terça-feira, 21 de janeiro de 2014

# atleticania (vi)

 
Sou uma pessoa de raros nojos da vida.
 
E Petraglia, presidente do Atlético, é uma destas coisas que assim me provocam.
 
Não satisfeito em insistir com a (re)construção da Baixada sem construtora, tão-pouco em delegar a genro, primo, filho et caterva o desenrolar das obras e equipamentos e em inventar uma "fundação", o sujeito dá cabo ao fim de um ótimo grupo de futebol.
 
Entende-se, claro, que a grana é curta neste momento de obras, mas como entender que se desfaça, de modo vil e vão, de jogadores e comissão técnica com preços abaixo do mercado pela ótima relação custo-benefício que apresentaram na temporada passada?
 
E como tudo do Atlético envolta-se em segredos, opacidade e meros vestígios de notícias e informações, tudo passa a ser ainda menos compreensível, vez que são poucas as verdades postas em jogo.
 
Petraglia, na sua soberba indefectível, na sua arrogância pujante e no seu absoluto desprezo pelo futebol, insisto, causa asco.
 
Incapaz de ouvir alguém, incapaz de ver colaboração, incapaz de dividir espaço, tem um ego incapaz de se comportar na história do Atlético –  julga-se, por isso, maior e acima dele.
 
Com o terrível rebaixamento de 2011, qualquer chapa de oposição seria eleita no Atlético. Petraglia viu a oportunidade, encabeçou-se nela e levou a eleição, para delírio de grande parte dos "falacianos" e "não-falacianos".
 
Virado pra lua, em 2013 um acúmulo de eventos fortunosos deram-lhe uma indevida moral.
 
A pré-temporada houve porque ele se recusou a colocar o time principal na tela da Globo – o que fez bem , e por isso mandou o tal sub-23; um time médio, desacreditado e quase inteiramente composto de jogadores que ficaram em 3º lugar na Segundona de 2012 acabou extremamente competitivo; um jogador que ele considera um lixo foi o destaque do time (Paulo Baier), um cigano encostado há anos fez-se artilheiro (Éderson), um quase-aposentado assumiu a zaga (Luiz Alberto) e alguns emprestados caíram do céu; um treinador fora do mercado chega por ser barato e faz um trabalho excepcional; e um quase re-rebaixamento se transforma em um surpreendente sucesso na Copa do Brasil e no Brasileiro.
 
Mas nada disso importa, e 2014 fica de novo à margem e às ironias do destino, afinal, o futebol para o Sr. Petraglia não importa.
 
O que importa são os negócios deste evento, deste business que merece ser elitizado e desculturado.
 
Que nojo.