quinta-feira, 30 de julho de 2009

# píton de araque

Evidentemente, não choverão emails; porém, por ora, confesso que a língua, porquanto queimada, arde.
O Avaí, aqui visionado como o único certo rebaixado, já marca 5 (cinco) vitórias consecutivas e já faz 22 (vinte e dois) pontos, metade do necessário para não cair.
Enquanto isso, numa Sala do CT do Caju...
fds

quarta-feira, 29 de julho de 2009

# aspas (xx)

 
 
É sempre bom ver as autoridades -- que tem voz e a quem dão ouvidos -- falarem algumas grandes verdades, fora do lugar comum e fora da hipocrisia beata que marcam a maioria das importantes pessoas deste país.
 
Melhor ainda quando alguém da própria corporação insurge-se contra as inverdades defendidas obtusa e cegamente pela turma, alcança outras ondas e chega lá.
 
 
Foi o que fez o Ministro da Justiça Tarso Genro ao dizer para toda a imprensa -- e a OAB, claro, esbravejou, como faria todo homem corno (v. aqui): 
 
   "Os advogados, quando interessa à defesa dos seus clientes constituídos, vazam à imprensa gravações constantes de processos que tramitam sob secreto de Justiça. O advogado, ao tomar informações no inquérito, se achar bom para a defesa do seu cliente, vai divulgá-las amplamente à imprensa, ou para desviar o foco ou para comprovar a sua inocência. (...) O secreto de Justiça praticamente terminou no país, é uma instituição meramente formal."
 
 

terça-feira, 28 de julho de 2009

# os néscios e a cegueira branca

fds Sim, há uma nova gripe a pairar no mundo, especialmente na América Latina. É fato. Há algumas pessoas que vão morrer da moléstia, como morre gente vítima de esquistossomose, dor de barriga, malária e de outras gripes. O que também é fato, num país em desenvolvimento como o nosso. Todavia, o que tem sido visto na grande mídia brasileira nos últimos dias, porém, é praticamente um crime contra o bom senso e a inteligência da população.
fds É uma aberração a cobertura dada a tal "gripe suína", a provocar pânico na população e que, passados 2 ou 3 meses, vai se mostrar absurdamente exagerada, pois é certo que os números da tal "terrível pandemia" começarão a murchar.
fds Não é preciso grande inteligência para perceber que a cobertura dos últimos dias, focada na contagem do número de mortos que a "peste negra" já provocou no país, não tem nenhuma outra utilidade senão a de disseminar o pânico. Todos os dias o público vai sendo informado do número de mortos em decorrência da nova gripe, porém sem qualquer referência estatística ou base comparativa que permita a compreensão do fenômeno em curso.
fds Com mil e uma explicações, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, já explicou que a taxa de letalidade da gripe suína é a mesma da gripe comum, ou seja, cerca de 0,6% dos infectados. De acordo com a OMS, hoje são 87 mil infectados nas Américas para 707 mortes. A taxa de letalidade fica em 0,8%, mas deve ser muito mais baixa porque os países pararam de fazer testes para descobrir os infectados, que devem superar em muito os 87 mil.
fds No Estado do Paraná, outro dado mais revelador, noticiado hoje pelo Governador Roberto Requião: por ano há em média 2500 mortes ligadas a problemas respiratórios, decorrentes de gripe e pneumonia; e, agora, em função dessa famigerada gripe, morreram apenas 4 pessoas.
fds Do ponto de vista da imprensa, porém, este é um dado que não deve ser de maneira alguma alardeado, afinal, notícia ruim é o que vende jornal e aumenta audiência na televisão. As estatísticas também mostram que morre muito mais gente de diarréia e verminose por semana no Brasil do que, desde o início do ano (quase oito meses!) de gripe suína. Aliás, só no inverno passado (junho/julho) foram 4,5 mil mortos da gripe "normal" contra os tais 45 da gripe suína neste ano. Sem falar no viés político que intenciona todo o alarde, que quer colocar no colo do governo a culpa de tudo.
fds O pior é que a mídia e a maioria da população não aprende com isso. Há poucos anos tivemos três casos emblemáticos: (i) quem não lembra do tal Ebola, o vírus que dizimaria meia África e deixaria um rastro de desgraça pelo mundo afora? (ii) quem não lembra da gripe aviária, prima-irmã da gripe do porco e que destruiria meio mundo? (iii) e, no caso brasileiro, quem não lembra do "surto" da febre amarela, que levaria à população a viver sem água?
fds É no mínimo óbvio o que se está a dizer, sob o ponto de vista da higiene humana: lavar as mãos, levar a mão à boca quando espirrar ou tossir, evitar excessos, não frequentar lugares públicos se tiver gripe ou febre, evitar expor crianças ao frio e à aglomeração etc.
fds Enfim, beira a estupidez não tomar essas atitudes, bem como beira a estupidez as pessoas que creem e disseminam o pânico generalizado, criando atitudes irracionais e se comportando como bestas, um vez que, neste exato momento, milhões de pessoas em todo mundo estão a pegar uma gripe qualquer, para, em poucos dias, zelosa e facilmente curá-la.
fds Entretanto, nesses casos, ouso dizer que não é a gripe que irá matar essas pessoas, mas sim os remédios tarja preta que certamente devem tomar para curar a amargura, a fobia e a insanidade mental, típicas de quem quer disseminar o pânico próprio nos outros.
fds Afinal, em 2 meses, com o calor e a nova onda midiática a estampar as manchetes, a tal gripe rapidamente some, já a mentecapta cabeça...
fds

segunda-feira, 27 de julho de 2009

# sorria, você não está na bahia


Causa-me certa estranheza o espanto e os arrepios generalizados dos curitibanos da gema pelo clima gelado que aqui se instala. Ora, ora, viraram todos soteropolitanos?

Levado como papo de elevador ou coisa do gênero, até vá lá. Fora isso, essa reclamação e essa choradeira toda, não entendo.

Estamos no inverno, num (quase) extremo do continente e na capital mais fria do país.

Esperava-se o quê? Saias, nuas barrigas, colos ao léu e tiozinho do picolé pelas ruas dos bairros?

Ôxe! Sorria, você não está na Bahia...

 
sfdsf

# gripe aviária, suína, camaleônica, da besta...


Já dissemos aqui: dor de barriga e cárie matam mais do que essa famosa gripe, alardeada em uníssono por uma sociedade atormentada e com medo da sombra -- fruto de um regime egocêntrico, assente no individualismo possessivo-capitalista -- e como eco de uma grande mídia terrível (no caso da universal) e golpista (no caso da brasileira).

Damos como exemplo o testemunho de um grande amigo baiano, lá do início de junho. Empresário, esteve na China, passou pelo aeroporto de Los Angeles eentão contraiu a tal "gripe", sendo o primeiro caso da Bahia e o segundo do Brasil. Resultado? Nada! Zero! Nem coriza, nem tosse, nem nada.

Obrigado a ficar 10 dias em casa, nem dor de cabeça teve. Salvo como reflexo do saco cheio de ter que atender tanta gente da imprensa e das múltiplas doses de whisky que tomava para passar o tempo.

