sexta-feira, 12 de março de 2010

# meu querido diário: piu-piu...



Parece que, nestes tempos de 140 caracteres, qualquer texto que passe de dois parágrafos passa a ser considerado prolixo, difuso, longo, verboso ou fastidioso.

Porém, isso não me espanta.

Afinal, a imediatização da vida, a publicização da vida privada e a inconscientização pela brevidade com que se reflete os fatos e as fotos desta vida parecem exigir dos interlocutores uma comunicação não menos virtual, instantânea, superficial e explícita que o espaço de poucas e curtas sinapses.

Não, não trabalharei as minhas ideias, as minhas reflexões, os meus pontos-de-vista e o meu cotidiano por meio desta ferramenta que tudo arreganha, que tudo abrevia, que tudo (menos) diz e que tudo (mais) sintetiza, como se num jogral monossilabicamente robótico.

Naturalmente, não serei... "sintético".

E, muito menos, farei da minha vida um colegial diário pessoal.

Mas não apenas por não querer, e sim, especialmente, por não ser capaz de fazê-lo.