim colocá-los nos seus devidos lugares.
fdsAlguém, enfim, precisa continuar o que Brizola começou – e que seja ela, oriunda do mesmo PDT.
fdsCaso contrário, muito provavelmente cairá.
fdsAfinal a turma virá babando ódio e veneno...
fds

 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

# pinhão com macaxeira (ou, a surra)


fdsCom o acachapante resultado – 12 milhões de pessoas (ou 12% dos votos), o que é bastante –, alguns energúmenos reacionários já pretendem lançar mão do fascista argumento de que “o Sul é o nosso país”.
fdsE, óbvio, os procuradores desta gente – em especial o tripé Globo-Veja-Folha – já começam a repercutir este funesto comportamento, a enfatizar que, no Sul, Dilma perdeu (ou, como queiram, Serra venceu).
fdsOra, estes mapas pintados de vermelho em cima e de azul embaixo são ilusórios e tão-somente servem para atiçar o latente preconceito desta gente daqui de baixo, autointitulada como protótipo da excelência.
fdsDilma fez quase e mais de 60% dos votos, respectivamente, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, fez quase 50% dos votos no Rio Grande do Sul e mais de 45% dos votos em São Paulo. Derrota mesmo, só no Paraná e em Santa Catarina, este último com a suprema glória de eleger governador e senador do glorioso DEM/PFL/Arena/UDN.
fdsE, num esquisito exercício separatista – bem ao gosto desta desgostosa gente –, se todos os votos do Nordeste fossem descartados, ainda assim Dilma venceria a eleição.
fdsEm suma, repita-se: uma vitória acachapante.
fdsPorém, se os idiotas ainda insistirem com tais atitudes e discursos disjuntivos, e se mesmo com os infindáveis argumentos técnicos, sociais, antropológicos etc. não obtivermos êxito na explanação, incitemo-lhes o êxodo, ou, quem sabe, a ira e a ir em frente.
fdsSim, numa hipotética guerra civil separatista, da surra que levariam despontariam inclusive inúmeros barrigas verdes de bombacha, chapéu-de-couro e peixeira na mão, a enxotar a turma de biltres fascistas.
fdsAfinal, o Brasil deve ser um só.
fdsE para todos.
fds

 

# às feridas, históricas e bem abertas


fdsDilma venceu.
fdsE, com ela, o que mais se espera é o aprofundamento das políticas sociais e o aceleramento das mudanças sociais.
fdsCom ela, aguarda-se que as feridas intocadas pelo Governo Lula, particularmente a reforma agrária, a reconfiguração tributária, a revisão político-eleitoral e a regulamentação dos meios de comunicação, seja finalmente implementadas.
fdsEngana-se, muito, quem não acredita na presidente eleita ou quem a imagina frágil, fantoche ou fanfarrona.
fdsEla, afora tecnicamente habilidosíssima, é, ideológica e cientificamente, muito mais comprometida com os ideais e as teses da esquerda do que o Presidente Lula.
fdsEra, isso, portanto, um dos maiores temores da elite branca, reacionária e conservadora brasileira.
fdsAfinal, em toda transição tem-se um lado de continuidade e outro de ruptura. Assim, se no governo Lula houve a continuidade no projeto macroeconômico e a ruptura do Estado mínimo neoliberal para um Estado minimamente intervencionista e social, com Dilma, muito pouco restará do inefetivo paradigma antigo, devendo ser promovidas substanciais reformas na estruturação do Estado como agente efetivamente intervencionista e social.
fdsLula mudou o rumo e o jeito do país; Dilma, intensificará a velocidade e e a constância desta trajetória. E o Brasil continuará a mudar.
fdsConjugado a este seu perfil, Dilma conseguirá, como nunca antes na história deste país, maioria absoluta no Congresso Nacional, ou seja, Câmara de Deputados e Senado Federal estarão politicamente comprometidos e vinculados ao Governo, conforme bem delineou o resultado das últimas eleições parlamentares.
fdsTal conformação propiciará ao Governo Federal o grande trunfo de poder aprovar leis, emendas, projetos e políticas com facilidade e eficácia, sendo irrelevante o trabalho desestrutural da oposição, cujo boicote às grandes (ou pequenas) ideias não terá o condão de engessar as reformas que o país tanto precisa.
fdsTal situação, portanto, trará muito maior eficácia às ações estatais, o que resultará num governo mais eficiente para a população.
fdsE, assim, após os “demos” terem sido devidamente exorcizados nestas eleições – fora, claro, no estranho Estado de Santa Catarina... –, nas próximas, ao final destes quatro anos, o Brasil certamente verá a extinção dos “tucanos”.
fdsE todos, e não mais apenas os 5% brancos, limpos e cheirosos encastelados, passarão a viver felizes para... hoje.
fds

 