Cientificamente, dentre tantos outros, eis o que o médico Marcos Boulos, professor de moléstias infecciosas e parasitárias da Faculdade de Medicina da USP, e atualmente seu diretor, relatou para Paulo Henrique Amorim, no maior site de política do país, o "Conversa Afiada" (v. aqui), em resumo: 

"Das doenças infecciosas, a gripe suína é uma das menos graves.
Ela mata tanto quando a gripe sazonal, que vem em todo inverno.
Dos que pegam gripe suína, 0,1% morre. Uma pessoa em mil que entre os que pegam a gripe.
O sarampo mata 40 vezes mais. A meningite, 200 vezes mais.
Essa gripe vai durar mais um mês, um mês e meio – como toda gripe, ela vem no inverno.
E a imunização através da vacina estará pronta em três, quatro meses.
Quando a mídia só chama a atenção para as mortes, para os fatores negativos da doença, isso é alarmismo.
É necessário noticiar, uma obrigação da mídia contribuir para que as pessoas conheçam a doença e a maneira de enfrentá-la.
A novidade dessa gripe em relação à gripe sazonal é que essa gripe suína compromete pessoas saudáveis. Enquanto a gripe sazonal costuma pegar em criancinhas – cujo sistema imunológico ainda não está formado – e em adultos da terceira idade".

Ou seja, mel, prudência, higiene, vitamina C e um bom escalda-pé não bastam.

Você precisará também cuca e cruz para pensar, abrir a cabeça e então fugir de Globo, Vejas e Folhas.

domingo, 26 de julho de 2009

# atleticanas (xxii)

Alguém consegue explicar o que a múmia paralítica que está a treinar (?!) o Atlético (não) quis fazer com o time no jogo de ontem, naquela escalação, com aquelas substiuições e com aquelas manjadas declarações?
Não se quer dar muito valor ao trabalho de um técnico de futebol -- como hoje já está na moda dizer (por exemplo, v. aqui o tratado do Nego Pessoa sobre a matéria) --, mas que os sujeitos conseguem avacalhar com o negócio, isso também é inegável.
E até que o dito cujo ia bem: resgata o 4-4-2 (único factível pelo elenco à disposição), fixa o Rafael Santos e o Marcio Azevedo, recoloca o Galatto na meta, saca o Paulo Baier, redescobre Wesley... mas, de repente, acha que a solução são dois ex-atletas, Alberto e Alex, que quase vestiram o manto rubro-negro com listras horizontais.
Pergunto-me: será que a Diretoria está a mirar a contratação do arqueiro Marola, para então fechar o time que o Atlético está a montar para o Campeonato Brasileiro de Show-Ball, que hoje já forma com Alberto, Antonio Carlos, Clayton, Paulo Baier e Alex Mineiro?
Nesta toada, com estes nomes e este espírito, já cai em outubro.
fds
Post scriptum: o Valencia não sabe, não consegue e não quer jogar como segundo-volante. Se continuar nessa, logo será sacado e expurgado, como fora o Julio dos Santos.

fds

sábado, 25 de julho de 2009

# são tomé

Em tempo, já alivio o que antes havia dito acerca dos estratosféricos lucros que terão os dois laboratórios multinacionais (Glaxo e Roche) detentores das patentes dos medicamentos indicados para tratar da gripe A, com os tais Tamiflu e Relenza (esse não tem no Brasil).
Todo esse monte de dinheiro vem justamente num tempo inevitável de retração, até para eles, que, diante das senis vidas alheias, gozam das benesses típicas deste mercado monopolista (e assassino, por natureza). Estranho, não? Mas meno male é o que vem a seguir.
Além da própria Glaxo, a Novartis e o Sanofi, já investem mundos e fundos para descobrir a "cura" (oh!!!) para o monstro.
Acontece que, pressionados pelo Brasil e por outros países em desenvolvimento, os EUA e a Europa sinalizam disposição de fechar um acordo sobre a patente das respectivas vacinas para o vírus H1N1, garantindo acesso dos países pobres aos novos produtos. Pelo novo acordo, todos os vírus ou vacinas produzidos como resultado de compartilhamento de amostras pelos laboratórios credenciados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) estarão livres de patentes.
Assim, os países atingidos podem ter acesso a amostras para produzir localmente os remédios.
É ver para crer.
fds

sexta-feira, 24 de julho de 2009

# baú mágico


fdsfds Confesso-me isolado por um gap tecnológico que não me permite conhecer de tantas coisas que a cada dia invadem o cotidiano pós-moderno. Desconheço, e, logo, não necessito. Nem quero.

fdsfds Entretanto, há alguns meses apresentado a estes sites onde se baixa de tudo, descobri um verdadeiro baú virtual, repleto de tesouros valiosíssimo que possibilita-me o contato com os grandes momentos da história mundial do basquete e do futebol e que talvez nem a memória de outras vidas permitir-me-iam ter.

fdsfds Dentre outras paradas, essa fantástica viagem pelo túnel do tempo passa pelas Copas do Mundo de 58 em diante e pelos jogos dos anos de ouro da NBA. Tudo na íntegra, em alto e bom som. E, para quem começou a acompanhar isso tudo lá pelos anos de 85/86, com nove anos, é como se fosse Marty McFLy, de volta para o passado.
 
fdsfds Das Copas, tenho ao meu alcance, sem cortes, todos os jogos dos grandes times formados pelo Brasil nas Copas de 58 (como Brasil e Suécia), 62 (como o Brasil e os tchecos), 70 (contra Uruguai, Inglaterra etc.), 82 (como Brasil e Argentina) e 86 (como contra os franceses), dentre tantos outros jogos fabulosos, como Alemanha e Inglaterra de 66, Alemanha e Itália de 70, os jogos da Holanda de 74 e 78, a final de 86, bem como os filmes oficiais das últimas 12 copas, com imagens e textos singulares...
 
fdsfds Da NBA, os mais antigos que me perdoem -- pois talvez considerem os anos 60 como os melhores, numa época de Chamberlain, West e Russel --, mas consegui ter os melhores e decidivos jogos das temporadas de todos os tempos, aquelas do final dos anos 80 e início dos 90, com duelos sensacionais a envolver os grandes times do Boston, Lakers, Chicago e Detroit.
 
fdsfds No decorrer dos próximos dias, exporei aqui algumas breves e singelas idéias do que tenho vistoa, para uma geração que, no futebol, falava de ouvir dizer, de ler e de ver videoclipes.
 
fdsfds Mais do que isso, consegui ainda conceder um histórico perdão familiar: recuperei os seis jogos do "Dream Team", o time norte-americano de basquete das Olímpiadas de Barcelona (1992) -- o melhor time em esporte coletivo de todos os tempos --, cujas partidas, em velhas fitas VHS, foram sucumbidas por sobrepostas gravações caseiras desautorizadas.
 
fdsfds Foi como ter o mapa da mina, numa ilha do tesouro.


