segunda-feira, 3 de novembro de 2008

# quo vadis, huracán? (viii)

Nem Gorpo ou qualquer outro cidadão de Grayskull poderia prever o que se construiu no final do jogo de ontem: aos 47 minutos do segundo tempo, num derradeiro cruzamento do fraco Netinho -- o homem que come-e-dorme no Clube Atlético Paranaense para bater faltas e escanteios --, o outro esforçado Rafael Moura, que a torcida rubro-negra chama de "He-Man", sobe, do além para além da pequena área, quase sem ângulo e cabeceia uma bola que pareceu ter ficado durante eternos 2 segundos grudada na forquilha do gol do Sport antes de fazer meio-mundo paranaense gritar o gol.
Era 1 x 0, éramos fênix, éramos toda uma nação vermelho-e-preta desfazendo-se dos fantasmas, cada vez mais vivos, de CRB, Tuna Luso, Goiatuba, Bragantino, Goytacaz, Mixto, Barra do Garça etc., e parecendo perceber que o fim pode não estar próximo.
O "Meu Personagem" do jogo não poderia ser outro, de novo: Valencia, o negro colombiano de sangue rubro, que se faz ser, na Arena, o nosso Ben-Hur, que se faz ser, nos tantos buracos (e trincheiras) do relvado da Baixada, o nosso William Wallace, e que se faz ser, no Joaquim Américo, o nosso herói mitológico.