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

# meu voto (por que dilma? - final)


fdsfdAntes, devo dizer que não dependo da eleição dela (ou dele...) para continuar meu trabalho, aqui, lá ou acolá. Depois, digo que nunca fui filiado ou eleitor de carteirinha do PT, pois as minhas teses, projetos e modelos de país e de sociedade vão mais além (e nunca aquém) do programa ora em construção.
fdsfdLogo, não é por interesse privado, científico ou egóico que lhes lembro o que se segue.
fdsfdVê-se que a eleição de domingo, pela conformação e biotipo dos futuros candidados que se apresentam, talvez seja a última que expõe tão claramente dois projetos, dois modelos, dois perfis e duas visões tão antagônicas de Brasil e de nação, como tão repetidamente vimos escrevendo, e já com agradável repercussão crítica, à sombra da mangueira imortal.
fdsfdDesde 1989 não se via os gigantes das comunicações (Globo, Band, Veja e Folha de São Paulo) tão dispostos a eleger um cara e a defenestrar uma candidata.
fdsfdTalvez até pensem ter este direito, e de assim proteger os interesses de toda uma gente que quer tomar de volta o Brasil; porém, jamais poderiam fazê-lo com tanta e tão sórdidas mentiras, boatarias, inverdades, manipulações e calhordices.
fdsfdEssa turma, enfim, tão-somente faz confirmar a sentença de que a "a ideologia da direita é o medo" (S. de Beauvoir).
fdsfdE desde já uma premissa: aqui não esquecemos os tantos casos de fraude, picaretagem e corrupção havidos neste atual governo (e que tanto nos decepcionaram). Assim como jamais podemos nos esquecer dos tantos, tantos e tantos bandidos e bilionários casos havidos no governo passado (e que menos nos surpreenderam).
fdsfdLá e cá, são males e chagas típicas da nossa conformação "democrática", da nossa realidade "republicana", do nosso sistema político-partidário e do nosso homo sapiens, por vezes tão distante da imagem e semelhança divina.
fdsfdEntretanto, não podemos nos esquecer que, se comparado ao passado, hoje apura-se, investiga-se e prende-se muito mais corruptos e corruptores (e isso, óbvio, dá a impressão de uma maior quantidade...), e que, também, o governo de hoje tem toda uma grande mídia como oposição (e tudo vira um tsunami), enquanto no governo passado todo o poder midiático apoiava e era apoiado, deixando, assim, pouco revelar e poucas ondas criar.
fdsfdMas, vamos ao que ainda mais interessa.
fdsfdVamos ao que distinguirá o próximo mandato, confrontando o governo de hoje (com Dilma e Lula) e o governo de ontem (com Serra e FHC).
fdsfdSerra, meu caros, será um retumbante retrocesso, na contramão de tudo que se pensa, se estuda e se faz em nosso mundo: estado mínimo, neoliberalismo, utilitarismo, conservadorismo, superávit, submissões, privatizações, terceirizações, ongzações, internacionalizações...
fdsfdSerra, minhas caras, será um retumbante retrocesso, na contramão de tudo que se faz, se estuda e se pensa em nosso país: elites oligárquicas, monopólios privados, mídia onipotente, mercado onisciente, mercantilização da água, da luz, do saneamento, dos recursos minerais, da saúde e da educação...
fdsfdSe Dilma (ainda) não é o melhor dos mundos, a turma demo-tucana (UDN/Arena/ PFL/DEM-PSDB), a quem Serra faz parte (v. aqui), é o pior dos mundos.
fdsfdSe FHC, pela alegoria da estabilização, conseguiu liquidar o Brasil -- como bem mostra todo e qualquer trabalho científico que estuda o período --, Lula, ainda que sem enfiar os dedos em feridas históricas, fez um dos melhores governos da história deste país.
fdsfdSerra pertence a uma turma que, depois de oito anos de mandato, terminou o governo com aprovação de 30% (bom/ótimo) da população. Dilma, porém, pertence a uma outra turma que, após oito anos de mandato, terminou o governo com aprovação de 80% (bom/ótimo) do povo brasileiro.
fdsfdEm suma, alguma coisa disso tudo deve nos significar.
fdsfdLembrar, comparar e refletir o que foram os oito anos de FHC/Serra com o que são os oito anos de Lula/Dilma é, assim, a melhor maneira de sabermos o caminho de desenvolvimento e de país que queremos, com menos desigualdade e com muito mais soberania e justiça social.
fdsfdUm país que precisa continuar a mudar não para tantos de nós, já abençoados com educação, saúde, comida e oportunidades, mas para os outros 40, 50, 70 milhões de brasileiros que, do desigual Sul ao pobre Norte, muito mais necessitam da mão do Estado (e das suas algemas contra as mãos invisíveis...) para assim (sobre)viver e crescer.
fdsfdQuer-se, assim, a ininterrupta construção do caminho que, definitivamente, fará o nosso país de e para todos, afinal, se nós queremos diversão e arte, eles querem, ao menos, "comida".
fdsfdLogo, se nenhum destes muitíssimos breves argumentos técnico-racionais dizem-lhes alguma coisa, talvez lhes restem um derradeiro motivo: domingo ir votar com o coração, e não com a cabeça.
fdsfdVotarei 13, votarei Dilma, com Lula e toda a frente, e todas as ideias, e todos os pensamentos que os acompanham, aqui, do lado esquerdo do peito. sfd
 