fdsfds

quarta-feira, 22 de julho de 2009

# atleticanas (xxi)

PEIXES...
Contra um time que tem uma zaga formada por Fabão e Domingos e que tem um trio de volantes composto por Roberto Brum, Rodrigo Souto e Germano, o Atlético não pode se dar ao luxo de perder o jogo, ainda que se insista com o mais paspalho goleiro da história rubro-negra: Vinícius.
Hoje à noite, mais do que razoável, um empate é obrigatório.
fds
... E PALHAÇOS
A Diretoria do Atlético só pode estar de brincadeira.
Não se pode acreditar e não se pode admitir o que as últimas manchetes anunciam: o empréstimo do melhor jogador do clube, o zagueiro Rafael Santos, para um time italiano.
Ora, ora, o que pensa o nosso presidente? Se desfaz de um grande jogador, numa situação e num momento críticos do campeonato, por empréstimo e, mais, por meros 3 milhões de euros? Será que pensam encontrar na esquina um beque como ele? Ou acreditam que Chico & Cia são páreos? Quo vadis, Huracán?
fds

domingo, 19 de julho de 2009

# atleticanas (xx)

fdsUm zero a zero contra os inimigos sempre traz desgosto e frustração. Mas ao mesmo tempo que é meio broxante, cria o sentimento de antidepressão, que viria na amarga derrota. E quase tão ruim quanto o empate foi a péssima qualidade do jogo, como se deveria prever diante do nível de ambos os times.
fdsAlguns bons amigos fanáticos (e outros, de outros matizes) há tempos nos pedem as clássicas "notas do jogo". Creio ter chegado o momento, pois muito mais não se há de falar sobre o desempenho campal do Furacão, bastando ver o que desde janeiro neste espaço escrevemos.
fds1. Vinícius - xô, Satanás! Ele no gol é perigo real e imediato. Inseguro, medroso, fraco. É o goleiro mais cabaço da história do CAP. (nota 2, por numa entrevista após o jogo ter sabido conjugar um verbo no pretérito mais-que-perfeito)
fds2. Nei - já dá saudades dos 11 meses que passou no DM. No estaleiro, além dos joelhos, deve também ter perdido partes do cérebro. (nota 3, por duas excelentes cabeçadas para a linha lateral)
fds3. Rafael Santos - um gigante, impecável. (nota 8)
fds4. "Rodolfo" - não, não era ele. Algum sósia se fez passar pelo Rodolfo, fato facilmente percebido pelo grande número de acertos no jogo. (sem nota, enquanto não revelado o nome deste novo jogador)
fds6. Marcio Azevedo - muita raça, razoável técnica e bem pouca inspiração (nota 6,5)
fds5. Chico - horroroso! Não faz 5 embaixadinhas e não acerta um passe de 5 metros. No máximo, um banco do banco. E lá na zaga. (nota 3)
fds8. Valencia - não é jogador para jogar com a 8. É craque jogando como primeiro-volante. Um único passo a mais para frente e vira abóbora. (nota 6, pois não sabe jogar onde o colocaram)
fds10. Paulo Baier - forte candidado para integrar o novo time de Show-Ball do CAP, com Alex Mineiro e Paulo Rink no ataque. É um biatleta: anda e nada. O Julio dos Santos faz a mesma coisa que ele, a custar 5x menos (nota 4, ainda por aquele gol de falta contra o Corinthians e que nos deu a vitória, há 1 mês)
fds11. Marcinho - correu bastante, deu um precioso passe e só. Incrível como não consegue fazer duas belas partidas em sequência. Só Freud explica. (nota 6)
fds7. Wallyson - excelente no primeiro tempo, bem esquisito no segundo. (nota 6,5)
fds9. Rafael Moura - só recebeu bicão e bola dividida. E foi em todas, mesmo sempre marcado por dois zagueiros. Na única bola rasteira que recebeu com tranquilidade foi pra cima e criou perigo. É ruim, mas não pior que Patrick e Eduardo, seus reservas. E ainda é perseguido todo jogo pela canalha imprensa, só porque não dá mais entrevista. Uma sacanagem. (nota 5,5)
fds15. Rafael Miranda - entrou no lugar do tosco Chico e mostrou que sabe mascar chiclete e correr ao mesmo tempo. É o único segundo volante que o CAP tem hoje no elenco. Pense... (nota 7).
fdsTécnico Waldemar - precisa se ligar: Galatto está para o Vinicius como Dasayev estava para Valdir Peres na Copa de 82; o Nei é muito, muito fraco; o Chico é zagueiro, e reserva; o Paulo Baier precisa voltar a correr pelo menos 45`; e o Julio dos Santos precisa ser resgatado. Porém, em termos táticos, coloca o Geninho -- e outros tantos que passaram por aqui nos últimos anos -- no bolso. (seria nota sete, mas por ser muito chato e óbvio nas entrevistas que dá, leva nota 6,5).
fds

sexta-feira, 17 de julho de 2009

# aspas (xix)



Desde que o Governo Lula deixou claro para toda a direita e para todos os privatistas de plantão que o "Pré-Sal é Nosso" -- na esteira da proposta getulista de 60 anos atrás, sobre o petróleo -- e que o Estado brasileiro administraria, via uma estatal criado sob o manto da Petrobrás, e seria o dono de todos os frutos do pré-sal, de forma a desagradar todos aqueles que não viam a hora de dar essa "Amazônia azul" para o mercado e o capital nacional e estrangeiro, demos e tucanos vêm insistindo nessa bizarra CPI, que já resumimos (v. aqui).

Sim, pois agora todos querem a maior empresa da América Latina e a segunda maior companhia de petróleo do mundo -- e não nos custa lembrar que nos anos FHC, quando arrendou-se o Brasil para as forças do capital privado, diariamente se defenestrava a Petrobras (que quase virou "Petrobrax", a gosto dos vendilhões da estatal), como bem lembrou o Presidente Lula na última semana (v. aqui):

   "O paquiderme agora é nosso... Teve gente que chegou a falar: precisamos nos desfazer do último paquiderme brasileiro que é a Petrobrás. Esse paquiderme agora é nosso e vamos cuidar dele com carinho, como se fosse a coisa mais inteligente do mundo’”.




 

quinta-feira, 16 de julho de 2009

# atleticanas (xix)

fdsOra, ora, o que pensam os atleticanos em tanto quererem o retorno do centroavante Alex Mineiro? Preencher um vazio sentimental, assente na carência de um ídolo e no resgate de um eterno? Ludibriar-se com um nome, cujo papel foi fundamental há quase 10 anos? Reacender a chance do impossível, física e cronologicamente, como se pretendesse invocar o Dr. Brown e a sua DeLorean movida a plutônio?
fdsNa verdade, caso volte hoje para o Atlético, Alex Mineiro frustrará a massa rubro-negra e poderá acabar, como Geninho, numa relação de quase ódio com a nossa gente, pois, salvo o lampejo do ano passado -- quando naquele excelente time do Palmeiras, conseguiu ser o artilheiro --, desde 2001, inclusive na segunda passagem pelo CAP, o pretendido salvador da pátria não voltou a jogar bola.
fdsAssim, pergunta-se: vale mesmo a pena gastar uma (quase) fortuna para trazer este, arrisco, ex-jogador?
fdsCreio que o sentimento de frustração e de impotência causado pela ausência do presente pode se tornar ainda mais amargo (e frustrante, e impotente) pela inutilidade do homem a estar, sem gás, vagando no nosso presente.
fdsAfinal, neste crítico momento, o rubro-negro não pode preferir a ciência de Freud à ciência da bola.
fds

quarta-feira, 15 de julho de 2009

# terras de souza cruz

fA última edição do bom jornal jurídico "Carta Forense" traz o tema "legalização da maconha" na sua capa (v. aqui).
fE eis parte do artigo do professor e promotor de justiça paulista Eduardo Roberto Alcântara Del Campo, na esteira do que aqui já expusemos:
 
