domingo, 23 de novembro de 2008

# quo vadis, huracán? (xi)

Seria trágico se não fosse, apenas, perigoso, o resultado do Atlético Paranaense neste sábado, no Rio.
Mas, antes, uma devida observação se faz necessária: o desempenho do seu adversário, o Botafogo.
Meus amigos, foi lamentável (e quase injuriosa) a performance do glorioso alvi-negro da estrela solitária. A disposição dos onze botafoguenses igualou-se a de um time de casados, na chácara da família, após um daqueles churrascos de sábado, com meia-dúzia de gente olhando. Só faltou ter goleiro-linha. E o detalhe maior deste time era o seu centroavante gringo: era o próprio churrasquiro, gordo, lento e todo ensebado. Um horror.
Na verdade, foram raras as vezes que vi um time tão à toa, com tão pouca vontade de jogar futebol e mesmo assim não perder. Culpa de quem?
Claro, primeiro dos dois atacantes do Atlético: o titular, Júlio Cesar, que desde a perda dos cabelos, como Sansão, vem não jogando nada ou perdendo gols incríveis; e o seu substituto, Pedro Oldoni (v. aqui o que dissemos sobre ele e o "choro" nosso de cada dia), pois foram inadmissíveis os 2 gols que, mais uma vez, incrivelmente, perdeu, típicos de quem se apavora na frente do gol, coisa de grosso zagueiro, coisa de quem não merece estar conosco no ano que vem, coisa de quem deve disputar o "Paranaense" pelo Batel, de Guarapuava, ou o "Norueguês", por um time qualquer.
Depois, culpa do treinador Geninho. Tudo bem, ele é mesmo quase um santo, seja por ter feito este time render e jogar, seja por ter aguentado vivo o que o ataque atleticano fez na tarde de ontem. Porém, chega a ser bovina a insistência dele em não colocar o paraguaio Julio dos Santos no meio-campo e não deslocar o Ferreira para o ataque, pois ambos, é visto, se precisam em campo: o primeiro pensa e arma, o segundo corre e assiste. E, por fim, claro, a culpa ainda da nossa comissão técnica anterior, que, incompetente e negligente, não conseguiu deixar o Alberto em condições mínimas de suportar um jogo inteiro, fazendo-nos agora engolir aquelas coisas em forma de jogador que passam pela ala-direita e vestem a 2.
Agora, pois, falta ainda uma vitória (ou mesmo um ou dois, mas aí é aquela angústia braba, na dependência de vários resultados...) para o triunfo, como se um título às avessas, e a glória de permanecer na primeira divisão; porém, o caminho ainda segue tortuoso... e, não fosse o maior atleticano de todos ali no relvado, o pequeno gigante Alan Bahia, o nosso ébrio Zumbi, o nosso herói sem caráter, o nosso Macunaíma, o nosso maior e melhor artilheiro do ano, este perigoso empate poderia ter se tranformado numa derrota delirantemente trágica.