 

# rubro-negras (x)


fdsÔ Mila! Oh céus!fdsNetinho é uma praga, uma dengue. Mais ainda, é um híbrido desses dois.
fdsSeja na música, na política e no futebol, creio até ser uma maldição da alcunha.
fdsVem tempo, passa tempo, e essa peste que tenta jogar futebol sempre acaba por ser escalado e vestido com a camisa do Atlético. Uma vergonha, incompreensível.
fdsOntem, mais uma vez, foi como não poderia deixar de ser, uma lástima.
fdsO sujeito não cria, não marca, não corre, não produz, não destroi... E continua lá, há milênios, milênios no ar. Até quando?
fdsE, para piorar, o resto da turma do meio-campo não jogou.
fdsNa verdade, o Atlético jogou sem meio-campo: Chico, mal; Vitor, muito mal; e, Clayton... ora, o nosso aspirante a auxiliar-técnico não viu a cor da bola, sempre atrasado, sem condições físico-técnicas alguma. Aposentê-mo-lo. E o CT do Caju agradece, pois poderá mandar o tal do Leandro Nieuhes embora e empossar o nosso ex-volante na Comissão Técnica.
fdsE, como não há nada que não possa piorar, o treinador Sergio Soares foi horroroso nas substituições que promoveu.
fdsAfinal, alguém vê mínimas condições de jogo num time que consegue reunir, ao mesmo tempo, Netinho (ele, sempre ele...), Bruno Mineiro (inútil, histérico e insuportavelmente fraco), Nieto (que no tiene ninguna garantía, senão como sofrível boneco de Olinda...) e Marcelo ("a coisa")?
fdsOra, a culpa é dele sim, pois, ainda que não tenha elenco, ao menos teria o dever moral de jamais colocar estes quatro juntos.
fdsBem, tudo agora parece ter ficado ainda mais difícil, mesmo que esta derrota (e a futura, para o Grêmio) já estivesse nos “planos”.
fdsNa verdade, Botafogo, Grêmio, São Paulo e Palmeiras, os outros quatro pretendentes à quarta e última vaga para a Libertadores -- que na minha opinião não existirá, pois algum dos brasileiros ganhará a Copa Sul-Americana... --, perderão pontos, entre si inclusive. E isso dá-nos uma réstia de esperança.
fdsMas desde que o Atlético cumpra as suas obrigações em casa e, contra Flamengo e Ceará fora, faça ao menos quatro pontos.
fdsAh, e desde que expurgue do clube as suas pestes, em especial aquele homônimo de dublê de músico e político.


fds

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

# cinema, ja mein herr!


Reza a lenda que, certa feita, Carlos V (Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, no séc. XVI), ao discorrer sobre as línguas faladas aos arredores, disse mais ou menos assim: "o italiano é para se falar com os amigos; o francês, com a mulher amada; o alemão, com os soldados; o latim, com Deus; e o húngaro com o diabo".

Lembrei-me desta frase ao assistir o belíssimo filme "A Fita Branca", outro da grande safra do cinema alemão deste nascente século.

Mas, diferentemente do que sustentou aquele imperador, tudo no filme soa muito bem, inclusive o som dos diálogos, num suave alemão.

Após a grande (e já longínqua) fase do "expressionismo", eis que o cinema germânico parece ter alcançado um dos seus melhores momentos, ao menos em termos de audiência e de proposta cinematográfica que se faz chegar até nós, pequenos e esquecidos consumidores da sétima arte.

E, numa rapidíssima retrospectiva, não me furto a indicar 10 filmes absolutamente imperdíveis, cujos nomes e anos seguem abaixo, em ordem de apresentação do mosaico (e não de minha preferência).

Diminua a pipoca, não dispense fosfato, ajeite o encosto, relaxe o cinto e... Gute Fahrt!
 
E melhor: você não precisará se sentir recebendo ordens ou chamados militares.

Afinal, o cinema transcende e relativiza qualquer língua.
 



fdsf1 - "A Vida dos Outros" (2006).
fdsf2 - "Corra Lola, Corra" (1999).
fdsf3 - "A Fita Branca" (2009)
fdsf4 - "Adeus, Lênin" (2004).
fdsf5 - "Os Falsários" (2008).
fdsf6 - "O Complexo Baader-Meinhoff" (2008).
fdsf7 - "Edukators (2004).
fdsf8 - "A Queda - os Últimos Dias de Hitler" (2004).
fdsf9 - "A Onda" (2008).
fdsf10- "Do Outro Lado" (2007).
fdsf