"A maconha é um mal e o seu consumo precisa ser combatido. Quanto a isso não pode pairar qualquer dúvida. Psicodisléptico classificado entre os alucinógenos leves, em suas várias formas a Cannabis, depois do álcool, é uma das drogas de abuso mais comuns em todo o mundo.
Como bem observam Manif e Elias Zacharias (1991, p. 286) o intoxicado crônico é um indivíduo física e mentalmente enfermo. Desnutrido, edemaciado, com expressão aparvalhada, rosto pálido e pele sem viço, descuida da higiene pessoal e da aparência, de modo a tornar-se facilmente reconhecido como usuário. Nos casos mais graves, a decadência orgânica degenera em desagregação psíquica e moral. O dependente passa a ignorar a realidade, refugiando-se em um mundo de fantasia. A falta de iniciativa, o empobrecimento intelectual, a apatia, o desinteresse pelo trabalho e pelo estudo levam, inexoravelmente, ao enfraquecimento dos laços afetivos. O diambista desliga-se da família e dos amigos para agregar-se, cada vez mais ao mundo das drogas, abrindo caminho para o abuso de outros fármacos e, ao final, para o confinamento em hospital psiquiátrico ou, pior ainda, para o ingresso no sistema penal (Zacharias, op. cit., p. 286).
Embora o tabaco possua, em tese, mais substâncias oncogênicas que a maconha, em razão de sua menor combustibilidade, ela apresenta concentração muito superior de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos carcinogênicos, de maneira que o consumo diário de três ou quatro cigarros de maconha equivale ao de 20 cigarros comuns (idem).
 
Colocadas essas premissas, é de se perquirir: Se a maconha é um mal dessa natureza, se nenhum benefício traz ao organismo e se deve ser combatida como um problema social grave, por que razão defender a sua liberação?
Em primeiro lugar é importante considerar que a distinção entre droga pesada e menos pesada, entre substância controlada e permitida é muito mais social e jurídica do que médica. Entre as drogas que determinam consideráveis efeitos nocivos para o indivíduo e para a sociedade e que constituem reais problemas de saúde pública, podem ser citados a nicotina e o álcool. Drogas legais cujos danos suplantam em muito os de todos os demais entorpecentes somados (Doron & Parot, 1998, p. 258). (...)
 
Analisando o que ocorre com o tabaco e o álcool, é fácil constatar que o uso de fármacos é uma característica humana, presente em todas as sociedades e culturas através dos séculos. O ser humano sofre e por ter consciência de seu sofrimento, da sua finitude e de suas limitações procura nos fármacos um (falso) alívio para sua condição.
 
Pretender eliminar por completo o consumo de drogas é proposição nefelibata que esbarra na impossibilidade de modificar a própria natureza humana. O que se busca, então, é reduzir o consumo a níveis toleráveis (se é que existem) e minimizar o impacto social que tais substâncias causam, quer pelos danos que produzem à higidez dos consumidores (e que acabam por impactar no sistema de saúde), quer pelos danos reflexos caracterizados pelas ocorrências (crimes e acidentes) relacionadas ao uso de fármacos.
 
Para controlar o consumo é necessário identificar as causas. Nessa linha de raciocínio, os fatores que levam ao aumento do consumo de drogas em geral podem ser classificados como individuais e sociais. (...)
 
Dentre todos os fatores sociais e pessoais relacionados com o incremento do uso de drogas o mais deletério é, sem dúvida alguma, o tráfico de entorpecentes, até porque todos demais são geralmente episódicos. O tráfico fomenta o consumo e a proibição alimenta o tráfico, logo a proibição aumenta o consumo.
 
Por incapacidade do Poder Público, hordas de traficantes se subsumem às funções públicas e constroem verdadeiros Estados paralelos. Estabelecem regras, cobram tarifas, realizam julgamentos, executam pesadas sentenças, aliciam jovens, difundem o vício e mudam toda a escala de valores da sociedade, atingindo o que ela tem de mais precioso, a juventude.
 
Como a via repressiva penal não vem surtindo o efeito desejado é possível que a liberação da maconha venha cortar uma das artérias econômicas que abastecem o tráfico, fazendo regredir esse cancro que consome lentamente nossa sociedade.
 
É claro que eventual liberação deve ser acompanhada de medidas de prevenção e controle, como campanhas de conscientização quanto aos malefícios da droga e de uma estrutura pública destinada a amparar aqueles que desejam deixar o vício.
 
Vejamos o exemplo do cigarro. Atualmente, em razão das campanhas e das leis que desestimulam o tabagismo, o consumo vem diminuindo lentamente e hoje o vício já não é tão aceito socialmente como era poucas décadas atrás. O fumante é hoje criticado pela maioria e está plenamente ciente da necessidade de abandonar o vício. O mesmo raciocínio se aplicaria à maconha. Uma vez liberada, os dependentes e curiosos poderiam adquirir a espécie vegetal em lojas especializadas, sujeitas a controle estatal (como o tabaco e o álcool), sem serem induzidos ao consumo pelos traficantes.
A droga adquirida legalmente sofreria controle de qualidade, minimizando os efeitos danosos das inúmeras substâncias químicas acrescidas pelos traficantes aos seus produtos, com o fito de incrementar o lucro em prejuízo da vida humana. Campanhas de conscientização sobre os malefícios da Cannabis e uma forte política de apoio aos que buscarem abandonar o vício, operariam como formas de controle, reduzindo ao mínimo o contingente de iniciados. Também é de se imaginar a proibição do consumo em ambientes fechados, como hoje ocorre com o cigarro e a previsão legal de agravamento das penas de crimes cometidos sob o efeito do fármaco.
 
Não se argumente que a liberação da droga, já experimentada em alguns países, levaria à degradação humana. Essa degradação já existe, coloca-se às escâncaras em cada semáforo das nossas cidades e nada é feito pelo Poder Público apesar da hipócrita proibição.
 
Assim, como se costuma argumentar no sentido de que apenas uma sociedade justa e isenta de desigualdades sociais pode pretender diminuir a criminalidade, o vício só pode ser combatido por intermédio de educação, conscientização, cultura e assistência médica adequada.
 
