sexta-feira, 10 de outubro de 2014

# caçador de corruptos


E o caçador de marajás do fim dos anos 80 se tornou o "caçador de corruptos" de 2014.

A exímia atuação da grande mídia, tatuando na testa de Dilma, Lula e do PT a propriedade exclusiva da corrupção, dentre outros fins e outras consequências, resultou, pari passu, na criação deste personagem, Aécio Neves, como se um mocinho de novela global num cenário de sci-fi.

Já dissemos aqui que corrupção não se combate com mera retórica, que não pode ser fulanizada e que tão-pouco é a desgraça brasileira.

A corrupção fetichizada, tal qual a grande mídia propaga, a reboque dos reacionários de plantão, objetiva desqualificar a política, visa a mostrar que a coisa pública ("res publica") não funciona e que a democracia, portanto, é um pastiche.

É óbvio que tal crime é um mal e que deve ser enfrentado com a máxima e incondicional firmeza, mas não por meio de um super-homem qualquer -- e, muito menos, por um de araque e sem qualquer envergadura moral para tal.

Ora, a corrupção deve ser tratada institucionalmente, com mecanismos de controle, apuração e punição que envolvam vários órgãos e todos os Poderes da República, como hoje já se começa a fazer -- mas que não se quer enxergar, pelo contrário, dissimula-se a questão.

Assim, esta lenga-lenga diária da grande mídia, atribuindo ao candidato tucano a pecha de imaculado conceição, além de ser caricatural e jocosa, é mentirosa.

Fingem, desavergonhadamente, que no âmbito do PSDB nunca houve e nem há malfeitos.

Que a sopa de alianças partidárias -- fio condutor maior dos casos de corrupção -- não está no PSDB, ampliada ainda mais agora, no 2º turno, com todos os "apoios" recebidos.

Que Aécio Neves é o novo, que nasceu ontem, em uma manjedoura mineira, sob o brilho de uma estrela cadente e ao redor de reis magos.

Fingem esquecer que o passado e o presente dele não são flores que se cheiram.

E que a políticas e as ideias do PSDB, de ontem e de hoje, são absolutamente decadentes.

Os tucanos, minha gente, só funcionam na tela da tv e nas manchetes dos jornais.

E nas rodinhas mágicas dos reis e rainhas da elite nativa (v. aqui).