 

terça-feira, 26 de outubro de 2010

# economia & finanças (por que dilma? - VII)

fdsCrescer para depois distribuir o bolo é uma das maiores ladainhas que existem. Bobagem pura, que o Governo Lula desconsiderou.
fdsE o Brasil, enquanto faz o bolo crescer, distribui fatias e pedaços, em especial para quem mais precisa. Essa, juntamente com o basta dado ao mantra que nos levava para a obediência medúsica das lógicas econômico-financeiras internacionais, foi a lógica econômico-financeira deste governo.
fdsVamos aos números, que comparam os anos de FHC com anos de Lula: desemprego estava em 15% e está em 8%; a inflação acumulada naquele período foi de quase 115%, enquanto neste, também em oito anos, não chegará a 50%; salário mínimo era de quase US$ 80 e hoje de quase US$ 300; o poder de compra do salário mínimo em relação à cesta básica era de 1,3 cesta-básica, agora é de quase 2,5 cestas-básicas; o volume total de crédito no Brasil era de R$ 380 bilhões e hoje o total de crédito do sistema financeiro é de R$ 1 trilhão e 600 bilhões; no período anterior gerou-se 5 milhões de empregos, hoje passa-se dos 15 milhões; a balança comercial era inferior a US$ 10 bilhões, hoje supera os US$ 100 bilhões; o “risco-país”, antes, superava os 2.400 pontos e hoje está em 204 pontos; antes, a dívida externa correspondia a 12,45% do PIB, enquanto agora não chega a 3%; naquele período os empréstimos para habitação perfizeram menos de R$ 2 bilhões, já hoje supera os R$ 4,5 bilhões; o crescimento industrial naquela era foi inferior a 2%, nesta ultrapassa 5%; antes os investimentos do BNDES em micro e pequenas empresas não chegaram a R$ 8 bilhões, hoje quase atingem R$ 15 bilhões; naquele período o crescimento do Brasil foi de 19,74% (ou 2,28% a.a.), e neste foi de 27,66% (ou 3,55% a.a.).
fdsEm termos de relação PIB-dívida pública, no governo FHC só aumentou, saindo de aproximadamente 30% no início de mandato e elevando até valores astrônomicos superiores a 50%, em um aumento de incríveis 72%. Já no período Lula a trajetória inverteu – e só sofreu um pequeno aumento do final de 2008 – , mas de qualquer forma sendo reduzida de 50% para os 44,78% de outubro de 2009, a perfazer um decréscimo da relação dívida/PIB de 11% nos 7 anos de governo.
fdsE não é só isso. Enquanto no Governo FHC, pelas políticas fiscal, monetária e de juros implementadas (e pelos interesses em jogo), as dívidas com o FMI – em 2002 era de quase R$ 15 bilhões – e com o Clube de Paris – em 2002 superava os R$ 5 bilhões – somente aumentaram, no Governo Lula o Brasil finalmente deixou de, após décadas, ser devedor e pedinte contumaz do FMI e do Clube de Paris, quitando suas dívidas e nunca mais contraindo empréstimos e firmando contratos absolutamente nefastos, ilógicos e que ofendiam a nossa soberania, bem contrário à postura do Governo FHC, que não relutou em aceitar o tipo de constrangimento real ao exercício das políticas econômicas nacionais trazido pelos acordos com o FMI, em especial pela ilógica e imoral tese do superávit primário.
fdsTudo porque o mundo está uma maravilha? Não.
fdsTudo isso apesar do mandato do Presidente Lula ter enfrentado a maior crise econômico-financeira desde 1929, o que por si já mostra a pujança e a competência do governo nesta matéria, especialmente se lembrarmos que antes, como nos anos FHC, qualquer micro-crise de qualquer país global (México, Rússia, Tigres Asiáticos, Argentina...) afetava-nos sobremaneira. No enfrentamento desta crise, o governo foi exemplar, e não com medidas tópicas, mas pela reconstrução das estruturas econômico-financeiras. Ao aumentar as reservas em dólar desde o princípio do governo, dotou o país de um colchão de resistência essencial. Os aumentos reais do salário mínimo e o bolsa família possibilitaram que o consumo não se retraísse e a economia não parasse. E, seguindo a doutrina keynesiana – num momento em que os técnicos e parlamentares demo-tucanos exigiam o contrário –, aumentou os gastos do governo como forma de conter o ciclo de crise. Bingo! Os investimentos públicos e o mercado interno garantiram-nos enquanto a crise estourava e explodia lá fora. E o mundo todo até agora se espanta com o fato de termos passado por cima da "marolinha"...
fdsRasga-se a cartilha que queria nos ensinar a implementar políticas cambiais, monetárias e econômicas e faz-se a partilha do bolo enquanto cresce.
fdsPor isso, por essas duas lógicas, em termos de ECONOMIA E FINANÇAS, não há como comparar o mode que se fez os oito anos do Governo Fernando Henrique/PSDB com o modo que se faz os oito anos do Governo Lula/PT.
fds