Se conseguirmos combater o tráfico (e não necessariamente o uso) talvez seja possível conseguir o retrocesso de boa parte da criminalidade violenta e da corrupção, males que também assolam esta tão sofrida terra de Santa Cruz".
fds

terça-feira, 14 de julho de 2009

# antifahrenheit 451 (xiv)


fdsfdFalava-se muito de que a imprensa devia receber, do Estado, algemas invisíveis e flexíveis no controle das suas visíveis e bandidas mãos, à medida que frequentemente destroem a reputação alheia, distorcem os fatos e fazem restituir o imperial Poder Moderador, assumindo-se verdadeiramente como detentora de um quarto poder.
fdsfdNesta toada, a fim de mostrar como se deve comportar essa imprensa -- na esteira dos princípios da "comunicação social" previstos no art. 221 da nossa Constituição -- e como ela deve assumir as suas responsabilidades -- distante das (inócuas) decisões judiciais, pois basta lembrar dos dois casos célebres nos anos 80/90 a envolver Leonel Brizola, que conseguiu em juízo o direito de resposta contra a Veja e contra a Globo apenas 10 (dez) anos depois de praticados os crimes contra a sua honra, quando então o estrago já era feito e sacramentado... --, o Governo do Paraná publicou ontem um decreto que dá direito de resposta a toda pessoa que se sentir “tratada de maneira desairosa ou ofendida” nos programas da TV Paraná Educativa, a televisão pública do Paraná.
fdsfdDiz o Decreto Estadual 5.100/09 que o “direito de resposta dar-se-á em dias e horários dos programas em que se deu a ofensa, no âmbito da programação da televisão pública, ao vivo e pelo ofendido”. Ou seja: qualquer pessoa terá o direito de rebater ou esclarecer uma suposta ofensa no mesmo horário em que seu nome foi citado.
fdsfdO ato normativo determina ainda que a resposta pode ter a duração da matéria em que a pessoa foi ofendida e que a solicitação será enviada diretamente à emissora, independentemente de quem tenha praticado a ofensa (v. aqui).
fdsfdEm suma, uma norma basilar para um Estado que quer se intitular democrático de direito. Pena não se ver isso no âmbito nacional.
fdsfds


# atleticanas (xviii)

fdsAté entendo que ainda estejamos no início do campeonato, mas, muito mais importante do que ter vencido o Inter no domingo passado, será não perder do Santo André, lá no ABC paulista, nesta quarta-feira.
fdsPor quê? Ora, não nos iludamos. O Atlético, com este time que aí está, luta por vaga na Copa Sulamericana e para não cair, nesta ordem julgo eu.
fdsLogo, todo jogo contra algum clube do "grupo dos 10" (Santo André, Barueri, Náutico, os Coxas, Sport, Botafogo, Vitória, Santos e Avaí) será uma final, pois serão confrontos absolutamente diretos -- e, por isso, devemos lamentar tanto os pontos perdidos contra Náutico e Vitória, em duas derrotas caseiras... -- e não confrontos contra os favoritos ao título ou à Libertadores, que estão noutro grupo.
fdsE, como o Avaí (infelizmente) já caiu -- como peru... --, restam 3 vagas a serem por eles disputadas e que levarão para as profundezas do inferno da segundona; e, por outro lado, há outras 2 vagas -- já que as demais pertencerão aos clubes que estão no outro G-10... -- para a disputa do segundo maior torneio das Américas em 2010 ("Copa Sulamericana"), mero prêmio de consolo para a turma do fundão.
fd
fds

segunda-feira, 13 de julho de 2009

# a fritura do (flambado) saldanha

O meu caro Nêgo Pessôa -- escriba (e fariseu?) anarcoliberal, estudioso da literatura universal e do rude esporte bretão e blogueiro das antigas (v. aqui) --, censura-me e (não) pede vênia para discordar sobre o que escrevemos no texto "um 'cagüeta' de carteirinha vestido de canarinho" (v. aqui).
Indo além da questão em si, pois acredita ser a minha visão esquerdóide, contesta o abono por mim dado à história -- chama ele de "besteirol" -- do General Médici ter demitido João Saldanha do comando do melhor time de futebol de todos os tempos (a Seleção de 70) pelo fato dele ser comunista. Diz ele, devidamente adaptado:
"Veja a besteira: se o Médici estivesse contra o João não teria permitido que ele assumisse! Se o 'sistema' estivesse contra ele, ele não teria sido recebido pelo Ministro Passarinho nem teria tido tanta boa imprensa para os dez ou doze pontos que alinhou como necessários à reforma do futebol brasileiro. Pontos que comentei no meu livro com o Marcelino, comunista, 'A Copa e a Crise do Futebol Brasileiro', de 70. O João foi demitido pelo Havelange! E foi o Havelange que o levou pra seleção. E por que foi demitido? Porque na reconvocação da rapaziada para o longo período de preparo - quatro meses! - o João estava a beber demais, a brigar com todo o mundo, a polemizar por besteira, a fazer besteiras, a dizer besteiras, até que o Havelange o encontrou bêbado a dormir num sofá do saguão da concentração. A única coisa chata na demissão do Saldanha foi o fato do Russo tê-lo acompanhado. Como sei disso tudo? Porque acompanhei isso tudo de perto. Porque me tornara amigo do Russo".
Mesmo a acompanhar noutra dimensão (ou noutro corpo&alma) isso tudo -- afinal, em 1970, era eu um anjo, ou um urso, ou uma sequoia, ou um dalit em algum subúrbio de nova deli, enfim, a depender da religião de cada um, estava eu longe de pertencer ao corpo que hoje acho que me pertence... --, posso crer que há infinitos fatos&fotos da história que não precisamos ter presenciado ou vivido para estudar, crer, imaginar, pensar e discutir.
E esse, talvez, seja um deles, ainda que a versão contestadora seja a mais próxima -- e, oxalá, a mais correta da história.
fds

