domingo, 12 de outubro de 2008

# quo vadis, huracán? (iii)

Não precisa Freud para explicar: o que nutre a possível volta do sintomático sentimento de "vira-lata" do rubro-negro é uma impotente vergonha causada por uma diretoria inábil, incompetente (e, quiçá, mafiosa), que não se preocupou -- agindo com culpa -- e não quis -- já com dolo -- montar um time minimamente decente para 2008.
Não se engane: este spettacolo dantesco já vinha se desenhando há tempos, desde que, capitaneados pelo "sobrenatural de almeida", fomos vice-campeões americanos com um escrete medíocre, passando por um 2007 a duras penas (como as dos frangos levados pelo guarda-redes Mixirica) e, este ano, desbancando imoralmente o imortal furacão de 49, com uma fase de aparente -- porquanto débil e traiçoeira -- invencibilidade.
Na tardinha deste sábado, na Arena da Baixada, o que se viu não foi apenas uma pane individual, de um ou outro atleta, de um treinador ou de um dirigente. Antes fosse. Na verdade, infelizmente, tratou-se de um naufrágio coletivo, que está em vias de afogar toda a imensa e maior torcida do Paraná, e em especial os 20 mil sócio-torcedores insuspeitavelmente presentes em carne, osso e alma, pois, ali, sabe-se que quem ganha e perde as partidas é a alma, a nossa alma, que parece vir sendo engolida pelo imperador junto com as nossas 50 moedas.

P.S.: Pelo prognóstico dantes exposto (v. aqui), doravante só conseguiremos chegar a 43...