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

# petrobras (por que dilma? - VI)

fdsFHC/Serra queria chamar a Petrobras de “Petrobrax”, para assim melhor prepará-la para a piratização e torná-la mais palatável aos mercados... O dinheiro iria para o ralo, o bolso dos piratas privatizantes e, pronto.
fdsEste, enfim, seria o destino da grande empresa criada por Getúlio Vargas nos anos 50 caso o governo e a moda neoliberais no Brasil não houvesse, em 2003, cessados.
fdsDe lá pra cá, no Governo Lula/Dilma, com investimentos e gestão visando ao interesse público, a Petrobras tornou-se a terceira maior petrolífera do mundo, foi a maior fonte para os programas sociais, culturais e desportivos nacionais, e descobriu, no pré-sal costeiro, a mina do ouro negro.
fdsE isso basta.
fdsE isso é mais do que suficiente para mostrar que, na ótica demo-tucana, não importa o quão viável, estratégica e pública seja a empresa e os interesses estatais em jogo, pois, na verdade, o que importa é obedecer aos mantras (neo)liberais e às vontades privadas que não suportam ver o Estado na condução dos seus negócios e na soberana apropriação de mais de 3 trilhões de reais!
fdsE isso basta para ver de que lado a turma de FHC e José Serra está.
fdsE isso é mais do que suficiente para lembrar que na era Lula e Dilma nunca se investiu tanto na Petrobras, nunca se preocupou tanto com o desenvolvimento e a transferência de tecnologias nacionais, nunca se capacitou tanto a nossa indústria naval e mineral, e nunca se confiou tanto numa riqueza energética capaz de, nos próximos 30 ou 40 anos, fazer o país ingressar, definitivamente, no rol de países desenvolvidos.
fdsSim, o petróleo e o pré-sal são nossos!
fdsSim, a Petrobras S.A. e a Petro-Sal Petróleo S.A são nossas!
fdsE isso basta para, em termos de PETROBRAS, confirmarmos que não há como comparar o que quis (e quereria) o Governo Fernando Henrique/PSDB com o que quis (e quererá) o Governo Lula/PT.
fds

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

# além da imaginação


- Situação, hein?
- O quê?
- Aqueles smurfs avermelhados insistindo em fechar o buraco do túnel de Alice.
- Sei lá, direito deles...
- Uma ova!
- Por quê?
- Porque sim, ora.
- Hum...
- E, pior ainda! Você viu o que rolou depois que o Gargamel apareceu e quis melar tudo?
- Vi, vi na tv. E ele acabou pedindo penico. Fingiu ser atacado para não ser atropelado. E sorte que bem na hora apareceu o Zé Colméia e o levou para Oz. Até que veio um Dr. Fritz e elucidou o causo.
- Não!! Foi sério!! Eu vi tudo!! Estava lá, junto, bem ao lado do unicórnio.
- Hã?
- Isso, foi o unicórnio que resolveu tudo.
- Veja bem... Isto no ecziste...
- Qu´é isso!!! É sério! O tal do unicórnio não só conseguiu espantar a manada de smurfs que, faminta e revoltosa, se aproximava para atacar o Gargamel, como, pelos emprestados poderes de Grayskull, também evitou que um piano caísse sobre a cabeça dele.
- Piano?
- É...
- Mas isso nem a Turma do Lambe-Lambe, com suas nanocâmeras ultragalácticas, conseguiu mostrar, e...
- Conseguiram!!!!!
- Pare!
- Sério, uma delas conseguiu e captou as imagens!! Mas ainda não podem divulgar. É que o perito paraguaio-jupiteriano ainda não foi capaz de identificar se era ou não um Steinway. E isso, como você bem sabe, é fundamental para desmascarar os mascarados que querem mascarar a não-máscara do, coitado, agredido.
- Ah, não sei...
- Você vai ver! Já, já, sai no Jornal Nacional.
- Daí é diferente...
fds