domingo, 12 de julho de 2009

# atleticanas (xvii)

fdsNão era coisa de Mãe Dinah, ou de palpiteiro inconveniente. Era óbvio, ululante, mera coisa de quem enxerga o rude esporte bretão.
fdsA alteração do sistema de jogo para o tradicional 4-4-2 era algo que já percebíamos (e pedíamos) desde o começo do ano (v. aqui e aqui) e mostrava-se absolutamente necessária.
fdsNão se tratava, pois, de uma mera mudança na colocação e na disposição das peças, nem de perseguição a fulanos e beltranos; na verdade, mais do que isso, o plantel rubro-negro não apresentava as peças imprescindíveis para se jogar num 3-5-2. Era, pois, urgente a mudança de esquema tático para o Atlético.
fdsSim, afinal, não temos um segundo-volante, não temos um líbero e não temos o ponta-de-lança, três elementos vitais para se ter êxito no ex-quema de jogo que há mais de ano vigia no Furacão.
fdsE hoje, finalmente, o treinador Waldemar Lemos resolveu mudar. E deu no que deu: 3 x 2 contra o Internacional, o qual, diga-se, é muito mais falado e afamado que jogado, pois tem uma zaga e um meio-campo pífios, laterais horrorosos e se salva às custas de 3 excelentes jogadores (Giñazu, Taison e Nilmar) .
fdsCoincidência? Não. Deu mais responsabilidade -- e, quase paradoxalmente, mais segurança -- aos dois zagueiros, pois não havia um terceiro homem na sobra, de prontidão para abafar os vacilos de algum deles; povoou o meio-campo com 4 jogadores, arrefecendo um pouco o trabalho do único Valência e colocando os armadores nos seus devidos lugares; fez os alas serem laterais e alas; e fez o time ser mais organizado, funcional e eficiente.
fdsFaltou um centroavante? Até os 30 minutos do primeiro tempo, faltou, pois era evidente um time órfão do pivô e do homem de área. Mas, depois, acostumados com esse novo jogo, os 4 titãs (Baier, Marcinho, Wesley e Wallyson) pareciam jogar como naquela "laranja mecânica" de Rinus Michels. E foi espetacular. Isso deve ser adotado para sempre? Não, haja vista que por vezes um centroavante ao lado do Wallyson é fundamental.
fdsSem esquecer das injustiças cometidas contra o paraguaio Julio dos Santos -- o único que pode fazer o que faz o Paulo Baier, mas que fora destroçado e humilhado pela besta do Geninho, ao insistir em queimá-lo como segundo-volante --, e sem esquecer que o beque Rodolfo deve ser completamente esquecido, parece ser este o definitivo caminho, o qual há muito tempo já havíamos identificado.
fdsAgora, enfim, para ficar razoavelmente bom, precisamos de mais uma única coisa, urgente: expurgar o câncer chamado Vinícius e colocar de volta, no seu devido lugar, o grande Galatto, um dos maiores milagreiros dos últimos anos, mas que, por ser humano, às vezes falha e parece não merecer o devido perdão. A insegurança e o medo que o atual camisa 1 traz faz lembrar os piores tempos do fim da carreira do Marolla -- quando escanteio contra nosotros era pior do que pênalti -- ou aquelas "coisas" que pintaram na meta atleticana no ido da passada década de 90.
fdsE é isso que o Seu Waldemar também precisa enxergar e se conscientizar; caso contrário, continuaremos a não ter paz. E não haverá mudança tático-organizacional que dê jeito.
fds

sexta-feira, 10 de julho de 2009

# maquiavel, en passant


Voltemos àquela impactante frase -- "faço aliança até com Satanás se for para fazer a obra de Deus" --, que parece ser paradoxal, mas que bem traduz a complexidade desta arte&ciência chamada Política. Senão vejamos.

Suponhamos que você, um grande homem do bem e um grande homem de boa vontade, pretenda candidatar-se a Chefe do Executivo. Pensemos que queira ser Prefeito de um certo Município.

Logo, temos então você: um homem íntegro, inteligente, sagaz, trabalhador, socialista&humanista de alma e coração, que quer chegar lá para efetivamente (tentar) mudar a vida naquele muncípio, investir pesado em educação (centros educacionais), saúde (centros médico-hospitalares), habitação e, com a guarda municipal, colaborar com a segurança pública. Além disso, tem excelentes projetos para a iniciativa privada, para as cooperativas e para as associações. Enfim, você é o cara.

Mas, tem um problema: você não tem grana. E, como sem grana (e, ipso facto, sem espaço na mídia) ninguém se elege no Brasil, pergunta-se: che cosa faccio?

Aí, eis que surge a oportunidade de, mediante as amizades que você tem com algumas pessoas ligadas a certa política e ao capital, se relacionar e se aliar a um grupo tosco -- quase da direita --, mas com muito dinheiro. E mais: surge a oportunidade de a sua campanha ser bancada por um grande empresário que, em troca, quer facilidades em 2 ou 3 futuros contratos públicos, para minimizar ou zerar o financiamento da sua eleição.

Na balança, temos você, um cabra da peste, sujeito dos melhores, que teve que ceder para se eleger e mudar a vida de 70% do município, formado por gente miserável e explorada; e o outro, da turma dos mesmos, conservador, patrimonialista e da direita até o talo, de oligarca família da região, que sempre se elege do mesmo jeito e que nada mais quer do que se manter intocável como os donos do poder, numaa elite que corrói todo o tecido humano e social daquele município, que tem os seus 70% na mais tosca pobreza e nas mais bizarras privações.

O que seria o certo? Quem seria o errado?

Há 500 anos, Niccolò Machiavelli já se debruçava bastante sobre isso, contrapondo ativamente as éticas política e cristã, cujo antagonismo, entretanto, nem sempre se pode permitir existir.


# anjos e demônios

fdsf"Desde que não haja perda da hegemonia moral e intelectual, qualquer aliança é válida", disse o grande intelectual e político italiano Antonio Gramsci -- de quem já falamos outras vezes (v. aqui) -- para um grupo de metalúrgicos na vucânica Itália do início do séc. XX.
fdsfAmparado nessa famosa frase do comunista italiano, Ciro Gomes -- encarado como virtual candidato a Governador de São Paulo ou a vice-Presidente, com Dilma --, disse: "Faço aliança até com Satanás se for para fazer a obra de Deus" (v. aqui).
fdsfPois bem. Mas alto lá: embora essas alianças políticas sejam inevitáveis para o êxito eleitoral e a tomada do poder, o que realmente não se pode admitir é se juntar ao demônio para fazer a obra do demônio e, depois, dizer quer era um anjo.
fdsfSeria, neste momento, como se juntar a toda a turma do DEM e a boa parte dos tucanos enrustidos de demos... Daí seria entregar o corpo e a alma ao Diabo.
fdsfds

quinta-feira, 9 de julho de 2009

# farinhas de diferentes sacos

fds Espanta-me a quantidade de puxa-sacos em volta de pessoas como José Sarney e tantos outros políticos e autoridades públicas que funestamente dominam este país.
fds É uma gente que se entrega, se doa e se mata, por pessoas que impregnam de tristeza cada rincão do Brasil. Sempre a rondá-los, não perdem a oportunidade de louvar aos seus deuses.
fds Diariamente, vejo toda essa turma a trabalhar e a se esforçar para defender, física e verbalmente, todos esses canalhas e não consigo entender -- como, também, me corrói ver o trabalho desempenhado por tantos profissionais que estão por aí, na imoral defesa judicial de tantos e tantos bandidos, de colarinho branco ou não... mas sobre essa laia já escrevemos aqui).
fds Ah, é o trabalho deles. Ah, eles precisam ganhar dinheiro. Ah, eles tem filho e família pra sustentar. Ah...
fds Pois bem, com as putas o papo acaba com esse mesmo melancólico fim.
fds E, sinceramente, desconfio que as "donas da noite" sejam mais dignas no que fazem do que os aspones, os bajuladores, os lambe-botas, os corta-jacas de plantão.
fds

quarta-feira, 8 de julho de 2009

# um "cagüeta" de carteirinha vestido de canarinho


Assisti ao filme "Ninguém Sabe o Duro que Dei", que retrata a vida do cantor Wilson Simonal, um cantor-dançarino que foi ícone da juventude brasileira dos anos 60-70.
 
Além de ter se tornado famoso pelo que cantava (?) e dançava (???), recebeu a alcunha de notório dedo-duro, de ser -- e, dizem, de se vangloriar como -- o grande delator do universo cultural-intelectual do Brasil que, nos anos de chumbo, opunha-se à ditadura militar. Enfim, uma espécie de candinha-mor dos milicos e de toda a direita de plantão.

Dúvidas pra lá, defesas e argumentações pra cá, saí com a certeza: o cara foi sim um traíra e uma baita "alcagüeta", como gosta o vernáculo.
 
