domingo, 8 de junho de 2014

# do pó


Meus poucos (mas fiéis) leitores, só os profetas enxergam o óbvio, cunhou Nelson Rodrigues.

No rádio, na tv, na rede, nas bancas, na calçada, nos sonhos, vê-se tudo mirar o Brasil, mas tudo mira mais ainda esta minha aldeia, o onphalos nestes trintas dias que nos seguirão.

Copacabana borbulha, queima, arde, sufoca, contamina, pulsa e quase explode.

E vai ficando cada vez mais frenética, indecente, barulhenta, gosmenta, multicolorida.

Verde-amarelo a todo canto, em toda esquina, em todos os milhares de bares que a cada passo me atropelam, me sugam, me desassossegam.

Nela se escancara o óbvio da brasilidade, a explicitar, a eclodir e a fazer a nossa espuma de pátria amada brilhar em raios mais fúlgidos. 

E eis-me aqui, nesta capital do Brasil, neste Rio de Janeiro (e de todos os meses do ano), a morar neste bairro e a ter como meu literal quintal esta mais amada praia desta maravilhosa cidade do mundo.

Pois é, ano passado já tive uma especial visita, cuja jornada aos arredores me tentaram fazer compreender isso tudo (v. aqui).

Mas é só agora, no microcosmos deste caos, que finalmente o enxergo.

Salve, salve a Copa.