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

# miséria, fome & renda (por que dilma? - V)

fdsHá léguas e muito mar a nos separar, o pá.
fdsMas o Brasil – o país com a maior desigualdade sócio-econômica do mundo – começa a ficar menos, menos desigual. Mérito, evidente, das políticas sociais implementadas, ainda não a contento, pelo Governo Lula.
fdsOra, nunca antes se preocupou tanto com a mais óbvia verdade: para pescar alguém precisa ter as mínimas condições físicas. Não se trata do ovo de Colombo, mas, sim, da verdade de que a fome do homem nasce antes do trabalho. E de barriga vazia a premissa de ensinar a pescar, e não dar o peixe, torna-se uma falácia.
fdsFalácia esta que, vista nos países europeus, torna-se um sonho tupiniquim. Lá, aos arredores da Escandinávia por exemplo, todos os visitantes babacas se embasbacam com os programas de assistência social e distribuição de renda; mas, aqui, são chamados de assistencialistas e de demagogia paternalista.
fdsOra, só na mente demo-tucana (e na dos seus prosélitos) não se vê que os países socialmente mais justos foram aqueles em que o Estado assumiu um papel ativo na promoção do bem estar social. Por isso, só Freud explica o que pensa e quer a nata brasileira, que louva a justa Europa – ela sim preocupada com seus cidadãos, com suas dezenas de “bolsas” – e detona o populista Brasil, esse um comprador de voto via “bolsa família”. Ora, os programas sociais brasileiros ainda são irrisórios se comparados aos de países da Europa ocidental, sublinhe-se.
fdsE com vistas a isso, não só da bolsa vive o governo como mote par extirpar a fome, a miséria e a desigualdade.
fdsNo Governo Lula, finalmente houve uma política estatal para a “economia solidária”, a qual inclui milhares de excluídos do sistema via a oficialização de cooperativas, a sistematização de convênios entre Estado e sociedade civil, a criação de fundos rotativos comunitários e do crédito rural interativo, a promoção da agricultura familiar e o desenvolvimento de tecnologias sociais, especialmente no campo. Tudo, desde 2003, a cargo da Secretaria Nacional de Economia Solidária, que viu a economia solidária movimentar, em 2007, mais de 8 bilhões de reais.
fdsNo Governo Lula, ainda em desenvolvimento, pensa-se um projeto de nação. No Governo Lula, como se no leito da revolução democrática, incorporou à vida e à cidadania mais de 30 milhões de pessoas, retiradas da miséria absoluta, retiradas da condição do não-ser.
fdsE por que o ódio da classe média urbana?
fdsTragamos Freud, de novo, que psicanaliticamente explica: esta malta está apavorada com a diminuição da desigualdade social, vez que apostou todas suas fichas na ideia de ascensão social privada, exclusiva e umbilical, e recusa qualquer possibilidade de coletivização das benesses cotidianas e de se ver misturar na classe trabalhadora. Logo, ao ver que a classe trabalhadora ascende socialmente e que há uma distribuição efetiva de renda, apavora-se, posto que perde o seu próprio diferencial e perde o status de bem-abençoados. A classe trabalhadora começa a invadir, e isso tira-lhes o sossego.
fdsFato é que o Governo Lula mostra-se ainda faltoso em questões nacionais cruciais, como a promoção revolucionária da reforma agrária e a expurgação e defenestração imediata de ímprobos filhos da puta.
fdsTodavia, o grande fato pelo qual jamais será perdoado relaciona-se ao real enfrentamento da desigualdade social, que significará a ruína da ideologia burguesa, limpinha, abençoada por Deus e bonita por natureza.
fdsPor isso, em termos de MISÉRIA, FOME & RENDA, não há como comparar o neoliberal trabalho realizado nos oito anos do Governo Fernando Henrique/PSDB com o intervencionista e progressista trabalho realizado nos oito anos do Governo Lula/PT.
fds

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

# bolinhas de sabão (ou, "chucky no país das maravilhas")

fdsfEx-comedora de criancinha, guerrilheira, gorda, aborteira, transformista e sapatão.
fdsfFim da família. Fim da democracia. Fim da história. Fim da vida.
fdsfTotalitarismo lulático. Estatização luso-soviética.
fdsf(Auto)quebras de sigilo. (Auto)invasões de privacidade e de propriedade.
fdsfCaos e guerra. Guerra de pedras. Pedras de papel, em bola e picado.
fdsfCaos numa grande bolha. Bolha monetária, imobiliária, de veículos, de sabão.
fdsfQual a próxima (e desesperada) estratégia da turma demo-tucana?
fdsfDesde 1989 o Brasil não via tamanho trabalho midiático para defender os seus, a casa-grande.
fdsfHigienópolis paulista, Zona Sul carioca e Riviera nordestina lá. E o resto cá.
fdsfÉ o pensamento encrostado na branca pele desta gente que ainda insiste na antimáxima da General Motors: "o que é bom para o povo não é bom para o Brasil".
fdsfE, intransitivamente, acham-se.
fdsfE veem-se à imagem e à semelhança do seu Princípe, daquele Farol de Alexandria que lhes deu a luz e lhes suplicou: "esqueçam o que escrevi". Eureka!fdsfDesde Collor, os "donos do poder" – especialmente por meio do tripé (ou tridente) Globo-Veja-Folha – não desejavam tanto alguém como hoje desejam Serra.
fdsfOu, melhor, como indesejaram Brizola e Lula, hoje indesejam Dilma.
fdsfMas como ir contra alguém que o mundo (e 80% do Brasil) exalta, adora e elogia?
fdsfNão era negócio enfrentar.
fdsfE, maquiavélicos, preferiram esperar.
fdsfE aguentaram 8 anos de um governo popular, democrático, comandado por um não-belo e inculto metalúrgico.
fdsfBrotoejas nasceram, asco tiveram e vergonha passaram a cada ato e atitude do nosso Sapo Barbudo.
fdsfSim, um ser in-ca-paz de girar e cheirar as taças (sic) de vinho e de envergar um suntuoso fraque, comme il faut.
fdsfE eis que chega 2010.
fdsfE eis que chega a antirroda-viva, pensam eles.
fdsfE eis que agora insistem e querem o golpe, ainda que nas urnas.
fdsfAguardem. Eles não desistirão.
fdsfE irão a fundo, ao abismo da canalhice, da calhordice e da antiética, em cujas típicas trevas sempre comandaram, por séculos, o nosso país.
fdsfAfinal, "a ideologia da direita é o medo", disse aquela Simone, a Castor (e não o Lula, aquele Sapo).
fdsfE amanhã, uma nova manchete invadirá a sua casa, o seu telefone, a sua alma.
fdsfEm destaque, o livre e perfumado vôo de um tucano impedido por uma vermelha nação em marcha.
fdsfEle, o salvador; ela, a escória burra e selvagem.
fdsfHaja diabólica criatividade. Haja estrutioniforme estômago. Archibald, meus sais!
fdsfE, assim, la nave va...
fdsfAté, pelo menos, o dia 1º de novembro, quando as costumeiras manchetes dos jornais, das revistas e das tevês terão que abrir um espaço, mesmo que num eloquente silêncio de rodapé: "Dilma venceu".
fdsf