E tenho tal convicção com base num único fato: não foi só pela simpatia e pela amizade que Simonal nutria com os craques da Seleção Brasileira de 70 -- entre eles Pelé -- que o fizeram ter estado lado-a-lado e juntinho de toda a delegação brasileira na Copa do México, bem distante dos outros noventa milhões em ação que sofriam aqui no país. Teria que ter havido algo mais.... bingo!

Em troca de dedurar uma penca de artistas, escritores e intelectuais da esquerda, comunistas ou não -- e, ipso facto, contrários ao regime da "tradição, família e propriedade" que perdurava nestes tristes trópicos --, ele teria cadeira cativa na delegação brasileira que iria ao México disputar a Copa do Mundo.

Dito e feito.

Já que o General Emilio Médici e sua bizarra trupe em tudo mandava, inclusive na CBD (hoje CBF) -- quando então mandou demitir o técnico João Saldanha, notório vermelho, e convocar o folclórico centrovante Dadá Maravilha --, não lhe custaria nada exigir a presença do alegre fofoqueiro.

E, cantando e dançando para todo o grupo, lá foi Wilson Simonal como o mais divertido "aspone" da delegação do Brasil, que muito intimamente -- e em troca de muitas cabeças -- conseguiu acompanhar o melhor time de futebol de todos os tempos.


 

segunda-feira, 6 de julho de 2009

# antifahrenheit 451 (xiii)


fdsfdsNesta segunda-feira, o programa (pseudo-)humorístico CQC, da TV Bandeirantes, tenta passar a ideia de que dezenas de ônibus escolares estão encostados à toa em frente ao Palácio Iguaçu, aguardando propositadamente alguma mera motivação política para serem entregues.
fdsfdsInfelizmente (ou convenientemente) mentiu e não informou corretamente à população, à medida que pautou e lançou a matéria tendo como única fonte a conversa de dois assessores -- jurídico e de imprensa -- do Deputado Estadual Douglas Fabrício (PPS), um dos líderes da oposição ao atual Governo e que tem a sua grande base política em Campo Mourão, no noroeste do Estado, a qual está há 50 km da cidade de Barbosa Ferraz, onde o programa de tv mostra problemas no transporte escolar.

OS ÔNIBUS
fdsfdsO transporte escolar, segundo a Constituição Federal, é responsabilidade do Municípios; logo, a regra é que os problemas com os ônibus que transportam (ou que não transportam) os alunos até a escola é de cada um dos Municípios.
fdsfdsPorém, diferentemente do que acontece em todos os outros Estados da Federação, o Governo do Paraná, ciente deste grave problema -- o qual, ao lado da pobreza familiar, representa o maior motivo da evasão escolar --, tomou para si a questão, a extrapolar a sua responsabilidade e competência constitucional, e então promoveu uma licitação para comprar 1.100 (um mil e cem) ônibus -- são dois tipos: 31 lugares (670) e 23 lugares (430) -- e cedê-los, por 5 (cinco) anos, a todos os Municípios com menos de 100.000 habitantes e que possuam uma vasta estrutura rural, no maior e único programa estadual de transporte escolar em andamento no País.

OS PROCEDIMENTOS DA ENTREGA E AS MENTIRAS E OS ENGANOS DA MATÉRIA
fdsfdsÉ óbvio que nenhuma montadora do mundo conseguiria entregar todo o quantitativo de numa única vez. Por isso, consoante cronograma pré-estabelecido na licitação, as empresas vencedoras entregam diariamente uma média de 5 ônibus e, pari passu, o Governo do Estado convoca as Prefeituras para as respectivas entregas.
fdsfdsPorém, não é como entregar couve, claro.
fdsfdsAlém desta questão do prazo de montagem e entrega dos ônibus, o Estado ainda exige das Prefeituras duas condições imprescindíveis: (i) o treinamento dos motoristas que conduzirão os ônibus, a ser dado pela Secretaria do Trabalho em parceria com o Detran, e (ii) o pagamento de um seguro dos veículos.
fdsfdsSobre o "treinamento", haja vista quem se conduzirá (crianças) e como se conduzirá (estradas e áreas rurais), o Estado corrobora na eficiência e no zelo do transporte, a exigir que todo condutor saiba assumir a grande responsabilidade que lhe é acometida; e, sobre o "seguro", o Estado, a fim de buscar um enorme ganho de escala e mais uma vez ajudar os Municípios, também já fez uma licitação e conseguiu o (quase irrisório) valor de R$ 3.800,00 para dois anos de seguro total, bastando às Prefeituras pagar esse valor à empresa vencedora do certame -- evidentemente, as Prefeituras podem fazer a sua própria licitação e contratar um novo seguro, pelo preço que bem entenderem...
fdsfdsDiante disso, cumprida essas três etapas, (i) entrega dos ônibus pelas montadoras, (ii) treinamento dos motoristas e (iii) pagamento do seguro --todas, diga-se, sem nenhum poder de interferência do Estado --, os veículos são entregues.
fdsfdsEnfim, as dezenas de ônibus que estão em frente do Palácio do Iguaçu não são os mesmos. As dezenas de ônibus que estão ali em frente não estão expostos como obras de sarcástica arte.
fdsfdsNa verdade, a cada semana, dezenas deles são entregues às Prefeituras e dezenas de outros chegam ao Palácio. Ou seja, há um ativo rodízio, entrando e saindo veículos semanalmente, desde que a licitação foi concluída (jan/09), a resultar, até hoje, na entrega de mais de 400 (quatrocentos) ônibus.

MEA CULPA
fdsfdsOs ônibus poderiam ser estacionados noutro lugar, escondidos de tudo e de todos? Sim, é evidente.
fdsfdsEntretanto, desde que de forma módica e sem prejuízo ao erário, a Política exige que se faça a merecida propaganda das políticas e dos atos públicos. Na prática cotidiana e na revelação publicitária é que os bons governos cosneguem sobreviver.

CONCLUSÃO
fdsfdsDiante disso tudo, mais uma vez se verifica que essa liberdade absoluta, inimputável e incondicional oferecida à imprensa não pode persistir, à medida que trai, mente, tripudia e manipula os fatos & fotos do cotidiano (e da vida pública) segundo as conveniências e os interesses financeiros e políticos em jogo.
fdsfds


sábado, 4 de julho de 2009

# e você, tem fome de quê?


Segundo a FAO -- braço da ONU para "Alimentação e Agricultura" --, a população mundial de pessoas famintas aumentou em quase 100 milhões desde o ano passado, alcançando 1,02 bilhão; ou seja, uma em cada 6 pessoas passa fome no mundo.

Em relatório divulgado nesta quinta em Roma (v. aqui), a FAO observa que quase toda a população de pessoas subnutridas vive atualmente nos países em desenvolvimento. De acordo com as estimativas da entidade, desses mais de 1 bilhão de famintos, 642 milhões vivem na região da Ásia e do Pacífico e 265 milhões na África subsaariana.

Em relação ao último ano, a entidade anuncia que a população mundial de pessoas famintas aumentou em quase 100 milhões.

