sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

# seiva de tamarisco

fdsFinalmente, algo que já era de conhecimento do mundo mineral, parece que foi descoberto pela imprensa nativa: a imoral prática dos bancos -- os maiores anunciantes do mercado nacional -- de cobrar da população spreads nas transações bancárias absolutamente espúrios.
fdsCurto e grosso, spread é o lucro dos bancos advindo das taxas que cobram sobre empréstimos e financiamentos, ou seja, a diferença entre a taxa que o Estado cobra deles (taxa Selic) e a taxa que repassam à população.
fdsO Governo Federal poderia fazer qualquer coisa para evitar isso, desde a mais óbvia: intervir no sistema e fixar um "teto" para as taxas de juros cobradas pelos bancos, como o Estado já faz no mercado de medicamentos, de energia, da aviação civil etc.
fdsO Governo do Estado do Paraná fez, na medida do que lhe é, constitucionalmente, possível: há mais de 3 anos, fixou uma taxa máxima de juros que os bancos podem cobrar dos servidores públicos caso queiram fazer os tais "empréstimos consignados", o verdadeiro maná desse mercado.
fdsPorém, antes considerada por todo o mundo midiático neoliberal uma afronta aos dogmas de um liberalizado mercado, agora esta intervenção estatal -- maiormente no mercado financeiro -- é vista como imprescindível, talvez em especial agora, quando o Brasil novamente supera o seu próprio recorde mundial de taxa média de juros cobrada pelos bancos. E, lembre-se, essa sede anojosa de lucro nada tem a ver com a taxa básica de juros brasileira fixada pelo Banco Central, pois, embora esta, hoje em 12,75% a.a., seja uma das maiores do mundo, não chega perto dos 50%, 70% ou 100% a.a. que as instituições financeiras privadas cobram, a depender do tipo de operação contratada.
fds Por isso que é sempre produtivo lembrar de uma das grandes frases do grande Vladimir Iljitsch Lenin: "O que é um assalto a banco, diante de um banco?fds