# política externa (por que dilma? - IV)



fdsfds Na obra Il Gattopardo, uma frase tornou-se célebre: “para que tudo permaneça como está, mude-se tudo”. E, na política externa do Governo Lula, nunca se mostrou tão errada: tudo mudou e nada permaneceu como esteve.
fdsfds Com uma política comercial virtuosa e uma política diplomática presente, Lula e o seu Itamaraty colocaram o Brasil em manchetes que muito ultrapassaram carnaval, mulher, praia e futebol. Neste governo o Brasil se fez geográfica, política, econômica e comercialmente importante. Com Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães, a diplomacia brasileira alcançou a fase mais dinâmica de toda a sua história.
fdsfds Como nunca, olhamos concretamente para a África, para a América Latina e para o Caribe; como nunca, encaramos firmemente os EUA e a Europa.
fdsfds Ao sul do Equador fizemos negócios da China: parceiras estratégicas com os BRIC´s, transferências de tecnologia de leste a oeste e múltiplas e sólidas relações comerciais e diplomáticas; ao norte, exigimos muito mais que um punhado de dólares por nossas commodities.
fdsfds Do ponto de vista do conteúdo, no governo Lula a nossa diplomacia foi mais ativa (e mais enfática) em torno da chamada “defesa da soberania e dos interesses nacionais”, e mais altiva (e mais exitosa) no tocante à nossa capacidade de intervenção no mundo, a proclamar diuturnamente as ideias de cooperação, de integração, de multilateralismo, de equilíbrio nas relações internacionais, de democracia e de autoderminação dos povos.
fdsfds Do ponto de vista da forma, uma postura crítica em relação à globalização e à abertura comercial, de modo que os diplomas legais multilaterais efetivamente observassem os mecanismos que favorecessem os países em desenvolvimento e impedissem que os costumeiros ardis – cláusulas sociais, política monetária, capital tecnológico etc. – se perpetuassem.
fdsfds FHC, talvez por demais influenciado pela "teoria da dependência" que na academia desenvolveu, não enfrentava os batalhões e os canhões do mundo rico. FHC é conformista e aceitou o mundo como ele se conformou.
fdsfds Lula inovou, arriscou e, firme, mostrou o nosso valor e a nossa batucada. Lula insiste em querer mudar o mundo, e por isso foi “o cara”.
fdsfds Em contraste com a administração anterior, a postura diplomática deste Governo deixou o lado das negociações meramente “técnicas” para enfatizar o chamado “interesse nacional”, com uma visão bem mais crítica das vantagens e desvantagens da liberalização comercial numa situação relativamente assimétrica com os países desenvolvidos. Neste Governo, também se deixou a defesa do multilateralismo e do pensée unique – verdades absolutas do Brasil tucano – para uma escolha pela geometria variável, pelo minilateralismo e pela liberalização à la carte.
fdsfds De coadjuvante e bode na grande sala do bloco internacional, o Brasil passou a ser um dos mais admirados líderes na grande vitrine do mundo.
fdsfds Por isso, em termos de Política Externa, não há como comparar o que foi e a maneira que se fez os oito anos do Governo Fernando Henrique/PSDB, com o que é e como se faz os oito anos do Governo Lula/PT.
fdsfds