As razões divulgadas? Segundo a FAO esse aumento deve-se a uma combinação da crise financeira internacional com a persistente elevação dos preços dos alimentos. Ao anunciar o dado, o diretor-geral da entidade, Jacques Diouf, advertiu que a crise alimentar "representa um grave risco para a paz e a segurança no mundo".

As razões recôndidas?

A péssima distribuição de renda (e de alimentos) do mundo e o protecionismo dos países ricos.


 

quinta-feira, 2 de julho de 2009

# missiva cibernética: os vermelhos, em dois mil caracteres

Um caro amigo aventura-se numa longa jornada, pelos rincões do leste europeu.

E, já lá, quae sera tamen, resolve adentrar no universo sócio-político-econômico daquela região, especificamente nas estranhas do tipo de regime socialista implementado e quebrado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas no séc. XX.

E, na bucha, pelos meios virtuais de plantão, diz-me, curto-e-grosso: "Prezado amigo, escrevo de São Petesburgo ao amigo que sei que conhece e gosta dessa terra. Desculpe a minha ignorância, mas se vc puder me explicar, em poucas palavras, a diferença entre o socialismo e o comunismo, serei grato. Depois nos falamos. Um abraço!"

Eis a resposta, modesta, e que (talvez) também sirva a tantos e tantos que ainda não sabem direito o que é tudo isso...
"Compañero, o comunismo é um nome que pode se dar à sociedade sem classes sociais, sem Estado, sem uma economia mercantil monetária, sem o trabalho alienado, com a coletivização dos meios de produção e com uma sociedade muito desenvolvida, particularmente em termos humanos, a fim de que possa revelar um 'novo homem', como dizia El Che, sob a clássica máxima marxiana: 'De cada um segundo as suas capacidades, a cada um segundo as suas necessidades'. Só que não é possível atingir tal sociedade num passe de mágica e da noite para o dia, pois a insuficiência no desenvolvimento das forças capital-produtivas e dos donos do poder e as heranças material e cultural não o permitem. Para que se chegue ao comunismo é necessária uma etapa anterior de transição: o socialismo. Nele são fixadas as diretrizes, montados os programas e preparada a transformação social para a construção do comunismo, com um estado concentrador, para que no segundo houvesse a sua supressão, passando a reger uma democracia direta e de autogestão. Na verdade, em termos clássicos, havia ainda uma outra fase, previamente ao socialismo e logo depois do fim do capitalismo, com a 'ditadura do proletariado', como na URSS e em todo o leste europeu -- fórmula autoritária, sob um partido único e que  descambou para algo muito distante do socialismo. O caso mais conhecido e presente desta 'alternativa' é Cuba, onde o socialismo logrou sim êxito e a cada dia avança no zelo pela saúde, pela educação, pela habitação e pela segurança de sua gente, não obstante as imensas dificuldades -- muitas advindas do embargo econômico dos EUA e da dependência financeira que criou com a URSS, outras da sua estagnação no tempo, amarrada demais às ideias fundantes do regime. Modernamente, a China constrói uma outra via, assente num antigo 'socialismo de mercado' (ou num 'capitalismo de Estado', que depois podemos discutir...) e a Venezuela e outros países latinos também tem desenvolvido alternativas ao capitalismo, com vistas à construção de um modelo de socialismo do séc. XXI, já é merecedor de estudos de muita gente boa. Muito breve e superficialmente, é isso. Espero ter ajudado. E traz umas wodkas de bolso pra mim. Até!"


# famiglia


fds Da melhor revista semanal brasileira, Carta Capital, reproduzimos o texto do jornalista Leandro Fortes, que muito bem resume e ajuda a traduzir a infeliz figura e a funesta trajetória política e pública do Senador José Sarney (v. aqui).
fds Mais abaixo, basta clicar em cima da foto para ler uma reportagem de 1986 (!) -- quando o sujeito ainda era o Presidente da República e a filha Roseane uma jovem assessora --, para percebermos que pouco mudou em 23 anos...

  "José Sarney é uma vergonha para o Brasil desde sempre.
  Desde antes da Nova República, quando era um político subordinado à ditadura militar e um representante mais do que típico da elite brasileira eleita pelos generais para arruinar o projeto de nação – rico e popular – que se anunciava nos anos 1960.
  Conservador, patrimonialista e cheio dessa falsa erudição tão típica aos escritores de quinta, José Sarney foi o último pesadelo coletivo a nós impingido pela ditadura, a mesma que ele, Sarney, vergonhosamente abandonou e renegou quando dela não podia mais se locupletar. Talvez essa peculiaridade, a de adesista profissional, seja o que de mais temerário e repulsivo o senador José Sarney carregue na trouxa política que carrega Brasil afora, desde que um mau destino o colocou na Presidência da República, em março de 1985, após a morte de Tancredo Neves.
  Ainda assim, ao longo desses tantos anos, repórteres e colunistas brasileiros insistiram na imagem brasiliense do Sarney cordial, erudito e mestre em articulação política. É preciso percorrer o interior do Maranhão, como já fiz em algumas oportunidades, para estabelecer a dimensão exata dessa visão perversa e inaceitável do jornalismo político nacional, alegremente autorizado por uma cobertura movida pelos interesses de uns e pelo puxa-saquismo de outros.
  Ao olhar para Sarney, os repórteres do Congresso Nacional deveriam visualizar as casas imundas de taipa e palha do sertão maranhense, as pústulas dos olhos das crianças subnutridas daquele estado, várias gerações marcadas pela verminose crônica e pela subnutrição idem. Aí, saberiam o que perguntar ao senador, ao invés de elogiar-lhe e, desgraçadamente, conceder-lhe salvo conduto p ara, apesar de ser o desastre que sempre foi, voltar à presidência do Senado Federal.(...)
  Há poucos dias, vi a cara do senador José Sarney na tribuna do Senado. Trêmulo, pálido e murcho, tentava desmentir o indesmentível. Pego com a boca na botija, o tribuno brilhante, erudito e ponderado, a raposa velha indispensável aos planos de governabilidade do Brasil virou, de um dia para a noite, o mascate dos atos secretos do Senado. Ao terminar de falar, havia se reduzido a uma massa subnutrida de dignidade, famélica, anêmica pela falta da proteína da verdade. Era um personagem bizarro enfiado, a socos de pilão, em um jaquetão coberto de goma.
  Na mesma hora, pensei no povo do Maranhão."

quarta-feira, 1 de julho de 2009

# guerra sem canudos

fdsDecidiu o STF que para o exercício da profissão de "jornalista" não se pode exigir diploma.
fdsDiante dos últimos julgados, espanta a perfeita e pontual manifestação da nossa Suprema Corte.
fdsResta, agora, acabar com essa esdrúxula reserva de mercado para tantas e tantas outras profissões que não fazem por merecer a exigência de qualquer (e muito menos específico) curso superior, cuja idealização apenas faz criar guildas de ineptos chancelados por uma faculdade qualquer e manter corporativismos injustificáveis em detrimento do verdadeiro savoir a faire.
fdsAcredito que este seja o caminho. E que restem os médicos e os astronautas obrigados a ter o canudo.

fdsEm tempo: por que cargas d'água o nosso país ainda faz subsistir a odontologia à parte da medicina?