terça-feira, 19 de outubro de 2010

# maus samaritanos


fdsEstou a ler "Maus Samaritanos: O mito do livre comércio e a história secreta do capitalismo", do sul-coreano Ha-Joon Chang. E é recomendadíssimo.
fdsHa-Joon Chang, professor da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, é um dos mais eminentes críticos das políticas neoliberais em voga desde a década de 80. Mas, mais do que isso, participou do renascimento da Coréia do Sul, um país que, em trinta anos, saiu da miséria, da ignorância e da falta de tudo para se tornar um dos mais emergentes países neo-desenvolvidos.
fdsE foi com a sua "teoria da política econômica institucionalista-industrial" que aquele país asiático conseguiu eficazmente desenvolver e trilhar um caminho entre o "planejamento" (?) central soviético e o "livre mercado" (?) estadunidense.
fdsComo ele mesmo afirma, não é um anticapitalista; todavia, é sim um intenso e inveterado crítico do sistema. E, por isso, um fiel defensor das alternativas ideias e políticas implementadas ou tentadas por diversos países asiáticos e latino-americanos, e, claro, um severo crítico do pensamento único assente no malfadado modelo estadunidense.
fdsMuito do que disse já foi lido, relido, dito e redito -- como, afinal, (quase) tudo que advém dos neokeynesianos. Porém, o que anima é ler e saber o que tem a dizer um economista com tal perfil acadêmico e profissional, e com tamanhos resultados práticos.
fdsO livro serviu de mote para a sua mais recente obra -- "23 Things They Don't Tell You About Capitalism" --, na qual assevera (e demonstra), dentre outras coisas, que não existe livre mercado, que as companhias não deveriam ser administradas segundo os interesses de seus donos, que tornar pessoas ricas mais ricas não enriquece o restante das pessoas, que os Estados Unidos não têm o melhor padrão de vida do mundo, que maior estabilidade macroeconômica não tornou a economia mundial mais estável e que o governo pode escolher os ganhadores.
fdsAssim, mostra-se mais uma vez que muitos dos admiradores e defensores do sistema estão convencidos de que sabem o que é e como funciona o capitalismo. Mas estão enganados, como de novo os mitos e as meias verdades são desmascaradas.
fdsE, ao cabo, com tais premissas desconcertadas, também mostra que a Coreia do Sul aplicou todas as receitas que os países ricos (e mendazes) dizem que não se deve aplicar: subsídios, protecionismo, planos estatais, intervencionismo... E, justamente por isso, tornou-se um outro país.
fdsEm, repita-se, meros trinta anos.


fds

# democracia (por que dilma? - III)

fdsfdsNunca antes na história deste país um Presidente da República fora tão democrático: atende a todos, fala com todos, ouve todos, negocia com todos e luta por todos. Em suma, fez cumprir o mote do seu governo (um “país de todos”) e dessa política fez o seu legado, com um índice de bom/ótimo superior a 80% após quase 8 anos de mandato. E tudo isso sem a promoção e a tutela da grande mídia; pelo contrário, tudo isso apesar da contumaz perseguição e oposição midiática.
fdsfdsNunca, ou quase, os ricos ganharam tanto dinheiro, e nunca, e certo, tantos pobres conseguiram ganhar algum dinheiro. Nunca a bolsa de valores conseguiu render tantos dividendos aos potentes financistas, e nunca uma bolsa estatal conseguiu, enfim, saciar a fome (e evitar a morte) de tantos potenciais finados.
fdsfdsNunca os movimentos sociais, os sindicatos e a sociedade civil tiveram tanta voz ativa para os seus destinos (tentar) mudar, cuja roda viva, porém, não significou que os movimentos corporativos e capitalistas, a Imprensa e as Igrejas também não pudessem continuar a cantar e a serem escutados.
fdsfdsNunca antes a sociedade foi tamanha fonte para inspirar, motivar e definir as ações de Governo. Nunca antes a participação direta da população esteve tão ativa e próxima do Poder. Nunca antes se discutiu, no âmbito estatal, com tal profundidade teórica e prática, tão nevrálgicos assuntos, com conferências nacionais que, a envolver Estado, Empresas e Sociedade, a fundo discutem e documentam os Direitos Humanos, as Comunicações e a Imprensa, os Medicamentos e a Assistência Farmacêutica, a Aquicultura e a Pesca, a Economia Solidária, os Territórios da Cidadania etc.
fdsfdsNunca as instituições republicanas foram tão autônomas e tiveram tanta liberdade de ação, reação e contestação, tamanha a autonomia, por exemplo, da Receita Federal, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
fdsfdsNunca as (restantes) estatais brasileiras, com todos os seus lucros, tão bem distribuíram os seus resultados, tamanho é o papel da Caixa Econômica Federal no Programa Minha Casa Minha Vida, do Banco do Brasil nos programa de microcrédito pessoal, agrícola e empresarial, do BNDES no fomento dos setores estratégicos nacionais e da Petrobrás com o fim programado para o pré-sal.
fdsfdsNunca antes as universidades públicas brasileiras, eternos redutos da classe média-alta, foram tão públicas, tamanha gente pobre que lá tenha ingressado via Prouni. Nunca antes a escola e a saúde, ainda débeis, quiseram chegar aos rincões do nosso interior sertanejo ou amazônico.
fdsfdsNunca antes o povo brasileiro teve tanta importância quanto os senhores feudais nacionais. Nunca antes o Nordeste foi tão incorporado à nossa República. Nunca antes a miséria dos 50 milhões de brasileiros foi mais importante que a luxúria dos 50 mil da Daslu.
fdsfdsNunca antes na nossa história, nem mesmo entre o período Vargas e Jango, o Brasil parece realmente querer trilhar o caminho da democracia.
fdsfdsDo povo, para o povo e eleito pelo povo, eis o Brasil que se constrói, como nunca.
fdsfdsPor que Dilma? Porque, em termos de Democracia, não há como comparar o que e como se fez os oito anos do Governo Fernando Henrique/PSDB com o que e como se fez os oito anos do Governo Lula/PT.
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